Tendências, sim. Fretes, não

Curiosamente, o único jornal que em Portugal se assumiu como de tendência tinha o nome de O Independente, mas viu-se que era apenas um projecto conjuntural de afirmação de uma ala do CDS contra o PSD de Cavaco SIlva. Antes, também o Semanário foi um projecto conjuntural da direita para derrubar o Bloco Central. Atingidos os respectivos objectivos, estes projectos morreram. Falta agora a direita pensar a sua intervenção na Comunicação Social a longo prazo, mas não caindo na tentação do jornalismo de fretes e do imediatismo. Pensar que Pina Moura e os socialistas, portugueses ou espanhóis, vão arrepiar caminho é perda de tempo. Esperar que Cavaco exerça o seu poder moderador perante abusos da maioria, já se viu que também é perda de tempo. E já nada causa escândalo à "opinião pública" portuguesa, que nem sequer está historicamente habituada a independências na imprensa. A Comunicação Social é, cada vez mais, com o advento das televisões privadas, o principal campo de batalha político.