E agora?
Segundo informações de última hora, Carmona Rodrigues poderá sido constituído arguido no âmbito do caso Bragaparques. A confirmar-se, espera-se que Marques Mendes clarifique se mantém ou não a confiança num presidente de Câmara Municipal que pode ser arguido, critério aliás usado para retirar o apoio a figuras como Valentim Loureiro e Isaltino Morais. Se bem que há arguidos e arguidos (a condição não implica que venha a ser condenado por algum crime, porque tem direito a defesa), Marques Mendes fez, e bem, da credibilidade um factor de preferência nas escolhas dos candidatos do PSD nas últimas autárquicas. Este critério serviu de base para afastar outros eventuais candidatos.
Acontece que Carmona Rodrigues já garantiu que não se demite e que pretende levar o seu mandato até ao fim. Está no seu direito e, aliás, o seu gabinete desmente que o autarca tenha recebido qualquer notificação oficial. A ver vamos. Mesmo que receba, Carmona deverá querer provar a sua inocência - e eu acredito que seja um homem bem intencionado. O problema, contudo, não reside só aí. Neste momento, a CML não tem vice-presidente, arguido no mesmo processo e com o mandato suspenso, não tem a vereadora mais poderosa em funções, também constituída arguida e com o mandato suspenso, não tem uma administração da EPUL na plenitude de funções, pois os seus administradores foram também constituídos arguidos. Isto a juntar à saída voluntária da vereadora do CDS/PP, Maria José Nogueira Pinto, por ter abandonado a militância do seu partido, à saída do candidato principal do PS, para se dedicar a outros voos, e às confusões de outro vereador eleito pelo PSD. A CML que foi eleita pelos lisboetas não tem qualquer legitimidade democrática. E, a continuar por este caminho, o executivo camarário e o seu grupo de vereadores constituirão mesmo uma trupe de estranhos ao eleitorado. Um exemplo: se Marques Mendes eventualmente viesse a retirar a confiança a Carmona e não quisesse eleições antecipadas, a presidência da CML seria entregue a... Marina Ferreira. Por melhor que a senhora seja, e tenho amigos que dizem que é uma trabalhadora edicada, não foi escolhida pelos eleitores de Lisboa e a sua subida a número um da CML iria equivaler a uma grande perversão da democracia directa. O espectáculo soma e segue.
Acontece que Carmona Rodrigues já garantiu que não se demite e que pretende levar o seu mandato até ao fim. Está no seu direito e, aliás, o seu gabinete desmente que o autarca tenha recebido qualquer notificação oficial. A ver vamos. Mesmo que receba, Carmona deverá querer provar a sua inocência - e eu acredito que seja um homem bem intencionado. O problema, contudo, não reside só aí. Neste momento, a CML não tem vice-presidente, arguido no mesmo processo e com o mandato suspenso, não tem a vereadora mais poderosa em funções, também constituída arguida e com o mandato suspenso, não tem uma administração da EPUL na plenitude de funções, pois os seus administradores foram também constituídos arguidos. Isto a juntar à saída voluntária da vereadora do CDS/PP, Maria José Nogueira Pinto, por ter abandonado a militância do seu partido, à saída do candidato principal do PS, para se dedicar a outros voos, e às confusões de outro vereador eleito pelo PSD. A CML que foi eleita pelos lisboetas não tem qualquer legitimidade democrática. E, a continuar por este caminho, o executivo camarário e o seu grupo de vereadores constituirão mesmo uma trupe de estranhos ao eleitorado. Um exemplo: se Marques Mendes eventualmente viesse a retirar a confiança a Carmona e não quisesse eleições antecipadas, a presidência da CML seria entregue a... Marina Ferreira. Por melhor que a senhora seja, e tenho amigos que dizem que é uma trabalhadora edicada, não foi escolhida pelos eleitores de Lisboa e a sua subida a número um da CML iria equivaler a uma grande perversão da democracia directa. O espectáculo soma e segue.