domingo, fevereiro 17, 2008

A Quaresma

Na Quaresma o grande desafio é o da conversão. Do próprio, que esse é um processo do foro íntimo de cada um. Agora, a minha prioridade é o profundo e redentor encontro com Jesus. Como homem completo, sozinho, em comunidade ou em família. Mesmo no epicentro da vida, com o barulho e as luzes do mundo, no agitado quotidiano que não dá tréguas. O desígnio é um divinal Encontro como o de Pedro, Tiago e João no monte Tabor. Por força da liberdade que nos concede o despojamento e a oração. Isto é uma procura, um fito, uma utopia. Possível a quem um dia olhou a morte nos olhos, e conheceu a longa, longa, noite escura. Possível ao Homem que se cumpre inteiro.
Na Quaresma, com despojamento do orgulho, vaidades e preconceitos, é tempo de aprofundar a relação com o Cristo crucificado, o Deus filho redentor da humanidade ajoelhada. Da humanidade verdadeira, não da mitológica. Do ser único, profundo e frágil, que eu sou. Mas ao qual mesmo na sua trágica precariedade, lhe é dada a graça do Amor, da reminiscência do Divino e do Perfeito.
A pouco menos de trinta dias da Páscoa de Nosso Senhor, alerto-me para o caminho de conversão e renúncia que me falta fazer. Sem a serenidade do monte Tabor, mas com o Jesus concreto da minha relação. Assim almejo uma renovação interior, a liberdade e a serena felicidade de quem sabe que nunca estará só.
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Na imagem, o Monte Tabor em Israel, daqui.

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