segunda-feira, abril 30, 2007
Link indisponível
Já se passaram vários dias desde que rebentou esta polémica e, a cada dia que passa, Carmona é menos presidente da CML. Só não vê quem não quer. O facto de não ter falado imediatamente, a ausência na sede do PSD numa reunião onde deveria ter ido dar explicações a Marques Mendes, a fuga para Inglaterra para alegadamente ir ver exposições de motos antigas e o adiamento da audiência no DIAP só aumentam o problema.
Por outro lado, a situação no PSD não pode ser pior. Marques Mendes não pode arrastar mais a situação da CML e o facto de não ter conseguido, durante vários dias, falar com Carmona não abona nada a seu favor. É suposto o autarca dever respeito ao líder do PSD. Sem ele, não era presidente de câmara, sem as bases de Lisboa e o apoio do partido não ia a lado nenhum. Mas está visto que Carmona e Mendes já não linkam bem, para usar uma expressão típica da blogosfera.
A ler
1. "São rosas, senhores", de José.
2. "CGD = Novo IPE", de Pedro Marques Lopes.
3. "Eleições francesas", do Francisco José Viegas.
4. "A importância das motas", da Susana Barros.
5. "Lembrar a diferença", de Francisco Mendes da Silva.
6. "Aquilino Ribeiro - Um regicida no Panteão Nacional", do Mendo Castro Henriques.
Pausa publicitária
Se gosta de literatura, se é um leitor paciente, tem coisas para ler aqui, de vários autores.
É só fazer as contas
O maçador de touros
Umbiguismo
Etiquetas: Imprensa, Ler os outros
domingo, abril 29, 2007
No coração das trevas
Conversão à liberdade
O cristão convertido assume o compromisso de viver em Cristo. Na prossecução da felicidade, no cumprimento desse amor, e porque não é egoísta, procura espalhar a preciosa Palavra redentora. Com humildade aos acomodados e distraídos. Com valentia, não temendo os poderosos do mundo, apregoa a Boa Nova bem alto aos novos fariseus "os de maior categoria". Despreza a sua mundana glória fácil, sendo piedoso e complacente com as modernas “Senhoras devotas”. Porque o cristão convertido acredita no livre arbítrio de toda a criatura de Deus. Acredita que enquanto existir desejo de verdade, enquanto houver um excluído do opulento banquete dos homens, aí encontrará terra fértil para a palavra de Deus. Aí se encontrará Cristo vivo, a felicidade verdadeira e a esperança na ressurreição. Mesmo que ainda tenha de voltar à clandestinidade das catacumbas, e ser humilhado no circo da soberba e da arrogância.
Eu, católico confesso, tenho esperança numa profunda conversão.
Não há rapazes maus
Domingo
Quanto àqueles, deixaram Perga e, caminhando sempre, chegaram a Antioquia da Pisídia. A um sábado, entraram na sinagoga e sentaram-se.
Depois da reunião, muitos judeus e prosélitos piedosos seguiam Paulo e Barnabé, os quais, nas suas conversas com eles, os exortavam a perseverar na graça de Deus.
No sábado seguinte, quase toda a cidade se reuniu para ouvir a palavra do Senhor. A presença da multidão encheu os judeus de inveja, e responderam com blasfémias ao que Paulo dizia.
Então, desassombradamente, Paulo e Barnabé afirmaram: «Era primeiramente a vós que a palavra de Deus devia ser anunciada. Visto que a repelis e vós próprios vos julgais indignos da vida eterna, voltamo-nos para os gentios, pois assim nos ordenou o Senhor: Estabeleci-te como luz dos povos, para levares a salvação até aos confins da Terra.»
Ao ouvirem isto, os gentios encheram-se de alegria e glorificavam a palavra do Senhor; e todos os que estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé.
Assim, a palavra do Senhor divulgava-se por toda aquela região.
Mas os judeus incitaram as senhoras devotas mais distintas e os de maior categoria da cidade, desencadeando uma perseguição contra Paulo e Barnabé, e expulsaram-nos do seu território.
Estes, sacudindo contra eles o pó dos pés, foram para Icónio.
Quanto aos discípulos, estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.
Da Bíblia sagrada
Etiquetas: Cristianismo, Religião
Tertúlia literária (175)
Do efémero ao eterno
Eduardo Pitta vai lançar esta semana, com chancela da Quasi, uma recolha de textos publicados no seu excelente blogue, Da Literatura. Postas que passam do efémero ao eterno, sob um título muitíssimo inspirado: Intriga em Família. Vou (re)ler.
Acordei optimista
sábado, abril 28, 2007
Blogues em revista
O Arrastão: "Com a ida de Pina Moura para a Media Capital é o governo que quer controlar a TVI ou são os espanhóis que querem controlar o governo?" (Daniel Oliveira)
Hoje Há Conquilhas: "Portugal especializou-se na exportação de ex-primeiros-ministros e ex-Presidentes da República para o desempenho de cargos em instituições internacionais. (...) O problema é que estas exportações, ao contrário do concentrado de tomate e das conservas de atum, não ajudam a equilibrar a balança de pagamentos." (Tomás Vasques)
Mar Salgado: "A única coisa relevante no episódio do Chiado - indivíduos de cara tapada a gritar morte ao capitalismo e a praticar simples e inofensivo vandalismo - é a forma como os media se referiram ao assunto. Nem uma vez a expressão 'manifestantes de extrema-esquerda' foi utilizada." (Filipe Nunes Vicente)
Escola de Lavores: "Coitadinhos dos anarquistas. Só queriam fazer uma manifestação 'antifascista, anti-autoritária e anticapitalista'. O sistema é tão mau. A democracia é tão injusta que obrigou a primeira fila a andar tapada. Tão corajosos que nem querem dar a cara. Mas os papás pagam a advogada e os médicos, está bem?" (Susana Barros)
A Terceira Noite: "Gosto, gosto muito, dos blogues que me surpreendem com uma fala que nada tem a ver com a minha, com nomes que nada me dizem. Pensar como jamais poderei pensar, escrever como não sei escrever nem conheço quem saiba. E ler pelo prazer simples de ler." (Rui Bebiano)
Boca de Incêndio: "Quando hoje acordei estava um barco veleiro a espreitar pela janela." (António Godinho Gil)
Hollywood em Lisboa
Postais blogosféricos
Tendências, sim. Fretes, não
Curiosamente, o único jornal que em Portugal se assumiu como de tendência tinha o nome de O Independente, mas viu-se que era apenas um projecto conjuntural de afirmação de uma ala do CDS contra o PSD de Cavaco SIlva. Antes, também o Semanário foi um projecto conjuntural da direita para derrubar o Bloco Central. Atingidos os respectivos objectivos, estes projectos morreram. Falta agora a direita pensar a sua intervenção na Comunicação Social a longo prazo, mas não caindo na tentação do jornalismo de fretes e do imediatismo. Pensar que Pina Moura e os socialistas, portugueses ou espanhóis, vão arrepiar caminho é perda de tempo. Esperar que Cavaco exerça o seu poder moderador perante abusos da maioria, já se viu que também é perda de tempo. E já nada causa escândalo à "opinião pública" portuguesa, que nem sequer está historicamente habituada a independências na imprensa. A Comunicação Social é, cada vez mais, com o advento das televisões privadas, o principal campo de batalha político.
Referendo à vista
Penso que está definitivamente esclarecida a questão do referendo sobre o tratado europeu: ele vai mesmo realizar-se. Essa é a posição dos dois maiores partidos e o que diz o primeiro-ministro não deixa dúvidas.
Haverá certamente argumentos sobre a necessidade de tornar o sistema mais democrático, de consultar os cidadãos, entre outras sentenças sobre o défice democrático europeu, a cidadania, a democracia e etc.
No entanto, a realização de um referendo europeu em Portugal será quase surrealista.
O País terá a presidência da UE no segundo semestre do ano. Até lá, na cimeira de Junho, sob presidência alemã, haverá uma decisão sobre o que fazer ao tratado. Há duas hipóteses nos extremos (abandonar o texto ou não mudar uma linha) e a solução escolhida estará algures na zona intermédia. Penso que acabaremos por estar muito perto de não mudar uma linha. Mais de dois terços dos países não aceitam alterações no coração do tratado, sobre as regras institucionais. As dúvidas que persistem dizem respeito à manutenção da parte económica e social, que pode até ser reforçada, sobretudo se Ségolène Royal ganhar em França. Outra incógnita é sobre o eventual aparecimento de novas políticas (reforço dos artigos sobre ambiente, política comum de energia).
O texto vai mudar de nome e deixará de ser Tratado Constitucional. Desaparecerão alguns artigos polémicos (todos os que têm carácter de Constituição). Enfim, pode haver uma simplificação do texto rejeitado em França e Holanda, mas as alterações serão relativamente reduzidas, pois isso facilitará a sua negociação a tempo de se cumprir o calendário de 2009.
Esta será a decisão alemã: não mexer no essencial, o que parece garantido com qualquer dos dois candidatos à presidência francesa.
A partir deste ponto, entra Portugal. No semestre português, deverá ocorrer uma Conferência Intergovernamental para negociar e decidir as alterações. Se tudo correr bem, o novo tratado estará pronto para ser ratificado em 2008 nos parlamentos dos países que já ratificaram o anterior (por isso se retiram os artigos polémicos e de carácter constitucional). Como muda de nome, o tratado até poderá chamar-se Tratado de Lisboa, que será designação mais inócua.
Ora, Portugal realiza um referendo, pelo que provavelmente nos vão perguntar se queremos ratificar o Tratado de Lisboa, que a presidência portuguesa conseguiu fazer aprovar, com tanto esforço. E os referendos normais têm o “sim” e têm o “não”.
Os partidos principais vão dizer que sim, senhor. As franjas políticas dirão que não, senhor. E, claro, o País estará proibido de responder “não”, porque essa resposta dará origem a uma crise europeia e ao absurdo de vermos o Estado que negociou a recta final do tratado a rejeitar esse mesmo tratado. E se toda a gente ratificasse, menos nós?
Etiquetas: Europa
O partido dos valores
Para mim, o dado mais interessante da eleição de Portas é mostrar como estão as pessoas em Portugal. A verdade é que, ao escolherem o dirigente que sabiam que tinha andado a intrigar nos últimos dois anos contra a direcção legitimamente eleita por quatro de Ribeiro e Castro, os militantes do CDS mostraram, de forma esmagadora, que (ao contrário do que passam a vida a proclamar) se estão a borrifar para os "valores", preferindo um líder que, na sua opinião, terá mais destaque mediático e assim mais fácil acesso ao poder. Para quem tanto critica o "pragmatismo" do PSD, onde apesar de tudo os confrontos são mais às claras (veja-se, no actual episódio, Mendes, Menezes e Santana), não está nada mau.
O teste final
Para já, aquilo a que estamos a assistir é uma total ausência de discurso, de tacto de de sensibilidade política para lidar com o envolvimento de Carmona Rodrigues no caso Bragaparques. Mendes devia ter agido logo. As informações que dão conta da vontade do PSD em não realizar eleições na capital são um sinal ainda mais preocupante. A partir deste momento, é simplesmente impossível que não haja eleições em Lisboa. Não é só Carmona que está ausente, algures em parte incerta, é Fontão de Carvalho com o mandato suspenso, é Gabriela Seara com o mandato suspenso, é Maria José Nogueira Pinto que já não está lá, é aquele candidato do PS que se pirou para o Parlamento, farto das reuniões na CML até altas horas.
Marina Ferreira, por mais que o núcleo duro de Mendes queira, não pode ser presidente da CML. Não é a questão de ninguém saber quem ela é, a não ser parte da distrital de Lisboa do PSD. É a capital que não votou nela. Nem ontem, nem nunca. Que se saiba, a senhora só foi candidata por duas vezes em secções locais do PSD e perdeu das duas vezes. Não pode estar à frente da CML. Não tem legitimidade democrática e se Marques Mendes for por aí estará a dar a machadada final na sua liderança do partido.
2. A haver eleições em Lisboa, quais serão os candidatos do PSD? Dizem-me que Mendes terá sondagens com testes a vários nomes e que o único capaz de obter um bom resultado, segundo o estudo, é o de Manuela Ferreira Leite. Que não será candidata. Portanto, quem resta? Poucos. Para mim, a única solução e a mais óbvia será Paula Teixeira da Cruz, uma mulher inteligente e com garra, capaz de disputar o palco a António José Seguro, João Soares ou Mega Ferreira. Mas não acredito que esteja interessada. O próprio Mendes não poderá ser candidato, pois daqui a dois anos, na sua óptica, será candidato a primeiro-ministro. Mesmo que fosse, o resultado seria um desastre. Pedro Passos Coelho? Cortou com Mendes e, segundo se diz, não quer ter nada a ver com a actual solução. Fernando Seara? Não me parece que seja homem para deixar Sintra e entrar numa luta imprevisível por Lisboa, mas logo se verá. António Capucho? Um homem sério, mas também não irá trocar o certo pelo incerto.
Ou seja, Mendes terá a vida muito complicada nos dois casos. Quer decida ficar com Marina Ferreira, quer não tenha outra solução senão as eleições, porque não irá conseguir arranjar um bom candidato.
sexta-feira, abril 27, 2007
Por me ter feito saltar a tampa
Etiquetas: Fracturas expostas
Notas sobre o debate parlamentar (I)
Notas sobre o debate parlamentar (II)
Firme e hirto
De facto, e à primeira vista, o regresso de Portas não correu às mil maravilhas. Apareceu no debate mensal sem ideias (a segunda ronda foi até ligeiramente patética) e a achar-se o melhor condutor do mundo. Da soberba sobrou a ideia de passar os debates mensais a meia hora por semana. Sócrates, esperto que nem um carapau, aceitou logo - mesmo dando de barato que já tinha concordado com um modelo semelhante ao actual mas mais leve no projecto de reforma do Parlamento do seu potencial sucessor, António José Seguro.
O primeiro-ministro não quis acreditar na esmola. Portas voltou manso como um cão amestrado. Marcelo Rebelo de Sousa e Manuela Ferreira Leite tinham razão: até podíamos ter a ilusão de pensar que Portas voltaria para complicar a vida a Sócrates e, por arrasto, a Marques Mendes. Afinal veio mesmo para ser o seguro de vida de Sócrates para 2009. Se falhar a maioria absoluta, há sempre ali um partido à disposição para aprovar uns orçamentos, deixar passar umas propostas de lei e, no limite, fazer um acordo de incidência parlamentar, aceitando uns lugarejos no melhor que o Estado tiver para oferecer. A nova embalagem de Portas tem mesmo sabor a queijo...
Uma questão de fundos
Carlos Albino desafia Vital Moreira. Um duelo (ao sol) deveras interessante e para ir seguindo...
Interregno tablóide
Etiquetas: A Mulher esse princípio activo do Universo
Curiosity killed the cat
Foi isso que pude comprovar com o talãozinho que aquele cavalheiro deixou descuidadamente na máquina após ter levantado... dez euros.
Garanto que nunca tinha visto um talão com tantos números. Antes de chamar o senhor, não consegui resistir. Duas Avé Marias e três Pais Nossos.
Rivalidades
33 anos depois
É bom saber que os jovens de hoje continuam a saber fazer um cocktail Molotov. E ainda dizem que é a geração dos shots, tsc, tsc.
Vou deixar de ler notícias
A escassa minoria
Etiquetas: Imprensa, José Sócrates
Sexta-feira (bis)
Etiquetas: Miúdas giras que não sabem quem é Agustina Bessa Luís, Sexta-feira
quinta-feira, abril 26, 2007
E agora?
Acontece que Carmona Rodrigues já garantiu que não se demite e que pretende levar o seu mandato até ao fim. Está no seu direito e, aliás, o seu gabinete desmente que o autarca tenha recebido qualquer notificação oficial. A ver vamos. Mesmo que receba, Carmona deverá querer provar a sua inocência - e eu acredito que seja um homem bem intencionado. O problema, contudo, não reside só aí. Neste momento, a CML não tem vice-presidente, arguido no mesmo processo e com o mandato suspenso, não tem a vereadora mais poderosa em funções, também constituída arguida e com o mandato suspenso, não tem uma administração da EPUL na plenitude de funções, pois os seus administradores foram também constituídos arguidos. Isto a juntar à saída voluntária da vereadora do CDS/PP, Maria José Nogueira Pinto, por ter abandonado a militância do seu partido, à saída do candidato principal do PS, para se dedicar a outros voos, e às confusões de outro vereador eleito pelo PSD. A CML que foi eleita pelos lisboetas não tem qualquer legitimidade democrática. E, a continuar por este caminho, o executivo camarário e o seu grupo de vereadores constituirão mesmo uma trupe de estranhos ao eleitorado. Um exemplo: se Marques Mendes eventualmente viesse a retirar a confiança a Carmona e não quisesse eleições antecipadas, a presidência da CML seria entregue a... Marina Ferreira. Por melhor que a senhora seja, e tenho amigos que dizem que é uma trabalhadora edicada, não foi escolhida pelos eleitores de Lisboa e a sua subida a número um da CML iria equivaler a uma grande perversão da democracia directa. O espectáculo soma e segue.
Breaking news
"Marilee Jones, a prominent crusader against the pressure on students to build their resumes for elite colleges, resigned Thursday as dean of admissions at the Massachusetts Institute of Technology after acknowledging she had misrepresented her own academic credentials.
Jones has been a popular speaker on the college admissions circuit, where she urged parents not to press their kids too hard, and told students there are more important things than getting into the most prestigious colleges. She rewrote MIT's application, trying to get students to reveal more about their personalities and passions, and de-emphasizing lists of their accomplishments.
But Jones, dean since 1997, issued a statement saying she had misrepresented her credentials when she first came to work at MIT 28 years ago and "did not have the courage to correct my resume when I applied for my current job or at any time since.
"I am deeply sorry for this and for disappointing so many in the MIT community and beyond who supported me, believed in me, and who have given me extraordinary opportunities," she said, adding she would have no further comment."
País que exporta dirigentes
Parece que lhes caiu o céu em cima
Súbita nostalgia
Gostei de ler
4. Querido blogue. Da Rita Barata Silvério, na Rititi.
9. Punição para o negacionismo? De João Tunes, na Água Lisa.
11. Foste mesmo puta? Do André Moura e Cunha, no In Absentia.
Uma luz que vem do túnel
O resto, é o ruído de uma democracia doente e de um país deprimido, com medo de ser feliz.
Etiquetas: Jornalismo, José Sócrates, Lisboa, Política, Sá Fernandes
Televisão, loucura e morte
Estreia esta sexta-feira num Parlamento perto de si
Espera-se que o debate mensal de amanhã seja um pouco mais animado do que o costume. Pode ser que até venhamos a ter mais exercício do contraditório e menos vexame do primeiro-ministro em relação a um dos líderes da oposição. Marques Mendes, que falou como falou no caso Independente, que se prepare. José Sócrates deve avançar com as baterias todas e ainda por cima com aquela falta de chá que se lhe reconhece.
Mas amanhã a maior curiosidade irá residir na estreia de Paulo Portas no debate mensal, nesta sua nova versão. Portas terá muito para provar. Normalmente os regressos não resultam bem. À excepção de Francisco Sá Carneiro, ninguém na política portuguesa soube voltar com sucesso ao lugar que já antes tinha ocupado. No CDS pior ainda. O partido é exíguo, não tem grande base de apoio popular e perdeu o seu trunfo durante anos: a representação autárquica. Hoje em dia nem os senhores da terra votam CDS. Diogo Freitas do Amaral, para dar o exemplo mais flagrante, não foi feliz quando voltou ao partido, depois de em 1986 ter perdido por um triz a Presidência da República com a magnífica campanha do Prá Frente Portugal. Chegou ao Caldas e espalhou-se com a tese da equidistância, demonstrando que os 49% que tinha obtido contra Soares mais não eram do que os votos de Cavaco Silva - que este, de resto, iria arrebatar nas legislativas seguintes, de 1991.
A partir de amanhã, Portas terá de começar a provar por que razão resolveu remover José Ribeiro e Castro da liderança do partido. E deverá demonstrar que veio mesmo para fazer oposição ao "engenheiro" Sócrates. Porque em 1995, na altura ao lado de Monteiro, também fez campanha a dizer que o PP seria oposição a tudo e a todos e acabou essa legislatura (e a seguinte) a negociar orçamentos com Guterres por debaixo da mesa.
Já agora, atente-se a este cartaz e às pessoas que Portas foi eliminando ao longo dos anos (e não foram tantos assim) ou que, por sua iniciativa, se foram afastando... Do lado direito e do lado esquerdo, estão Maria José Nogueira Pinto (que saiu do partido), António Bagão Félix (que colaborou com Ribeiro e Castro, portanto deve pagar por isso), António Lobo Xavier (que foi dizendo umas verdades e que não terá gostado da forma como foram organizadas as directas), Miguel Anacoreta Correia (que substituiu Nogueira Pinto na CML e que foi vice do ex-líder) e José Ribeiro e Castro (ele mesmo, vejam bem). São muitos, não são? Quantos dos outros irá agora Portas usar e consumir do melhor que têm para dar à política, para depois os deitar fora pelo caminho?
Se calhar recuperou-o de alguma gaveta
«Se não soubesse que foi proferido por Cavaco Silva, admitiria sem dificuldade que este discurso pudesse ter sido de Jorge Sampaio». Paulo Gorjão, no Bloguítica.
Etiquetas: Ler os outros
O país do Amor
Etiquetas: A Mulher esse princípio activo do Universo
Ajudava a perceber muita coisa
Etiquetas: José Sócrates
quarta-feira, abril 25, 2007
O país do ódio
A importância das boas maneiras
Fiquei curioso
A ler
1. "Sinais de fraqueza", do Rui Costa Pinto.
2. "25 de Abril, Sempre!", do Rodrigo Moita de Deus.
3. "Fusão dos hospitais militares", de João Miranda.
4. "Vigilância democrática", de José.
5. "Pedimos desculpa por esta interrupção, o 25 de Abril segue dentro de momentos", do José Adelino Maltez.
Só para saber
Democracia sempre
Tertúlia literária (174)
- Uma rosa é uma rosa é uma rosa.
- Vê-se logo que és socialista. Não sabes dizer outra coisa.
Ora verifiquem lá
Avisos
Da arrogância e mesquinhez
PS.: Caro João: Não sofro desse tipo de alergias, mas obrigadinho na mesma!
Etiquetas: Bocas
Novo blogue da Atlântico
A revista Atlântico aproveitou o 25 de Abril (quem diria) para revolucionar o seu blogue. O layout é escorreito, com um bonito design e de leitura mais fácil.
A cinderela
Nas colunas
Nossos pais nossos irmãos
Com as armas que a burguesia
Colocou nas nossas mãos
Expropriar essas armas
Para o Exército Popular
Com a Classe Operária
gloriosa a comandar»
(cont)
e ainda
«Se conspira ou ameaça
se projecta intentonas
só há uma solução
tem de levar nas lonas
(...)
Se o ELP e companhia
nos querem lançar a rede
só há uma solução
encostá-los à parede»
LUTAR, VENCER. José Jorge Letria. Colaboração Instrumental de Hermann José, Júlio Pereira, Guilherme Inês e Rui Reis. (1975)
Devem ter sido tempos difíceis para quem tivesse o mínimo de ouvido para a música e um pendor para a prosa assim um bocadinho menos sanguinário. Ah lá isso devem!
Etiquetas: Música (?)
Foi (também) para isto que se fez o 25 de Abril
Mais um incontinente
Etiquetas: Ler os outros
terça-feira, abril 24, 2007
Esta festa não é minha
Na época, eu era um imberbe e juvenil estudante, que por imitação do meu pai me tornara precocemente politizado e discursivamente assertivo. E foram muitas as angústias e apreensões vividas em família naqueles inesquecíveis tempos “revolucionários”.
Os sentimentos por mim experimentados na sequencia da revolução de Abril, as memórias que guardo daqueles protagonistas, as lembranças dos seus esgares e trejeitos fanáticos, das suas arbitrariedades e da minha total impotência, causam-me ainda hoje amargos sentimentos.
Reconheço na democracia conquistada a posteriori o melhor sistema político possível. Como cristão e democrata, bater-me-ei sempre com todas as minhas forças pela liberdade e pela justiça. Hoje como então.
Por mim, agradeço a liberdade pela qual afinal também lutei. Mas não me convidem para esta festa da qual fui excluído faz amanhã 33 anos.
gabriel e o génio
(Este post é um pouco injusto em relação ao verdadeiro Gabriel Alves, mas saiu assim)
E só daqui a umas horas...
(embora a modos que ligeiramente mais alto)
Terá ele (também) uma lágrima no canto do olho?
Etiquetas: Televisão
Água com picos
São ecos de um post que até era para ser dos pacíficos. Estava longe de pensar que, por causa dele, me iriam chamar "pitonisa" na blogosfera. Logo eu. Esta é boa. O cartomante das águas com picos fique sabendo que não colecciono cromos há muitos anos, não mastigo pastilha elástica de boca aberta e não sinto as saudades que me atribuiu.
Defeso
Jornalismo de trincheira
Praticam ambos um jornalismo de facção: para sabermos o que realmente se passa em Espanha temos de ler os dois e fazer a síntese possível daquilo que publicam. Não custa vaticinar que se descredibilizem a curto prazo, talvez sem remissão. E não custa perceber que se este modelo ainda pode funcionar num vasto mercado de leitores, como o espanhol, seria um desastre completo em Portugal, onde é preocupante o número de pessoas que vivem permanentemente divorciadas dos jornais. O equilíbrio editorial, além de uma imposição deontológica, é também uma questão de simples bom senso. Há coisas que podemos e devemos importar de Espanha: o jornalismo de trincheira não.