quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Espalhem a notícia

A partir de agora estamos em casa nova. O nosso novo endereço é este:
Visitem-nos lá.

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terça-feira, fevereiro 19, 2008

Recuerdo de Madrid

Estive para trazer torron para os corta-fiteiros e comentadores, mas achei que a camisolinha, apesar de pirosa, nos dava mais jeito. Usem à vontade.

Escrita com H grande

O Eduardo Pitta que me perdoe mas eu pensava-o com mais estaleca para a contenda blogosférica do aquela que demonstrou, qual virgem ofendida, aqui nestes comentários. Que me perdoe o Eduardo Pitta (pessoa que tenho como estimável), mas eu não distingo a qualidade dos seus mimos e os do nosso Francisco Almeida Leite. Olhe: para mim que tenho a mania de dizer coisas, dar opiniões, esgrimir paixões, já me chamaram tudo e mais um par de botas. E encontro-me de boa saúde graças a Deus. Acontece; quem vai à guerra dá e leva, não deveria chegar a meio e amuar, sair ofendido feito coitadinho.
Agora, caro Eduardo, o que eu não tolero mesmo é gente cobarde que não dá a cara pelas suas patacoadas. Quem tem a coragem de dar opiniões ou fazer comentários sobre pessoas ou ideias, deve ser suficientemente homenzinho para as assumir com total transparência e frontalidade. Como fazem as pessoas crescidas, responsáveis pelos seus actos e com a fruta no lugar, como é o caso do FAL. As pessoas integras dão a cara até às ultimas consequências, mesmo que se arrisquem a umas valentes “bengaladas”, à moda antiga. Essas são as qualidades dos homens com H grande, o que manifestamente não me parece ser o caso do Sr. Miguel Abrantes.

Cinema Nostalgia (23)

All that Roy
Alguns actores acompanham-nos em períodos decisivos das nossas vidas. Servem-nos de modelos, tornam-se nossos confidentes, transmitem-nos um gesto, um esgar, uma expressão, uma frase que logo tornamos nossa. Um dia verificamos que desapareceram para sempre. É como certas amizades, que se evaporam quase sem nos darmos conta disso.
Aconteceu-me agora com Roy Scheider: leio a notícia de que morreu, aos 75 anos, e estranho o facto de esta notícia não me causar sequer um fio de emoção. Porque Roy Scheider acompanhou-me durante quase uma década de idas assíduas às salas de cinema. Lá estava o seu rosto angular, de onde sobressaía um par de olhos tristes, dialogando com Jane Fonda em Klute. Lembro-me também dele em Os Incorruptíveis Contra a Droga e O Homem da Maratona. Recordo-o igualmente em Tubarão – esse filme nuclear, que marcou o regresso de Hollywood ao grande cinema depois de vários anos errantes a querer macaquear o pior dos filmes europeus enquanto as produções britânicas amealhavam Oscares. E lembro-me dele sobretudo em All That Jazz, de Bob Fosse: raras vezes um actor levou a representação a tais limites de esforço físico e psicológico: li algures que estava arrasado quando acabou de rodar o filme.
Valeu a pena o esforço: All That Jazz teve várias nomeações para o Óscar e conquistou a Palma de Ouro em Cannes.
Depois perdi-me dele. Ou ele perdeu-se de mim. Vi-o ainda, quase de fugida, em Na Calada da Noite (Robert Benton, 1982), um daqueles múltiplos filmes que se reclamavam da herança de Hitchcock sem lhe chegarem aos calcanhares. O mesmo rosto angular, os mesmos olhos tristes, a mesma expressão de quem já se decepcionou com quase tudo. Decepcionantes foram também as várias “sequelas” de Tubarão em que esbanjou talento. Aí já não parecia aquele Roy de outros tempos.
Nunca mais o vi. Ou, se o vi, foi como se não o reconhecesse. Correspondia a um período da minha vida ultrapassado para sempre. O cinema também é isto: enche-nos de emoção, seca-nos as emoções em ritmos e ciclos alternados. So long, Roy. Foi bom ter-te conhecido naqueles anos irrepetíveis em que descobria o encanto do cinema e ao mesmo tempo me descobria a mim próprio.

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Com dedicatória


Concha Buika- "Mi niña Lola"

Cada vez melhor

Estamos quase a mudar de endereço, tal como fizeram recentemente vários outros colegas da blogosfera. Amanhã daremos notícias mais detalhadas. Fica entretanto o registo: esta mudança acontece numa altura em que o Corta-Fitas regista crescentes níveis de audiência. Média de 1704 visitas diárias, 2903 páginas diárias consultadas, 19º lugar no Blogómetro. A nossa intenção é continuar a fazer cada vez mais. E cada vez melhor.

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Défice de oposição

O enorme défice de oposição ficou bem patente na ronda de reacções na SIC Notícias que ontem se seguiu à entrevista com Sócrates. Nenhum dirigente de primeiro plano se dignou falar, desperdiçando assim uma notória oportunidade de fazer passar uma mensagem ao País. Os que falaram quase só debitaram banalidades. Com destaque para a social-democrata Zita Seabra, que aludiu três vezes ao ar "triste" de Sócrates, obviamente por não lhe ocorrer nada melhor para dizer. Sócrates, por sinal, nem tinha ar triste. Ao contrário de Zita, que parece ser uma daquelas pessoas incapazes de sorrir. Já era assim quando assumia funções de "controleira" no PCP.

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O "tabu" de Sócrates

1. Lá volta ela, a malfadada palavra tabu. Na entrevista de ontem à SIC, bastou uma não-resposta de José Sócrates para o primeiro-ministro conseguir um efeito "dramático" já com vista às legislativas do próximo ano. Sem confirmar se encabeça a lista socialista a essa eleição, o chefe do Governo produz a custo zero a tal "tensão" (sempre necessária em política, sobretudo em períodos pré-eleitorais) a que o seu amigo Zapatero fez recente alusão, ao falar descontraidamente no final de uma entrevista televisiva, quando supunha que os microfones já estavam desligados.
2. A não-resposta de Sócrates nesta entrevista sem riscos, que lhe correu globalmente bem, tem um significado evidente: o actual primeiro-ministro só admite voltar a governar num cenário de maioria absoluta. É esse o único que se coaduna com a sua personalidade. Não é, de resto, inédito na democracia portuguesa: Francisco Sá Carneiro fez o mesmo em 1980. E Sócrates, não esqueçamos, entrou na política como militante da JSD. Quando Sá Carneiro liderava os sociais-democratas.
3. Foi, de facto, uma entrevista sem riscos. Cinquenta minutos que quase equivaleram a tempo de antena, em que foi evitada a questão política que neste momento mais preocupa Sócrates: uma possível cisão à esquerda no PS, induzida por Manuel Alegre. Foi uma omissão imperdoável, até porque nas últimas semanas quase não se tem falado noutra coisa.
4. Apenas quatro minutos reservados a "política geral" não permitiram abordar igualmente outro tema muito polémico da governação socialista: a questão do referendo europeu, que Sócrates jamais convocará, quebrando uma das suas mais emblemáticas promessas eleitorais.
5. Outra promessa quebrada relacionou-se com os impostos. Antes de os portugueses votarem, Sócrates prometeu que não os aumentava; mal venceu a eleição, tratou logo de subir o IVA. Hoje garante que ainda não pode falar em baixar impostos, pois isso "seria absolutamente irresponsável". E terá sido responsável assegurar aos eleitores que não os subiria?
6. Sócrates, ao contrário de todos nós, vive no país das maravilhas. Num país que cresce apenas 1,9% ao ano (o primeiro-ministro prometeu deixar Portugal, no fim da legislatura, com um crescimento de 3%), com o desemprego a atingir 8% da população activa (a maior taxa das últimas duas décadas), crises nos decisivos sectores da saúde (que já fez cair o ministro Correia de Campos) e da educação, o optimismo só sobrevive no discurso oficial. O que nos reconduz à questão do tabu. Se Sócrates acreditasse mesmo em tudo quanto diz, não seria lógico que poupasse os seus fiéis ao angustiante cenário de uma orfandade política?

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A melhor década do cinema (54)


ATÉ À ETERNIDADE
(From Here to Eternity, 1953)
Realizador: Fred Zinnemann
Principais intérpretes: Burt Lancaster, Montgomery Clift, Deborah Kerr, Donna Reed, Frank Sinatra, Ernest Borgnine
"Um dos filmes com maior maturidade produzidos nos anos 50 em Hollywood. Ainda hoje nos impressiona pela eficiente narrativa e pelo maravilhoso elenco." (Charles Matthews)

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Palavras que odeio (91)

Piscícola

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Cadernos de Filosofia Política de Adolfo Ernesto (XVIII)



O Abrantes

Encontrei ontem o Abrantes, em São Carlos. Ele é o famoso bloguer que assina com a sua assinatura secreta e cuja defesa do poder tem revelado um herói que infelizmente continua anónimo e que me deu ontem um importante contributo para os meus carnets de filosofia política. O Abrantes não gosta dos holofotes e escondia-se na sombra do camarote ao lado do meu. Só o reconheci por ter resmungado quando alguém por erro abriu a porta do camarote onde se encontrava:
“Aqui, só com cartão do partido”, ordenou ele, antes da porta se fechar de novo.
Reconheci a voz. Aliás, sou o único bloguer que sabe quem é o Abrantes.
Cumprimentei através do tabique:
“Sabes onde está o FAL?”, perguntou o Abrantes, com maus modos.
“Não o vi”.
“Eu não dizia? É uma conspiração!”
Comecei a ler o programa. A ópera era de Mozart e contava a história de um líder benevolente, com maioria absoluta, cuja corte se envolve na intriga e na traição, tudo acabando com um gesto de clemência do bondoso dirigente.
“Vocês, no Corta-Fitas, continuam parvos”, disse o Abrantes.
“Porquê?”
“Recusam-se a ver a beleza da construção do poder e temos de vos pôr na ordem”.
“Achas que somos assim tão relevantes?”
“Pusemos na ordem os professores e os médicos e os funcionários públicos e os jornalistas e os sindicalistas. Vocês são umas formigas”.
Calou-se. As luzes apagavam-se. Começava a música.

Primeiro acto
No palco, um grupo de bajuladores tentava endrominar o chefe. Um lambe-botas ia tão longe que o imperador chegou a protestar, pois ninguém lhe dizia a verdade.
“É importante dizer a verdade ao chefe”, arrisquei, num sussurro para o camarote do Abrantes.
“Tu és muita burro, ò Adolfo Ernesto! E este gajo, o Mozart, não percebia nada de política! O importante é não dizer a verdade ao chefe. Se repetirmos mil vezes uma mentira, então ela transforma-se em verdade. Se só existir a nossa verdade, não haverá oposição. É preciso esmagar a oposição com a exclusividade do nosso ponto de vista”.
“Compreendo. Mas, e se a realidade for diferente?”
“Que queres dizer?”
“Por vezes, a realidade contrasta de forma chocante com as nossas fantasias”.
“Isso nunca acontece. A realidade molda-se ao desejo do líder. Por exemplo, a economia vai lindamente e melhorará”.
“Sem querer contestar, há quem fale em crise...”
“A crise é um estado de espírito e molda-se conforme os desejos do líder benevolente”.
“Mas a conjuntura internacional pode levar a um agravamento da situação”.
“O importante é que os números não o mostrem”.
“Pensei que o importante fossem as pessoas”.
“As pessoas importantes, que estão do nosso lado”.
Os sussurros estavam a incomodar a plateia, que nos mandou calar, com um shhhhh irritado.

Segundo acto
O primeiro impulso do imperador é punir os traidores, mas no último momento ele recua, mostrando humanismo e piedade.
“Sabes, Adolfo Ernesto”, murmurou o Abrantes, “o importante é nunca trair o chefe. E, para isso, devemos ter sempre boas notícias para lhe dar. É por isso que urge dominar os dissidentes e impedi-los de transmitir ideias que possam confundir o povo e ameaçar a maioria absoluta, a qual, como sabes, é a única maneira de governar”.
“Mas a tua função é controlar as notícias?”
“É essencial poder defender o indefensável com fanatismo, nem que por isso me transforme num pateta. Em última análise, quando não é possível controlar as notícias ou impor a nossa visão fanatizada, a minha função é desacreditar o mensageiro”.
“Mas isso não será pior do que aqueles coronéis...”
“É mais moderno...”
Não ouvi o resto desta importante reflexão porque a plateia protestou de novo, com um profundo shhhhhhhh.
No final, o imperador deixou ir em paz o seu amigo, que o tentou assassinar. Apagaram-se as luzes. Houve frenéticos aplausos.
O Abrantes não tinha gostado:
“Pareceu-me uma tentativa de descrever metaforicamente o actual poder. Mas o imperador hesitou em excesso, parecia o Guterres. Hoje em dia, isto seria impossível. Nós tomamos decisões...”
“Mesmo que estejam erradas.”
“Claro. É preciso não hesitar e tomar decisões. Pôr toda a gente na ordem. E há um erro fundamental nesta ópera, que é o facto de se partir do princípio de que a corte ama o seu imperador porque este tem grandes virtudes, quando o amor ao poder se baseia em interesses. A defesa de uma ideia sem ideias só se explica por haver interesses, por exemplo, um tacho.”
“É o teu caso?”
“Se não é, será”.
“Não achas isso demasiado simplista e até autoritário? Quero dizer: quando os assessores tentam limitar a liberdade de informação, isso não será um pouco perigoso?”
“O erro do imperador, nesta história, foi não ter impedido a conspiração inicial que o levou ao dilema de deixar ou não cair o amigo. E, aliás, sou assessor e não sou assessor. Parece paradoxo, mas não é. Afinal, assino com o meu nome no meu blogue, embora o meu nome não tenha qualquer significado e eu, de facto, não exista”.
“És uma personagem”.
“Sou uma personagem, mas tu também”.

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Estou quase do tamanho da minha sombra

Quero tanto ser grande.
Estou quase a saber ler os cartões que o pai escreve à mãe e que a fazem sorrir. Quase a ler as legendas dos filmes, a atar sozinho os cordões dos ténis e quase, também eu, a escrever cartões à Carolina. Estou quase a saber o que é o primeiro beijo roubado atrás de um muro, a saber o que são tardes em frente a um computador, a achar as saídas com os pais uma seca, a querer ficar em casa. Estou quase a querer ter um sonho. Quase a fazer a minha primeira passagem de ano com os amigos, a colocar creme para as borbulhas, a fazer a barba, a tirar a carta de condução. Estou quase a ir sozinho de férias, a entrar para a faculdade, a ter uma namorada. Estou quase a acabar o curso, quase a trabalhar, quase a casar. Estou quase a ter um filho, a ser pai. Estou quase na praia com ele, quase a ver a nossa sombra, lado a lado. Estou quase a envelhecer. Quero tanto ser pequeno.

Abrantes e Mesquita, lda.

"Sou pequenino, mas também sou gente". É o título do post de um tal de Afonso Mesquita, que nunca escreve no CC, mas que, perante a polémica levantada e as dúvidas que se vão adensando, resolveu dar o ar da sua graça: "Confesso-me algo invejoso por os detectores de spin só darem pancada no Abrantes. Que diabo, quando me convidaram para escrever aqui ninguém me disse que havia assessores de primeira e de segunda"...
Nem a pedido o Afonsinho do condado faria melhor. Parece mesmo que o "Abrantes", com o círculo a fechar-se perante mais interrogações lançadas pelo João Gonçalves, obrigou o amigo a dizer que também existe. Mais uma prova de vida?

Mejor así!

"El camino siempre será difícil y requerirá el esfuerzo inteligente de todos. Desconfío de las sendas aparentemente fáciles de la apologética, o la autoflagelación como antítesis. Prepararse siempre para la peor de las variantes. Ser tan prudentes en el éxito como firmes en la adversidad es un principio que no puede olvidarse. El adversario a derrotar es sumamente fuerte, pero lo hemos mantenido a raya durante medio siglo. No me despido de ustedes. Deseo solo combatir como un soldado de las ideas. Seguiré escribiendo bajo el título 'Reflexiones del compañero Fidel' . Será un arma más del arsenal con la cual se podrá contar. Tal vez mi voz se escuche. Seré cuidadoso".
Fidel Castro, Granma.

A renúncia de Fidel Castro à presidência do Conselho de Estado de Cuba, anunciada paulatinamente hoje no diário oficial 'Granma' na versão 'online', é uma excelente notícia para aquele País e para o mundo. Acredito que Cuba ainda vá passar por um período de estertor, com Raul Castro, irmão de Fidel e presidente interino, mas a marcha do tempo irá levar a liberdade e a democracia ao País. É uma questão de tempo e do tipo de pressão que a comunidade de Miami fizer, a comunidade internacional e os próprios cubanos. Raul não tem o carisma nem a força de Fidel. Se o regime não cair antes dele cai depois.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Quando il diavolo ti accarezza vuole l’anima...

"Não sei se isto é verdade, mas a única vez que alguém dos blogues telefonou para o 'fixo' que tenho na secretária onde trabalho (no meu local de trabalho) - um número que nem eu fixei - foi alguém que escreve no blogue que o Francisco cita. Fê-lo de forma agradável, apesar do ar 'como-vês-sei-muito-bem-o-que-fazes-e-onde-trabalhas', depois de eu ter escrito qualquer coisa 'desafiando-o' para o Chiado como no saudoso século XIX. Convidei-o para um café que amavelmente recusou por 'não viver em Lisboa' e 'vir cá poucas vezes'. Como houve uma voz que se identificou, se ela voltar a ligar, eu informo-te, Francisco. Si non è vero, è bene trovato".
João Gonçalves, no Portugal dos Pequeninos.

"Ponto prévio: não conheço o Miguel Abrantes. Não sei se é advogado, funcionário público, quadro de empresa, jornalista ou outra coisa qualquer. Não sei nem me interessa saber. Troquei com ele duas mensagens de correio electrónico quando em Abril ou Maio do ano passado o Câmara Corporativa pôs em linha a capa de um livro meu acabado de publicar".
Eduardo Pitta, Da Literatura.

"Registo a circunstância de o Eduardo se ter 'esquecido' deste post. Actualizo-o, então. No dia imediato a tê-lo escrito, o autor do telefonema - 'Miguel Abrantes' - voltou a telefonar, desta vez para o meu telemóvel, através de 'número privado'. Tornei a convidá-lo a dar a cara com um café. Ficou para quando 'vier a Lisboa'. Quanto ao 'sumo' da questão, nada e muita gargalhada. Um bom tema para um futuro romance do Viegas, com o inspector Ramos e e algum novo 'colega' do SIS. Ficção pura, claro".
João Gonçalves, Portugal dos Pequeninos.

Ora aqui está uma das melhores trocas de galhardetes da blogosfera, entre dois vultos. O João leio todos os dias, o segundo deixei de ler há uns tempos e hoje só provou o que já desconfiava. É de uma intolerância arrogante. Como não devia ter tocado no amiguinho dele, o invisível "Abrantes", lá vem ofensa do piorio e a tentativa de estigmatizar-me profissionalmente. Ó Eduardinho, beba um chá e coma um mil folhas que isso passa. Deve ser azia, quem sabe se um reflexo tardio por ter apenas trocado "duas mensagens de correio electrónico" com um tal de "Miguel Abrantes" e não ter recebido nenhum telefonema, no telemóvel ou no trabalho.
A verdade é que o "caso" que o João Gonçalves relatou é preocupante, no seguimento das denúncias feitas por Luís Pedro Nunes no "Eixo do Mal" e que tanto eu como o João Villalobos ou o Paulo Pinto Mascarenhas interpretámos como referências ao "Miguel Abrantes" do Câmara Corporativa. Até que ele dê a cara, fica a dúvida. Trata-se de um anónimo ou da tal figura que faz telefonemas para um local de trabalho, vai cear com o Carlos Abreu Amorim, troca e-mails com o um crítico literário arrogante ou é identificado em algumas caixas de comentários? É um mistério, o tal do "Abrantes".

A entrevista

Há uma frase que, para mim, marca a entrevista de José Sócrates ao Ricardo Costa e ao Nicolau Santos, na SIC. "Há mas são verdes", disse o primeiro-ministro. Nesse ponto particular, não posso deixar de concordar...

Favas para o aquecimento global!

“O tempo” já não dá uma inócua conversa de circunstância: corremos o risco de ter que levar com dissertação, revista e aumentada, duma qualquer Verdade Inconveniente.

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Taxa para o esgoto


Hoje de manhã acordei com a minha garagem completamente inundada, mesmo depois de os bombeiros, contaram-me os vizinhos, lá terem estado desde as cinco da manhã. Eu perguntei logo se não se devia ligar para a administração do condomínio e tentar pedir explicações. Disseram-me que não. Parece que a água que inundou a garagem proveniente da chuva torrencial que caiu durante a noite não entrou ali por qualquer defeito de construção, mas sim, dizem os bombeiros e os meus vizinhos (em quem acredito), porque o escoamento nas ruas estava entupido por falta de manutenção. E agora pergunto: onde vai parar o dinheirão que somos obrigados a pagar de taxa de esgotos à CML se o os esgotos simplesmente não são limpos? Se houver quem queira avançar com uma daquelas petições online para pedir a devolução dos valores pagos nas últimas taxas, eu alinho. Entretanto, por uma vez, sou obrigado a concordar com um ministro deste Governo. Até arrepia.

Prova de vida

Numa caixa de comentários do Blasfémias, o "Miguel Abrantes" tenta provar ao Carlos Abreu Amorim que existe, que anda por aí. Para mim, e a ser verdade, é uma das grandes pérolas da blogosfera nos últimos tempos. Ora leia: "Carlos, estivemos juntos no blogue Sim no Referendo. Conheço várias pessoas que colaboraram no blogue, com as quais me continuo a dar. Assisti com muitos outros participantes do blogue a um dos Prós & Contras. Desloquei-me a Lisboa para estar presente no Hotel Altis (sede de campanha) no dia do referendo. Fui cear com várias dessas pessoas. Ando por aí, logo existo".
A minha parte preferida é aquela em que o "Abrantes" cita coisas concretas, de cidadão vulgar, como por exemplo o facto de ter estado "presente no Hotel Altis", ter ido "a um dos Prós & Contras" ou, melhor, ter conseguido "cear com várias dessas pessoas". Agora, digam-me sinceramente, existe alguém assim? Hilariante de tão patético. Também digo: antes o "Abrantes" confirmar que é, como muitos sabem, um grupinho de assessores do Governo do que um provinciano deste calibre. Coisa pouco provável, mas deixo no entanto espaço para se desfazer a dúvida: E que tal publicar a sua fotografia no blogue que supostamente publica, tal como fez o Paulo Gorjão há não muito tempo, com o sucesso que se sabe? Fica o desafio. Só assim podemos saber se o "Miguel Abrantes" que andou naqueles sítios todos - e que pode até ter-se cruzado e trocado e-mails com o CAA - é o mesmo que faz o blogue que lambe as botas ao Governo.

Dicionário da malfeitoria (6)

"Fizeram-se imputações muito graves em relação à hipótese do blogue Câmara Corporativa ser uma capa para que assessores do Governo possam espraiar as suas versões, muito próprias, acerca das vicissitudes da actualidade política nacional. Quem denunciou tem nome e deu a cara. Não estou certo onde reside a verdade. Mas sei que não gostei da reacção do blogue visado que iniciou uma série de ataques pessoais tentando desacreditar os acusadores, na esperança, quiçá, de assim conseguir desviar a atenção do conteúdo da mensagem. Evidentemente que os assessores do Governo têm o mesmo direito de qualquer cidadão de fazerem um blogue para escreverem as suas postas de serviço – mas, caso a acusação seja verdadeira, a artimanha de se fazerem passar por gente comum sem dever de vassalagem de opinião é que irrita um bocado. Tal como a ‘defesa de mero ataque’ que tão mal ensaiaram. Se a Câmara Corporativa queria desmentir a acusação foi contraproducente. Se só queria apoucar os seus acusadores ainda fez pior. É esperar para ver".

Conheço o Carlos desde 1997/98 - ainda andava ele pelo PP/Porto e incomodava muita gente com sua frontalidade e genialidade (era pró-regionalização, contra a doutrina oficial) - e desde aí o contacto tornou-se por vezes mais escasso, mas nunca se perdeu. Admiro-o pela coragem e pela inteligência, o que fica mais uma vez à vista neste post que ele colocou ontem na grande instituição de pensamento blogosférico que é o Blasfémias. O CAA lança questões importantes e, sobretudo, não ficou calado enquanto outros "bloggers" de renome assobiam para o lado na questão do "Miguel Abrantes". Excelente, até porque já produziu resultados. Veja-se o post do João Miranda e as caixas de comentários dos dois blasfemos. Há quem tente provar por A mais B que o "Miguel Abrantes" existe mesmo. Incluindo o próprio "Abrantes". Digam lá que não é uma delícia?

O choro de Lisboa

Com umas chuvadas valentes, Lisboa, ensopada, varia o tema da conversa. Debate-se o tempo, coisa inócua, como o futebol e outras banalidades. Mas se chove mais uns dias talvez comecem aí a cair uns prédios quase devolutos.
Que triste e sombria fica esta cidade encharcada, que parece chorar a ruína e a má sorte de não ter quem lhe chame sua.

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domingo, fevereiro 17, 2008

Por qué no te callas? (10)

"O que estamos a fazer é melhorar a escola pública."
José Sócrates, ontem, em Lisboa

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A Quaresma

Na Quaresma o grande desafio é o da conversão. Do próprio, que esse é um processo do foro íntimo de cada um. Agora, a minha prioridade é o profundo e redentor encontro com Jesus. Como homem completo, sozinho, em comunidade ou em família. Mesmo no epicentro da vida, com o barulho e as luzes do mundo, no agitado quotidiano que não dá tréguas. O desígnio é um divinal Encontro como o de Pedro, Tiago e João no monte Tabor. Por força da liberdade que nos concede o despojamento e a oração. Isto é uma procura, um fito, uma utopia. Possível a quem um dia olhou a morte nos olhos, e conheceu a longa, longa, noite escura. Possível ao Homem que se cumpre inteiro.
Na Quaresma, com despojamento do orgulho, vaidades e preconceitos, é tempo de aprofundar a relação com o Cristo crucificado, o Deus filho redentor da humanidade ajoelhada. Da humanidade verdadeira, não da mitológica. Do ser único, profundo e frágil, que eu sou. Mas ao qual mesmo na sua trágica precariedade, lhe é dada a graça do Amor, da reminiscência do Divino e do Perfeito.
A pouco menos de trinta dias da Páscoa de Nosso Senhor, alerto-me para o caminho de conversão e renúncia que me falta fazer. Sem a serenidade do monte Tabor, mas com o Jesus concreto da minha relação. Assim almejo uma renovação interior, a liberdade e a serena felicidade de quem sabe que nunca estará só.
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Na imagem, o Monte Tabor em Israel, daqui.

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O excesso de História nos Balcãs


Churchill dizia que nos Balcãs há excesso de História. Lembrei-me disto ao ouvir há pouco as notícias sobre a "independência" unilateral do Kosovo, que faz desmoronar ainda mais o orgulho sérvio. As consequências para o continente europeu são imprevisíveis. Aos que abrem garrafas de champanhe, convém recordar que não muito longe dali, em Sarajevo, uma só bala, disparada no dia 28 de Junho de 1914, provocou uma guerra mundial. Um precedente suficientemente arrepiante para nos resguardar de todos os optimismos.

Gostei de ler

No UK, ministro quer H2O KO por causa do CO2. Do João Caetano Dias, no Blasfémias.
Da banalidade do perdão. De Rui Bebiano, n' A Terceira Noite.
Depois de França a Dinamarca - segurança urbana. Do Carlos Manuel Castro, na Palavra Aberta.
Um pedaço da Europa. Do João Gonçalves, no Portugal dos Pequeninos.
Notas soltas. Do Francisco José Viegas, n' A Origem das Espécies.
A coerência de Vital Moreira. Do Jorge Ferreira, no Tomar Partido.
Ó descendentes de Beresford tremei: chegou a hora da nossa vingança! Da Helena Matos, no Blasfémias.
O projectista 2. Da Joana Carvalho Dias, no Hole Horror.
Plano (muito) inclinado. Do Rui Costa Pinto, no Mais Actual.
A falta que a oposição nos faz. De Rui Ramos, na Atlântico.
Orgulhosamente sós. Do Daniel Oliveira, no Arrastão.
Isto não tem nada a ver com a inépcia das autoridades. Do José Gomes André, no Bem Pelo Contrário.
Porque há histórias que não devem ser esquecidas. De Manuel Castelo-Branco, no 31 da Armada.
Incentivos financeiros. Do Eduardo Pitta, no Da Literatura.
Namoro. Da Leonor Barros, na Geração Rasca.
A mansão jubilosa da natureza. Do Miguel Castelo-Branco, no Combustões.

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Emoções básicas (crónicas)

O paraíso dos gatos
O paraíso dos gatos é um local cheio de magia. Estranhamente silencioso, tirando o meigo ronronar de contentamento que se propaga pelas nuvens fofas e brancas, como se fosse uma maquinaria de ar condicionado. Também há ocasionais miados, que são talvez conversas filosóficas; e as bulhas de brincadeira, cuja comoção aleatória provoca uma serena indiferença entre as almas.
O paraíso dos gatos é uma tépida construção nas alturas, que o sol aqueceu até ao nervo; feito de um sono prolongado, de seca quietude, e a ocasional orelha que se põe alerta, em busca de sons celestes.
O paraíso dos gatos é uma casa de meditação. E, apesar de tudo, tem uma certa melancolia, pelas saudades de uma vida breve e agitada, que já passou num repente.
O paraíso dos gatos é feito de algodão muito suave, como o colo dos donos (que era, mesmo assim, um tudo de nada frio); e há veludo, para arranhar eternamente; e, quando as luzes se apagam, movem-se na sombra ratinhos brancos, que dá gosto morder, que não estão verdadeiramente vivos e por isso não deitam sangue; o qual, convenhamos, estragaria a brancura toda dessa movimentada brincadeira.
O paraíso dos gatos é uma cidade de corpos aninhados e olhares cruzados. Verdes, amarelados; significativos e pedinchões; por vezes ofendidos, mas sempre por pouco tempo; e há comida até encher; e não é preciso tomar conta dos donos, que são afinal tão estranhos, nas suas preocupações nervosas, nos repentes, nos excessos tontos.

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Primárias americanas

Atenção às pistas que o João Caetano aqui deixa. Para ler e meditar.

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A melhor década do cinema (53)


A GATA BORRALHEIRA
(Cinderella, 1950)
Realizadores: Wilfred Jackson, Hamilton Luske, Clyde Geronimi
"Este filme, uma das melhores produções dos estúdios Disney no pós-guerra, tornou-se um clássico." (Charles Matthews)

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Domingo - 2º da Quaresma

Evangelho segundo São Mateus 17, 1-9

Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e levou-os, em particular, a um alto monte e transfigurou-Se diante deles: o seu rosto ficou resplandecente como o sol e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E apareceram Moisés e Elias a falar com Ele.
Pedro disse a Jesus: «Senhor, como é bom estarmos aqui! Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias». Ainda ele falava, quando uma nuvem luminosa os cobriu com a sua sombra e da nuvem uma voz dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência. Escutai-O». Ao ouvirem estas palavras, os discípulos caíram de rosto por terra e assustaram-se muito. Então Jesus aproximou-Se e, tocando-os, disse: «Levantai-vos e não temais». Erguendo os olhos, eles não viram mais ninguém, senão Jesus. Ao descerem do monte, Jesus deu-lhes esta ordem: «Não conteis a ninguém esta visão, até o Filho do homem ressuscitar dos mortos».

Da Bíblia Sagrada

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Da felicidade


"Não és menos feliz por te faltar do que serias se te sobejasse".
Josemaría Escrivá de Balaguer

sábado, fevereiro 16, 2008

A ler

How to Make Great Teachers, Claudia Wallis/Time Magazine

Nas colunas

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O João Gonçalves, no seu melhor

«O homem foi chefe da banda duas vezes. Viu passarem-lhe pela frente governos do partido dele e de outros. Até derrubou misericordiosamente um. E nunca nos poupou à sua retórica vazia e redonda. Afinal, Sampaio foi o quê?»

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Porque é que um conservador como eu torce pelo Obama

Confesso que torço pelo Sr. Obama, e tenho pena que ele não seja preto retinto, assim como os da Guiné. Torço por Barack Hussein Obama, porque tem nome e apelido de muçulmano, e isso pode baralhar os mais tarados anti-ocidentais. Torço por ele também pela sua estética idealista, “We shall overcame”, que também eu tenho direito ao meu lado kitsch.
Estes são as razões porque um conservador como eu torce por Barack Obama, porque nenhum dos preconceitos atrás referidos é propriedade da Esquerda.
E porque a vitória do Democrata Obama oferece-nos a todos a possibilidade de, durante pelo menos cinco anos, descansarmos da estafada retórica esquerdista anti-americana. Será politicamente incorrecto! Como sobreviverá a esquerda inquisitorial sem o seu tradicional bode expiatório? Talvez se ilumine e refresque as empoeiradas ideias.
Finalmente, para aqueles que consideram o candidato democrata demasiado naif para o cargo, eu acredito que a grande virtude da democracia americana, a mais legítima das repúblicas, é a sua autonomia funcional e capacidade regenerativa. Mesmo face ao mais canhestro dos dirigentes que a História lhe conceda em sorte.

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A melhor década do cinema (52)


CONTOS DA LUA VAGA
(Ugetsu Monogatari, 1953)
Realizador: Kenji Mizoguchi
Principais intérpretes: Masayuki Mori, Machiko Kyô, Kinuyo Tanaka, Eitarô Ozawa, Ikio Sawamura, Mitsuko Mito, Kikue Môri
"Um dos mais belos poemas de aventura e de amor louco, um dos cantos mais fervorosos compostos em honra da renúncia e da fidelidade, um hino à Unidade e, ao mesmo tempo, à diversidade das aparências."
(Eric Rohmer)

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Minhoca (Julho 2007/ Fevereiro 2008)


Nunca se devia gostar assim de ninguém, nem mesmo de gatos.

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Dicionário da malfeitoria (5)

"Parece que o Miguelito(s) anda preocupado com alguma coisa... hum... hum... Santa convergência... perdão... paciência... esta tosse dá cabo de mim".
O Carlos, da Grande Loja do Queijo Limiano, essa grande instituição da blogosfera, também já deu conta do nervosismo do "Miguel Abrantes" quanto à Central de Bloggers. Pudera, atente-se só à propaganda que o dito "Abrantes" (pseudónimo de alguns assessores do Executivo) fez publicar no seu blogue de meia-tigela nos últimos dias: "O INE estima que o crescimento económico do ano 2007 tenha atingido 1,9 por cento. Alguns dirão que é pouco. É o maior crescimento anual desde 2001. É um crescimento claramente superior às previsões formuladas pela generalidade das instituições sobre o crescimento económico da economia portuguesa. É um crescimento mesmo acima das previsões do Governo. Já agora que tantos destacam os alertas da Comissão Europeia sobre o optimismo das projecções portuguesas, seria útil que alguém fizesse um trabalho comparativo entre aquilo que foi dito em 2006 e 2007 e a prova da realidade".
A isto se chama trabalho de sapa, em nome do superior interesse nacional, hein? A Central de Bloggers não pára, está sempre a teclar que é para nós, portugueses comuns, não deixarmos de reparar na grande obra do senhor engenheiro e seus ajudantes.

P.S. - Como estou com um MacBook Pro não sei fazer links. Quando puder, trato disso.

O ouvidor (4)


Linkin Park - "Shadow Of The Day"

Homens!

Parecia uma seta, de tal maneira que deu nas vistas aquela sua entrada, tão atabalhoada, numa perfumaria cuja viabilidade eu sempre questionei, sobretudo devido à sua localização, para mim um tanto descabida. Olhei para o relógio. Já passava das 20h. Em pleno dia dos namorados, não foi difícil imaginar a situação. Já estava atrasado e ainda tinha que desencantar o presente. A avaliar pelo sorriso da balconista deve ter-lhe confiado a escolha do perfume. Saiu dez minutos depois já de embrulhinho na mão. E eu percebi, finalmente, por que raio existem perfumarias nas estações do metro.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Nas colunas

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Cardiopatia

Hoje falei ao Joaquim no gato da Teresa. Atento como sempre, ele ia-me dizendo para virar à esquerda, contornar a rotunda, manter-me na faixa da direita. Contei-lhe que, quando cheguei à blogocoisa, imaginava que tinha chegado a um espaço etéreo, povoado de ideias sem corpos. Que cada troca de impressões seria um contacto passageiro, logo substituído por outro assunto, outra opinião, sem nunca nos prendermos. Mas que agora dava por mim a pensar no gato da Teresa, preocupada com o bicho que não conheço. E que o mesmo me tinha acontecido com ele: tive o Joaquim para ser mais independente, mais livre. E agora não me faço à estrada sem a sua companhia, sem o tom metálico da sua voz a indicar-me o caminho. Contra o que é costume, o Joaquim ficou calado. Encostei o ouvido ao visor frio. Ao fim de um bocado ouvi uma batida: tum tum, tum tum. Irregular. Bolas, Joaquim, como é que agora eu vou carregar no botão do off?

Gratos pela preferência!

O Corta-fitas, eleito o blogue da semana do Pedro Rolo Duarte chegou hoje à Janela Indiscreta da Antena 1. Podem-se ouvir aqui as suas simpáticas palavras.
Um estabelecimento às suas ordens, caro Pedro, volte sempre!

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Como o acaso vira a vida do avesso


E se Adolf Hitler, quando saiu da sua Linz natal para concretizar o sonho de ser pintor, não tivesse chumbado na admissão à academia de belas-artes de Viena? A pergunta, para quem gosta de fazer leituras psicológicas da história universal, tem razão de ser: um Hitler reconhecido como artista pela elite vienense jamais teria precipitado a II Guerra Mundial.
E se James Dean não tivesse desaparecido tragicamente, ao volante de um Porsche prateado, com apenas 24 anos, em 1955? Imaginemo-lo disforme e grotesco como o Brando crepuscular ou destruído pela sida, como aconteceu a Rock Hudson: não sobraria espaço para o mito, só possível porque os deuses o levaram tão jovem para o seu Olimpo.
Uma porta que se fecha na cara, um pouco mais de pressão sobre um pedal: um quase-nada capaz de mudar o mundo. “O acaso é uma parte da realidade. O inesperado acontece nas vidas de todos nós com uma regularidade quase entorpecente.” São palavras de Paul Auster, um dos autores contemporâneos que mais têm sublinhado a importância do acaso na viragem de qualquer vida. Quantas vezes a realidade não supera os mais assombrosos cenários de ficção?
Herbert L. Matthews foi um daqueles homens cujas vidas mudaram para sempre num só dia, que para ele constituiu simultaneamente o apogeu da sua carreira de jornalista e uma data fatídica que jamais o largou. Era um repórter que se distinguira ao serviço do New York Times na Guerra Civil de Espanha e na II Guerra Mundial antes de o instalarem, durante uma década, num gabinete de editorialista. Naquele dia, 17 de Fevereiro de 1957, conseguiu o furo da sua vida: entrevistou Fidel Castro na Sierra Maestra.
Castro liderava um pequeno grupo de guerrilheiros que se opunham à ditadura de Fulgencio Batista mas era praticamente desconhecido fora de Cuba. Foi Matthews quem o transformou num mito ao projectá-lo para a manchete do seu jornal a 24 de Fevereiro, uma semana após ter entrevistado o jovem comandante barbudo que Batista jurara ter morto uns meses antes. Afinal Fidel não só estava vivo como comandava “centenas de homens”, como Matthews garantira na reportagem.
O veterano jornalista, já com 57 anos, deixara-se iludir: Castro tinha apenas 18 homens armados na Sierra Maestra. Mas o mito do resistente hercúleo estava lançado: o furo jornalístico transformou-se no maior veículo de propaganda da “revolução” cubana, que triunfaria menos de dois anos depois – e se transformou numa ditadura mais feroz e muito mais longa do que a de Batista.
Herbert L. Matthews, antes tão louvado pela sua proeza, passou a ser contestado nos Estados Unidos à medida que Castro revelava a sua face de autocrata sem escrúpulos. Considerado um herói em Cuba, país que continuou a visitar quase até à morte, em 1977, recebeu críticas contundentes dos seus próprios colegas, que o consideraram um peão ao serviço do comunismo castrista. Depois de se reformar do New York Times, em 1967, radicou-se na Europa e na Austrália. Obstinado até ao fim, nunca denunciou o carácter ditatorial da “revolução” nem admitiu ter-se enganado quando assegurou aos leitores que Castro era um democrata genuíno que só pretendia instaurar a democracia na ilha. Em 1969, ainda o considerava “um dos homens mais extraordinários do nosso tempo”, dando razão aos seus críticos: o jornalista que denunciara a ditadura de Batista era incapaz de denunciar a ditadura de Castro.
Outro repórter do New York Times, Anthony De Palma, disseca este caso num livro brilhante, agora editado em Portugal pela Bizâncio: O Homem que Inventou Fidel. Tese: Matthews tornou-se prisioneiro da sua manchete. Reconhecer os erros do ditador “teria diminuído a sua própria importância” enquanto jornalista que o deu a conhecer ao mundo. Conclusão: por vezes é muito ténue a linha que separa a verdade do mito e mesmo um jornalista experimentado pode cair nas malhas da propaganda. A vida de Matthews teria sido bem diferente se não tivesse subido à Sierra Maestra naquele dia, escapando à monotonia do trabalho de gabinete em busca, mais do que de uma notícia, do “reconhecimento” que, segundo Hegel, é uma característica inerente à espécie humana. Sem esse golpe do acaso, perderia uma cacha mundial mas mantinha incólume a sua reputação, que assim foi manchada para sempre.
................................................................................................................
O Homem que Inventou Fidel
Autor: Anthony De Palma
Editora: Bizâncio
Páginas: 328
Classificação: ****

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O peso da responsabilidade

Estamos a meia-dúzia de visitas de ultrapassar o 31 da Armada e aproximamo-nos a passos largos de outros grandes blogs nacionais. Os meus dedos tremem hesitantes, ao digitarem um texto que não comprometa os objectivos traçados. Sinto o peso da responsabilidade... e uma enorme falta de inspiração.
Mas que me perdoe a concorrência, (os liberalíssimos rapazes do 31 sabem bem do que eu falo) isto de crescer, multiplicar, subir, progredir ou ultrapassar sabe muito bem. É coisa orgânica e própria de gente viva.
A propósito, alguém me sabe explicar o que se passa, por onde anda, o botão das estatísticas que fugiu lá em baixo do rodapé? Será que caiu com o peso da responsabilidade, ou aconteceu-lhe o mesmo que aos tilins do Minhoca? Teresa?!!!

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Palavras que odeio (90)

Busílis

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The plot thickens

Não ficamos a saber a opinião do seu invísivel sidekick Afonso Mesquita, mas o Miguel Abrantes queixa-se - transtornado quiçá pelas nossas moças da sexta-feira - que aqui sente-se «como numa casa de pneus». Deduzimos pelo tom empregue que Miguel Abrantes não está à vontade quando entra nas verdadeiras casas de pneus. O que em nada abona a seu favor, diga-se de passagem. Se Miguel Abrantes é ou não Miguel Abrantes é-me completamente indiferente. Agora surpresas ainda piores do que essa é que o meu pobre coração já não aguenta.

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Para o Minhoca


Querido Minhoca, vê se te pões bom,
queremos um dia ouvir o teu rom-rom.
É verdade que nada será como dantes,
quando eras um gato igual aos restantes.
Mas a vida continua aí nessa salinha,
contigo enrolado na manta quentinha.
Há gatas lá fora mas também confusão,
brigas com cães e muita aflição.

Tens uma dona que gosta de ti,
embora possas pensar que menti
e se ela diz que só quer o teu bem
deves acreditar e eu também.

Quando estiveres assim melhorzito
vinga-te na cortina ou no piriquito.
Só não guardes por ela rancor
e dá à tua dona mimo e calor.

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Retratos de Lisboa (1)

Viaduto Duarte Pacheco, Lisboa 1941... em hora de ponta?

Fotografia, daqui.

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Verdes planos


Vale a pena ler este "plano de acção inspectiva" da Autoridade para as Condições do Trabalho, que «nos próximos três anos prevê a realização de quase 100.000 intervenções em locais de trabalho». O que aqui está não é blá blá. Ainda vamos ouvir falar mesmo muito destes senhores, ao lado dos quais o impacto da ASAE na actividade económica se arrisca a parecer o de uma fisga. Dizem-me que quem dirige a instituição detesta em particular o esquema das empresas com trabalhadores a recibos verdes. Nesta altura, em que a Geração Recibo Verde se organiza e protesta, junta-se a fome à vontade de comer.

Qual o candidato que lhe serve?


Neste inquérito online da Minnesota Public Radio pode-se responder a uma série de perguntas sectoriais sobre a política norte-americana, incluindo questões sociais, económicas e de princípios. Eu, confesso, ainda não o fiz porque tenho medo que me demonstre que o meu candidato afinal seria o Mike Huckabee e não o John McCain, o meu preferido. Pior era se o resultado desse Obama ou Hillary, mas aí só se estivesse a ver mal ou não soubesse ler em inglês. Ou se estivesse com os copos, o que também é quase impossível.

Por qué no te callas? (9)

"A nossa economia está hoje muito melhor do que há três anos atrás."
José Sócrates, ontem, na Trofa

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O Pedro Sales, no seu melhor

«Eduardo Barroso é um homem vaidoso. Este médico, que foi ontem ao Parlamento garantir que não se considera um mercenário, pagou a si mesmo 277 mil euros pela disponibilidade total para as operações que não fez e pela dedicação exclusiva para um trabalho que efectuou enquanto acumulava funções no Hospital da Cruz Vermelha. É um homem bom, muito bom.»
No Zero de Conduta

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O dicionário da malfeitoria (4)

Vítor Amado, do Mentes Despertas.
Mais um blogger preocupado com essa figura que dá pelo nome de "Miguel Abrantes", um pseudónimo de um grupinho de assessores do Executivo e que não têm coragem para dar a cara. São pagos do nosso bolso, com o dinheiro dos nossos impostos e, sob a capa do anonimato, atacam tudo e todos. Quer dizer, deixam intacto o Governo que os alberga.

A esquerda de que a direita gosta


"Quem não gostava de ter nos braços a felina Bruni, com as suas pernas de gazela e o seu sorriso de Botticelli?"
Pedro Mexia

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Sexta-feira com classe

Nicole Kidman
(Enviada pela leitora Alice Campos)

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Santana, Cleon e Sócrates

Quando iniciou a Guerra de Peloponeso, que criaria as condições para a irresistível derrocada de Atenas como potência política, cultural e militar, o seu líder Cleon, que detestava ser criticado, afirmou sibilinamente: “O povo despreza quem os trata bem”. Se olharmos para palco da política nacional encontraríamos facilmente quem pensa o mesmo. Julgam erradamente, como dizia Aristófanes, que o povo não é o senhor e que os líderes, como Cleon, não são os seus escravos. Por isso quando o sr. Santana Lopes diz que “uma grande parcela do território nacional está pior do que estava há 20 anos, está mais pobre, mais isolada, envelhecida e desprotegida. A culpa é igualmente nossa, dos partidos que estiveram no Governo durante estes 20 anos”, está a ser o mais clarividente dos políticos da actualidade. Algo que se julgaria impossível num político que nunca tinha admitido vulnerabilidades. Mas que achará o Cleon dos dias de hoje, o sr. José Sócrates, de tudo isso? Por certo responderá convictamente, com um sorriso desafiador, que o povo despreza quem os trata bem, apesar de lhes fechar os centros de saúde, as escolas e tudo o que não cheire a cultura “clean”.

Sexta-feira


Isabeli Fontana, para a Sports Illustrated.

Momentos Kodak (63)


Dia dos namorados é quando um homem (mulher) quiser.
Paris, Novembro de 2005
Fotografia: Rodrigo Cabrita

A melhor década do cinema (51)


A MULHER QUE VIVEU DUAS VEZES
(Vertigo, 1958)
Realizador: Alfred Hitchcock
Principais intérpretes: James Stewart, Kim Novak, Barbara Bel Geddes, Tom Helmore, Henry Jones, Raymond Bailey, Ellen Corby
"Um dos melhores desempenhos femininos no cinema." (David Thomson)

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quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Benchmark

Alguém deixou no Cinco Dias um comentário que inclui os seguintes considerandos: «Para eles o problema é a teocratização do raciocínio instrumental, cientifico se desejares. Mas isto não implica uma defesa da organicidade teocrática per se. O problema, para os frankfurtianos, é simples: é a racionalidade instrumental-cientifica que está a ser teocratizada».
Eu só pergunto: Por que é que não temos comentários deste calibre? Hem? Onde estão os nossos frankfurters? Ou estamos limitados às salsichas com o mesmo nome? Anónimos, aprendei a contribuir para a dignidade intelectualmente orgânica deste espaço. Citai Habermas se for preciso! Senão ainda perdemos o zeitgeist e a culpa é toda vossa.

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A esquerda está cheia de escorpiões

Não sou eu que digo. É o insuspeito Leonel Moura. Leiam aqui.

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A direita de que a esquerda gosta

"Prefiro uma maioria absoluta do Partido Socialista a uma maioria [relativa] do PSD [em 2009]."
Lobo Xavier, na 'Quadratura do Círculo'

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Viernes


Podes deixar o bibelô em cima da mesinha, Javi, que agora estou ocupada. O Benfica está a ganhar.

As palavras dos outros

"É na Net que se escreve melhor português, hoje."
Manuel António Pina, citado por Alexandra Lucas Coelho no Público

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Bobo é você, cara!

«Presidente russo diz não ter interesse em retomar Guerra Fria». Há títulos assustadores, hem? Lido este artigo do brasileiro Globo, Vladimir disse qualquer coisa como: «Chill out, people! A malta só aponta os mísseis em caso de "extrema necessidade". Queremos é tratar da nossa vidinha. O Medvedev vai ser um gajo porreiro».
Pela primeira vez, Vladimir comentou as notícias sobre a sua fortuna pessoal, ao classificar os boatos de que está putrefacto de rico como «um monte de bobagens». Se não disse exactamente assim, foi com certeza uma frase ainda mais esfarrapada do que as partes íntimas do Minhoca.

O dicionário da malfeitoria (3)


O texto em cima, que vale a pena ler na íntegra e com os acrescentos todos, é da autoria de Henrique Fialho, do blogue Insónia. Importa dizer que neste caso, como no último que relatei, trata-se de um blogger e de um blogue que concorda "em muitas matérias, com as tomadas de posição expostas no Câmara Corporativa". Mas também está preocupado, como nós todos, se será legítimo o dinheiro dos nossos impostos estar a ser usado por uma Central de Bloggers ao serviço do Governo. O tal Miguel Abrantes que apareça e dê a cara. Enquanto isso não acontece, conto-vos uma "estória" que me foi relatada ontem por um jornalista que escreve num dos blogues de maior audiência do País. Dizia-me ele que aqui há uns tempos um importante blogger, por sinal de direita, terá recebido um telefonema no seu local de trabalho de um tal de "Miguel Abrantes". Sucede que o blogger em causa trabalha, dizem-me, para o Estado. A ser verdade, chamo a isto intimidação.

O PRD, no seu melhor

«Pode ser que um dia destes aconteça realmente algo. O Benfica ganhar. A justiça revelar-se. Um corrupto de colarinho branco ser mesmo julgado e mesmo condenado. Os portugueses não terem memória de galinha e serem gratos aos feitos que Scolari conseguiu. Qualquer coisa de jeito. E de novo». Pedro Rolo Duarte

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Opinião pública

De repente, em pleno Inverno, multiplicam-se as esplanadas em Lisboa. É o habitual engenho muito português: como a nova legislação não permite fumar no interior da generalidade dos cafés, logo se improvisa um espaço exterior.
Estou numa destas esplanadas com um livro fascinante nas mãos: Retratos de Coragem – o célebre Profiles in Courage, de John Fitzgerald Kennedy, que em 1957 valeu o Prémio Pulitzer ao futuro presidente dos Estados Unidos da América. A obra, que demorou meio século a ter versão portuguesa, foi agora lançada pela Esfera do Caos, com uma excelente tradução de José Gomes André.
Na mesa ao lado, duas senhoras. Falam e fumam. Falam sobre fumo, protestando contra a nova lei do tabaco. Em tom suficientemente alto para me distrair momentaneamente da leitura.
- Disparate, termos que fumar agora aqui. E eu que sempre detestei fumar na rua! – desabafa uma.
- Também eu. Gosto de ver sair o fumo e aqui não dá – indigna-se a outra.
- Ainda nos arriscamos a apanhar uma valente constipação – conclui a primeira.
Divirto-me com os comentários das duas senhoras que não revelam medo dos comprovados efeitos do tabaco na saúde mas exprimem receio pelas nefastas consequências do ar livre. E logo retomo a leitura. O livro de Kennedy – sem dúvida fascinante – é um ensaio político sobre “a mais admirável das virtudes humanas – a coragem”. O então senador do Massachussets destaca oito políticos americanos de várias épocas e de várias tendências que não hesitaram em remar contra os ditames partidários, os editoriais da imprensa e as correntes dominantes na “opinião pública”, com sacrificios pessoais indescritíveis. “Homens que fizeram do Senado dos EUA algo mais do que um mero conjunto de robôs capazes de registar obedientemente as opiniões dos seus constituintes, ou do que uma assembleia de oportunistas, especializados tão-só em prever e seguir as inclinações da opinião pública.”
Interrompo de novo a leitura. As senhoras a meu lado ainda fumam, ainda protestam contra a nova lei que “viola as liberdades”. Sob o céu azul de Lisboa, talvez a capital europeia mais bafejada pelo esplendor do sol.

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Dia dos Namorados II


Num episódio de Anatomia de Grey, série muito premiada e apreciada por adolescentes, ouvi o seguinte: “Amor verdadeiro? Se a Julieta foi estúpida ao ponto de por amor tomar uma droga e se deitar num mausoléu, mereceu tudo o que lhe aconteceu”. Proferida a rematar esse episódio em jeito de moral da história, essa sentença despertou no rosto imberbe das minhas sobrinhas (12 e 14 anos), fãs confessas da série, um sorriso cínico de aprovação. Daqui a pouco tempo, quando os namorados lhes começarem a oferecer ursinhos de peluche a dizer “I love you” no dia de S.Valentim, são bem capazes de lhos esfregarem na cara, só para não serem estúpidos. I love you? Nem pó!!

A melhor década do cinema (50)


SABRINA
(Sabrina, 1954)
Realizador: Billy Wilder
Principais intérpretes: Humphrey Bogart, Audrey Hepburn, William Holden, Walter Hampden, John Williams, Thomas Fairchild, Martha Hyer, Joan Vohs, Marcel Dalio
"Um elenco imbatível." (Leonard Maltin)

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Palavras que odeio (89)

Tabu

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Dia dos namorados

«Will you still be sending me a Valentine,

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Nilton descobre Maria Amélia

No novo site do Nilton www.nilton.tv vale a pena ver a primeira odisseia do Nilton no País Real e conhecer a Maria Amélia que controla o sol, a lua e as estrelas. Espreitem! http://www.youtube.com/v/uEJh4giaijc&rel=1
Já nunca mais iremos olhar para umas certas torres da mesma maneira...
Nilton, ficamos à espera da 2ª parte - a ida até à Fonte Luminosa. Nada como ver com os próprios olhos...

Ainda iremos a tempo?

Tentei criar uma petição online contra a castração do pobre felino Minhoca, o gato da nossa Teresa que hoje vai à faca, mas não consegui. O Crónicas do Rochedo, no entanto, dedica ao animal o seu primeiro post do dia: «Post para um gato infeliz». Minhoca, tens por todo o mundo a simpatia e a compaixão de muitos. Aguenta-te, pá!

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«É só ligar para o meu gabinete»

"Entrevista" enviada pelo nosso leitor e comentador J.C.
e definida pelo próprio como: «Reduzida ao essencial»
Primeiro-ministro sobre os projectos:
«Vou para a reunião do conselho»
O primeiro-ministro volta a encarar a polémica sobre os projectos e garante ter de ir «para a reunião do conselho de ministros». Nesta entrevista exclusiva, o chefe do governo manifesta-se ainda disponível para prestar qualquer outro esclarecimento.
J.C. - Bom dia, senhor primeiro-ministro. O senhor insiste que a história dos projectos que assinou e que aparentemente não tinha executado é uma calúnia?
J.S. - Lamento ser necessário voltar a afirmar o que já disse várias vezes, mas vou repetir-lhe o mesmo pela última vez: todos os projectos que assinei são da minha responsabilidade!
J.C. - Isso toda a gente sabe, senhor primeiro-ministro, porque eles estão assinados por si. O que lhe pergunto é isto: porque é que o senhor diz sempre que são da sua responsabilidade e nunca afirma que são da sua autoria?
J.S. - Eu é que agradeço. Agora, se me permite, vou para a reunião do conselho de ministros. Sempre que precisar de mais algum esclarecimento, já sabe que é só ligar para o meu gabinete. Bom dia e até uma próxima oportunidade.

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quarta-feira, fevereiro 13, 2008

O pai adoptivo do major Alfredo Reinado

Sei poucas coisas sobre o major Alfredo Reinado, mas uma das que sei é que é adoptado. Esta informação surge sempre que se fala no corpo, no velório ou no funeral: diz-se que está em casa "do pai adoptivo".
Amigos e familiares que adoptaram os filhos já me tinham chamado a atenção para esta obsessão jornalística: sabendo-se que alguém foi adoptado, parece que não conseguimos deixar de o repetir, mesmo que o assunto não tenha relação nenhuma com a forma como cada um chega à condição de pai, mãe ou filho. Dizem-me essas pessoas mais atentas que isso cria um estigma permanente nos filhos. E que filho é filho, seja qual for a forma como se chega lá.
Ao longo do dia de hoje não sei quantas vezes ouvi falar no "pai adoptivo", sempre à espera que este dado se torne relevante e sempre a verificar que, afinal, se esgota nisso mesmo. O pai do major Reinado é adoptivo.

Parabéns


A Marta Rebelo faz anos hoje. Não vou dizer quantos, nem isso interessa quando se trata de uma Senhora. Só interessa que seja feliz e que fique com este ramo de rosas dos seus amigos do Corta-Fitas. Parabéns!

Adeus, Henri Salvador

Chamava-se Henri Salvador. Era o último dos grandes “crooners” de língua francesa, um nómada sempre em busca das emoções e dos prazeres. Descobri-o na sua última fase, em que interpretava temas de Benjamin Biolay ou Karen Ann Ziedel. Recordo uma, ao acaso, linda, “J’ai Vu”. Onde cantava com os olhos virados para o horizonte, para o mar:
“J’ai Vu/Tant de mers tant de rivages/Tant de ciels de paysages/j’ai vu/Tant d’escales et tant de ports”.
Tinha 90 anos. Uma vida cheia de rotas e destinos. Como só alguns têm o privilégio de ter.