sexta-feira, abril 27, 2007

Interregno tablóide


Enquanto os meus camaradas que realmente têm algo de importante a dizer sobre o país não se decidem a escrever, faço aqui um intervalo a propósito do mail de uma amiga que acabei de receber, comunicando-me o fim do seu romance com um príncipe indiano e a muito interessante experiência que ambos tiveram com a ayahuasca. Conheci a Emily há três anos - tinha ela 21 acho eu por razões legais que me convêm - no Largo Camões, em Cascais, onde cantava o seu último álbum «Domination». Isto à noite. Durante o dia exibia o seu corpo nu pintado de verde em jeito de mulher estátua. Após a primeira hora de conversa, convidei-a para ficar em minha casa porque achei que não fazia sentido estar acampada em frente à igreja paroquial (nem mesmo eu desejo tal escândalo na vida do Padre Raúl). Fiquei a saber que a Emily fazia o curso de estudos orientais em Londres, aos 18 vivera 6 meses na Indonésia onde aprendera a língua, surgira nos escaparates dos jornais ao acorrentar-se - também nua e vestida de verde - ao portão de um jardim em vias de se tornar parque de estacionamento na cidade de Winchester e, por prazer que não por necessidade, gostava de fazer table dancing num bar de strip londrino. Entender a Emily é entender a globalização. Acreditem no que vos digo.

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