O partido dos valores
A semana que passou foi muito interessante em termos políticos e apetece-me comentar alguns casos. Para isto não ficar muito longo, vou dividir os textos, começando pela eleição de Paulo Portas. Em primeiro lugar, devo dizer que acho que a ambição num político (desde que não seja a famosa ambição desmedida) é uma qualidade e não um defeito. Depois, por muito que não goste do estilo de Portas, e eu não gosto, tenho que reconhecer que ele se portou muito bem na coligação com o PSD no Governo (o partido em que milito, para quem ainda não saiba) e ganhou pontos na minha consideração. Portanto, não me causa nenhuma irritação ou preocupação especial ele ter sido eleito para líder do CDS e já sei que vai ter a benevolência dos socialistas e dos jornalistas e comentadores que lhes são próximos (como se viu ontem no Parlamento), sempre que não estiver coligado com o PSD e pareça servir para dividir a direita.
Para mim, o dado mais interessante da eleição de Portas é mostrar como estão as pessoas em Portugal. A verdade é que, ao escolherem o dirigente que sabiam que tinha andado a intrigar nos últimos dois anos contra a direcção legitimamente eleita por quatro de Ribeiro e Castro, os militantes do CDS mostraram, de forma esmagadora, que (ao contrário do que passam a vida a proclamar) se estão a borrifar para os "valores", preferindo um líder que, na sua opinião, terá mais destaque mediático e assim mais fácil acesso ao poder. Para quem tanto critica o "pragmatismo" do PSD, onde apesar de tudo os confrontos são mais às claras (veja-se, no actual episódio, Mendes, Menezes e Santana), não está nada mau.
Para mim, o dado mais interessante da eleição de Portas é mostrar como estão as pessoas em Portugal. A verdade é que, ao escolherem o dirigente que sabiam que tinha andado a intrigar nos últimos dois anos contra a direcção legitimamente eleita por quatro de Ribeiro e Castro, os militantes do CDS mostraram, de forma esmagadora, que (ao contrário do que passam a vida a proclamar) se estão a borrifar para os "valores", preferindo um líder que, na sua opinião, terá mais destaque mediático e assim mais fácil acesso ao poder. Para quem tanto critica o "pragmatismo" do PSD, onde apesar de tudo os confrontos são mais às claras (veja-se, no actual episódio, Mendes, Menezes e Santana), não está nada mau.