Notas sobre o debate parlamentar (II)
4. Não há que enganar: o novo CDS é a oposição de que este Governo há muito estava à espera. Sócrates e Portas trocaram amabilidades sem rodeios. O sucessor de Ribeiro e Castro desafiou o primeiro-ministro a comparecer mais vezes no Parlamento: Sócrates acedeu de imediato, demarcando o CDS das "insinuações" e "ataques pessoais" que lhe têm sido dirigidos pelo PSD.
5. Por uma vez, a esquerda parlamentar cedeu terreno à direita. Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã estiveram apagados neste debate. Foram brandos nas críticas, deixaram a Marques Mendes o monopólio das frases contundentes. E assistiram calados quando o líder laranja se insurgiu contra a ida de Pina Moura para a TVI, a seu ver "uma vergonha, um escândalo, uma promiscuidade". Sócrates retorquiu-lhe: "Em matéria de controlo dos media públicos, o PSD não pode dar lições de moral." As bancadas do PCP e do Bloco de Esquerda nada disseram sobre a nova administração da TVI. Sobre a Independente, também nem uma palavra.
6. Santana Lopes nem se deu ao incómodo de bater palmas a Marques Mendes para (a)parecer bem na fotografia.
7. O debate acabou, três horas depois, com apenas 13 deputados sociais-democratas na sala das sessões. Pormenor elucidativo sobre a qualidade da oposição que temos...