quinta-feira, maio 31, 2007

A greve que serviu ao Governo

1. A greve não foi geral: foi parcial. Muito parcial. O PCP, por interposta CGTP, prestou com isto um enorme favor ao Governo. José Sócrates deve estar grato aos comunistas por este balão de oxigénio no momento em que mais precisava dele.
2. Ou muito me engano ou o fracasso desta greve fornece ao PCP o pretexto que faltava para afastar Carvalho da Silva da liderança da CGTP. Espantosa ironia: o homem que discordava da greve geral foi afinal, por força das circunstâncias, o rosto do fracasso dessa greve. Motivo suficiente para que a direcção comunista entenda despedi-lo com justa causa. Vai uma aposta?

Ter pedalada


Parece que o nosso primeiro-ministro se prepara para ir até Paris, para um encontro de trabalho - onde deve receber as principais recomendações sobre o que tem mesmo de ser feito durante os próximos seis meses da presidência portuguesa da União Europeia - com Nicolas Sarkozy. Estou curioso em saber se José Sócrates também aí vai fazer o seu jogging matinal, com a ligeira diferença de que em Paris não se poderão fechar os Champs-Élysées nem fazer figuras tristes. É que não é propriamente a mesma coisa que correr no Calçadão do Rio de Janeiro, na marginal de Luanda, na Praça Vermelha ou em Pequim. Em Paris, ainda por cima, há agora um Presidente que faz jogging a sério, anda a cavalo e faz mais uma série de desportos. Vai uma corridinha?

Ora aqui está

O País depois do almoço


Recebido hoje de autor desconhecido.

«Una carga erotica muy grande»

À atenção da organização da Bienal de Veneza, prestes a começar.

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Uma boa notícia

O nosso Luís Naves colocou hoje, no Prazeres Minúsculos, o seu último fragmento de Territórios de Caça. Uma novela «húngara» que constitui, sem dúvida pelo menos para mim, a melhor experiência literária já concebida expressamente para a blogocoisa em Portugal. Façam o favor a vós mesmos de reunir e ler todos os 25 posts e, depois, digam-me se não tenho razão.

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Bye-bye Nani

Como se previa, o Sporting perde Nani para o Manchester United já este ano e está em risco de ver também sair Romagnoli, se não chegar a acordo com o Vera Cruz. A saída de Tello, da forma que aconteceu, e a faltar ao respeito ao clube, não merece qualquer lamento. Mas também aí o clube é responsável por não ter chegado a um acordo para a renovação mais cedo. O Besiktas rouba um jogador sem dar um chavo que seja ao SCP. Mas a saída de Nani era inevitável, continuando o clube de Alvalade na senda da descoberta e formação de grandes jogadores que deixam Portugal mal a fama ultrapassa fronteiras. 25 milhões de euros por aquele jogador é melhor que nada, mas é pouco. Se a renovação tivesse acontecido há meses, no início da época, nada disto iria suceder e quem o quisesse levar tinha que pôr vários zeros no cheque. Vamos ver como é que Paulo Bento vai montar a equipa do próximo ano, que irá estar na Champions, onde não se joga apenas com remendos. Gostava que os senhores Filipe Soares Franco, Miguel Ribeiro Telles e Miguel Salema Garção explicassem melhor os contornos destas operações. E que nos dissessem qual a estratégia de ataque para a próxima época, se é que ela existe.

Tertúlia literária (184)

- Qual é, para si, o médico que mais se destacou na literatura portuguesa?
- Bem, nunca li nada dele mas ouvi falar muito do Doutor Jivago.

Obviamente de acordo

Com tudo quanto a Helena Matos escreveu aqui.

Os tugas (15)


- Como vai?
- Assim-assim.
- E a família?
- Mais ou menos.
- E lá no emprego?
- Uns dias melhor, outros dias pior.
- Deixe andar, que as coisas melhoram.
- Talvez sim, talvez não. E você e os seus?
- Cá vamos andando, como Deus manda.
- Vou pôr-me a caminho. Desejo-lhe muita saúde, que é o que é preciso...
- Até um dia destes. Gostei de conversar consigo.

O núcleo já não é tão duro


Notei um pequeno foco de dissidência no Governo, vindo de onde menos se esperava: o ministro Pedro Silva Pereira apareceu ontem nas televisões com uma gravata às riscas. Demarcando-se das bocejantes gravatinhas monocromáticas do Chefe Máximo. Com tanta trapalhada, cheira-me que o "núcleo duro" começa a amolecer...

Coincidência?

A senhora deputada dança?

Ao que parece, não há improviso que chegue na Assembleia da República. Hoje, às 19.30H na Sala do Senado, toca a Big Band do Hot Clube de Portugal. Já agora, aqui ficam Ella Fitzgerald e Duke Ellington em «Don't Get Around Much Anymore». Um swing à maneira. E uma sugestão para a excelente série «O Vale do Riff» do meu amigo Ricardo.

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Com tranquilidade?

Com um nono lugar entre os países mais tranquilos do mundo, temos também um Estado que é o pior pagador entre os países da UE com um prazo médio de 5 meses no cumprimento das suas dívidas. De acordo com o relatório da Intrum Justitia, 13% das PME estão em risco de fechar. Isto, é evidente, não é asssunto que o Governo mencione no debate parlamentar. É muito sexy falar do sucesso alcançado pelo pagamento célere de serviços e impostos pelos cidadãos através da internet, mas muito pouco confortável explicar como pretende o Estado fazer o mesmo.
Não é com tranquilidade que os credores (PME e não só) aguardam. É com receio. Sabem que estão metidos num ciclo de dependência, o qual pode originar que aqueles que protestam ou exigem o cumprimento dos prazos percam o próximo concurso ou oportunidade. Entretanto, os fornecedores dessas empresas aguardam também, num processo em escadinha descendente que espirala dívidas por aí fora e enche os bolsos das empresas de factoring e leva ao endividamento bancário.
Na Noruega, segundo sei, o prazo máximo de pagamento de facturas é de 15 dias. Depois disso, a conta do devedor é congelada até à resolução da dívida. A Noruega é o país mais tranquilo do mundo. Acredito que seja. Tem dois orçamentos e a segurança social paga até daqui a uma brutalidade de anos à conta das receitas do petróleo. Que nós sejamos os nonos é que já me provoca maior cepticismo. Acho é que tomamos muitos anti-depressivos.

Ligar Sócrates à terra

Mais uma vez a escolha do tema para o debate mensal de hoje à tarde recaiu sobre um tema que é de extrema actualidade e de impacto directo sobre o dia a dia de cada português: “Acesso às Tecnologias de Informação e Competitividade”. É um tema actual, modernaço e que fica sempre bem ter à mão quando não se quer discutir trapalhadas como as gravíssimas declarações do ministro Mario Lino a propósito do novo aeroporto da Ota ou o "caso Fernando Charrua".
O primeiro-ministro bem pode tentar hoje aparecer com os números do acesso à banda larga, as inúmeras casas que já têm Internet, os bairros onde há rede sem fios e as escolas mais à frente, mas o que se espera é que as oposições, e em particular Marques Mendes, o liguem "à terra". Marques Mendes, e muito provavelmente Paulo Portas, terão de obrigar Sócrates a reconhecer que nos dois casos o Governo agiu mal. No primeiro, porque é impensável que o autismo na defesa da Ota leve a "gaffes" daquele tamanho, ofensivas para populações e, sobretudo, para alguns grupos de risco em matéria de saúde. No segundo, porque o Executivo peca, pelo menos, por omissão. E a liberdade, quando exercida com responsabilidade, é um valor supremo.

Flop geral

Não adianta esgrimir com números. Bastou ontem sair à rua para perceber que a iniciativa da CGTP foi um flop. Uma greve geral digna desse nome não pode ser apenas uma greve da função pública. E se formos a ver, quem aderiu foram os do costume: administração pública, transportes, professores e pouco mais.
Se houvesse menos gente em situação precária no emprego a adesão à greve teria sido maior? Em teoria, sim. Mas na prática arrisco a dizer que não. Menos precaridade e já agora mais emprego esvaziariam as razões dos sindicatos, diminuiriam a base de contestação social ao governo, logo o número potencial de grevistas. Pelo que se conclui que uma "greve geral" convocada pelos motivos que foram invocados para esta nunca teria grande expressão. Foi um erro estratégico da CGTP que Carvalho da Silva bem soube prever...

Também posso?

Já agora, aproveito para fazer a crítica literária do livro da Lucy Pepper , O Livro das Receitas NojentasReceitas Nojentas são receitas com aspecto horroroso e nomes que fariam um porco ficar com vontade de vomitar... Contudo, são as melhores e mais deliciosas do mundo. Podes aprender a cozinhar coisas muito saborosas ao mesmo tempo que aterrorizas os teus pais, irmãos e amigos. As avós, particularmente, vão achar estas receitas um nojo... Apenas por causa do nome, pois se tiverem coragem para as provar, vão querer que lhas ensines. No fim, poderás dizer "Eu é que fiz". E deixas aos outros a tarefa de lavar a louça!»
Com ilustrações fantásticas mas igualmente nojentas, este livro tem receitas como "miolos liquidificados de escorpiões-do-deserto" (vulgo hummus), "enguias gregas picadas em iogurte", "olhos gigantes fritos", "dragão estufado", "entremeada de extraterrestre", "sopa de lava-louça entupido", "poças pegajosas de Marte", "baratas achocolatadas" e diversos batidos horrorosos.
Um livro horrivelmente nojento com receitas irresistíveis a crianças e adultos (para limpar a cozinha).
Lesmas em manteiga com folhas: "Come com amigos, ainda quentinhas, deliciosas, antes que fujam!"

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quarta-feira, maio 30, 2007

Mais livros

Gilles Lipovetsky, o teorizador da Era do Vazio, chega a Lisboa na sexta-feira para especular sobre a Felicidade Paradoxal.

Mau prenúncio para Costa

A vitória de Zapatero nas legislativas espanholas de 2004 serviu de prenúncio ao triunfo de Sócrates no ano seguinte, como os socialistas portugueses na altura sublinharam. O prenúncio, para eles, agora é mau: a vitória esmagadora do PP em Madrid, tanto para o executivo municipal como para o governo comunitário, constitui um augúrio nada auspicioso para António Costa em Lisboa. O PSOE acaba de sofrer a maior derrota da sua história em Madrid (16 pontos atrás do PP na eleição municipal, 18 pontos atrás do PP na comunidade madrilena, onde os populares os suplantaram por meio milhão de votos). Curiosa foi a reflexão do El País, que em editorial na edição de segunda-feira foi incapaz de disfarçar a decepção perante a derrota socialista: "Sem Madrid, a esquerda teria ganho amplamente o conjunto [das eleições]." Uma análise digna do ficcionista José Saramago. Como se Madrid, que vota à direita, fosse uma jangada de pedra, susceptível de se separar da Espanha "socialista" por um golpe de magia.

Ao comentarista que me mandou cozer(?) meias

Apesar de encantada com o pitoresco do comentário não resisto a perguntar-lhe se as suas peúgas, roídas pela luta de classes, costumam ser passajadas por uma imigrante ilegal que hoje esteve de greve. Ou os imigrantes ilegais não fazem greve? A sério?!?

Carregado de livros

Pensava espreitar apenas alguns escaparates, mas rapidamente fui fazendo compras. E vim da Feira carregado de livros. Alguns que já pretendia comprar há muito, outros que adquiri no impulso do momento.
Fica a lista:
- A Fogueira e Outros Contos, de Jack London. Tradução de Ana Barradas. Edição Antígona.
- O Céu Que nos Protege, de Paul Bowles. Tradução de José Agostinho Baptista. Edição Assírio & Alvim.
- As Lições dos Mestres, de George Steiner. Tradução de Rui Pires Cabral. Edição Gradiva.
- Artur ou a Felicidade de Viver, de Françoise Giroud. Tradução de Rute dos Santos Leite. Edição Inquérito.
- Contos do Dia e da Noite, de Guy de Maupassant. Tradução de Eugénio Vieira. Edição Guimarães.
- Contos Satíricos, de Mark Twain. Tradução de José Costa. Edição Guimarães.
......................................................................................
Além destes, a preços simpáticos, trouxe três verdadeiras pechinchas. Este é, aliás, um dos motivos que me leva todos os anos à Feira: encontrar livros a preços imbatíveis.
Quais foram? Estes:
- Fascismo e Comunismo, de François Furet e Ernst Nolte. Tradução de Francisco Agarez. Edição Gradiva.
- A Geração de 70, de João Gaspar Simões. Edição Inquérito
- Tristão, de Thomas Mann. Tradução de Hildegard Bettencourt e Fernando Lopes Graça. Edição Inquérito.
O primeiro destes três (que irei ler sem demora) custou-me 2,5 euros. Paguei apenas um euro por cada um dos restantes. Só por isto já valeu a pena deslocar-me ao parque.

Editoras aos solavancos

Fiz na sexta-feira a minha primeira incursão à Feira do Livro deste ano. Era uma tarde de chuva, poucas pessoas percorriam os pavilhões desabrigados. A meio de uma das alamedas, dois conhecidos editores, Carlos Veiga Ferreira, da Teorema (e presidente da União dos Editores Portugueses), e Zeferino Coelho, da Caminho, conversavam, aparentemente alheados de tudo. Analisariam a anunciada compra da Caminho por Miguel Pais do Amaral, que ainda há pouco se gabava de “não ter paciência” para leituras profundas? Depois da aquisição das Publicações Dom Quixote por uma empresa espanhola, o mundo editorial português vai sofrendo sucessivos abalos. De consequências imprevisíveis.

Vital Moreira prefere a ANTRAL

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Gostei de ler

Greve? Geral? De Eduardo Pitta, no Da Literatura.
Sinais. De Francisco José Viegas, n' A Origem das Espécies.
Violação dos 6 aos 13. De Carlos Abreu Amorim, no Blasfémias.
Cheira mal. De Adolfo Mesquita Nunes, n' A Arte da Fuga.
Pesos e medidas. De Francisco Teixeira, n' O Insubmisso.
O teniente-coronel Hugo Chávez e o "movimento boliviano de cidadãos". De Tomás Vasques, no Hoje Há Conquilhas.
Os idiotas de Chávez. De Tiago Barbosa Ribeiro, no Kontratempos.
Pasmos. De Sofia Galvão, na Geração de 60.
O numerário está de volta. De José Medeiros Ferreira, no Bicho Carpinteiro.
Fanáticos. De Sérgio Lavos, no Auto-Retrato.
Debilidades semânticas. De Leonor Barros, na Geração Rasca.
Uma editora a desperdiçar qualidades. De André Moura e Cunha, no In Absentia.

O Dani faz falta

A avaliar por este post, parece que Daniel Oliveira, administrador do blogue Arrastão, não dá a Daniel Oliveira, autor dos posts no mesmo Arrastão, um salário decente e condições de trabalho condignas. Só isso explica a taxa de adesão de 100% a esta greve, com efeitos paralisadores para a blogosfera. Caro Daniel, aumente lá o Daniel ou ele ainda parte para medidas de luta mais radicais.

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Bué da cool


É já amanhã. O meu camarada Rui Pregal da Cunha e o Legendary Tiger Man animam a noite no Musicbox, ex-Texas Bar, ao Cais do Sodré.

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O dia em que Sócrates fez parar o trânsito

Foi preciso José Sócrates chegar a Moscovo para fazer parar o trânsito. Aconteceu na Praça Vermelha, onde o primeiro-ministro não prescindiu do mediático jogging que já exibira aos jornalistas portugueses em Luanda, Rio de Janeiro e Pequim. Mas o trânsito não parou devido aos méritos atléticos (ou outros) do chefe do Governo: ao bom velho estilo soviético, a polícia moscovita fechou a praça ao trânsito para Sócrates dar a sua corridinha matinal, acompanhada por um batalhão de repórteres fotográficos e operadores de câmara. Intrigante é o facto de só lhe apetecer fazer jogging quando se desloca ao estrangeiro. Por cá, tanto quanto se sabe, as "corridas" são no automóvel oficial, que não ficam tão bem na fotografia mas sempre cansam um bocadinho menos do que as outras.

Partidarite

Quando os governos são do PSD, sou contra as greves gerais. Quando são do PS, tendo a simpatizar com os grevistas, apesar dos incómodos que me possam causar. Não consigo ser coerente como os comunistas, que são geralmente a favor, nem "independente". Nem percebo para que é que estas greves servem, para além do combate político-partidário. Mas serei só eu?

Alguém que me explique

O ministro Teixeira dos Santos não tem outras ideias para ir buscar dinheiro aos portugueses que não seja taxar ainda mais as famílias? Ou está à espera que eles, inteligentemente e à tuga, dividam os 500 euricos em suaves dotações diárias não tributáveis?

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Sou a favor do direito à greve

Já aqui o disse. O que não sou é a favor da forma como os sindicatos continuam a utilizar a greve para os seus propósitos. É obvio que recorrer a ela como mecanismo praticamente exclusivo de comunicação para os seus argumentos tem efeitos perversos. Demasiado ruído, demasiada criação de anti-corpos na população pelos efeitos causados, efeitos demasiado episódicos pois, dias passados, já ninguém se recorda dos soundbytes e chavões apresentados por aqueles porta-vozes, todos clonados e leitores da mesma cartilha de palavrosa indignação. Muita emoção e quase nenhuma explanação racional do que está de facto em causa. Já agora, o Sindicato dos Jornalistas não aderiu a esta greve geral? Qual o impacto que isso teve hoje nas redacções? Imagino que nenhum. Parece que no Parlamento se vai discutir «o clima de medo» em alguns meios de comunicação. Se não fazem greve, então fazem o quê? Compram um cão?

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Os tugas (14)


- Ó amigo, tenha paciência mas vou ter de levá-lo para a esquadra.
- Então porquê, senhor guarda?
- Ainda pergunta? Você percorreu dezoito quilómetros de auto-estrada em contra-mão!
- Tem graça. Pensei que toda aquela malta que passava por mim a fazer-me sinais de luzes é que vinha de passo trocado, juro pela minha saúde. Até comentei aqui com a minha Maria que agora já não se ensina a conduzir como antigamente, quando eu tirei a carta. É um perigo um homem fazer-se à estrada com esta gentinha que anda aí.

Sou contra o direito à greve!

Desculpem, andava há anos com vontade de dizer isto: discordo que a greve seja um direito constitucional, pelo menos neste formato de Santo António das centrais sindicais. "Olha os foguetes dos professores!", "vem aí a marcha dos funcionários!", "e, para encerrar, os cabeçudos dos motoristas de autocarro e metro!", "é pró menino e prá menina", "tchibum tchibum" e o país parado e toda a gente com o dia lixado.
Se a greve fosse uma arma justa, seria o grito dos sem voz. Mas não. É apenas uma demonstração sazonal de força das centrais sindicais, sem qualquer remota relação com o marxismo.
Estou farta. Sou contra. Está dito.

terça-feira, maio 29, 2007

Parabéns, Inês

A Maria Inês de Almeida ganhou mais um prémio. Depois do Prémio Valorsul e do Prémio Revelação do Clube de Jornalistas, a Inês voltou a surpreender, ao arrecadar uma das bolsas "Criar Lusofonia" de 2006, com um projecto sobre "Os Anos Brasileiros de Agostinho da Silva". Pena é que em Portugal às vezes até se reconheça o valor das pessoas, mas os atrasos acabem por ser mais que muitos. Este é um País permanentemente atrasado. Então não é que a edição 2006 do concurso, patrocinada pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas e gerida pelo Centro Nacional de Cultura, não abriu ainda os cordões à bolsa? Um ano depois! Bonito, sem a bolsa não há projecto e sem o projecto, a ser desenvolvido no Brasil, não se honra a memória desse grande português que foi Agostinho da Silva.

Pois é

"O ministro Mário Lino é o melhor argumento vivo, personificado, contra a escolha da Ota."
Carlos Abreu Amorim, "Choque Ideológico", RTP N

Já está

E pronto, já estou ali, primeira a contar do fim. Posto isto tenho que começar a postar. Não está fácil. Começo a insinuar-me discretamente neste brilhante colectivo ou marco já uma posição? Podia pegar na deixa da CFA e arrasar já com o estatuto editorial do CF. Mais a mais tenho a bênção do João Villalobos e presumo que da ITM e da Miss Pearls. Mas já vi que isto não seria mesmo nada pacífico. Enfim, nada como blogar um dia atrás do outro para descobrir-me como corta-fiteira. Para já, só quero começar por dizer que integrar esta equipa é um enorme prazer.

Informação e propaganda

Como já escrevi aqui e reitero hoje ainda com mais veemência, nada temos a aprender com o jornalismo espanhol. Pelo contrário, só temos a desaprender. Numa altura em que empresas espanholas vão reforçando posições no mercado informativo português, convém sublinhar isto com toda a clareza.
Repare-se nas manchetes de ontem dos dois principais jornais espanhóis sobre as eleições municipais e regionais de domingo:
El PSOE gana poder local, pero el PP se impone en numero de votos (El País)
El PP gana las municipales arrasando en Madrid pero pierde Baleares y Navarra (El Mundo)
Bastam estes títulos contraditórios para se perceber bem o conceito de informação subjacente aos dois periódicos: o El Mundo assume-se como bandeira da oposição ao Governo, o El País assume-se como bandeira da oposição à oposição. Como é possível PSOE e PP "ganharem" simultaneamente as eleições locais? É possível, claro, quando se pratica o "jornalismo" de trincheira, que elege a propaganda política acima do rigor dos factos.
Não precisamos de jornalismo deste. Não precisamos de jornais de facção, como já tivemos inúmeros exemplos por cá - do defunto Portugal Hoje, alinhado com o PS, ao actual Jornal da Madeira, enfeudado a Alberto João Jardim, passando pelo extinto O Diário, que fazia coro com as teses mais ortodoxas do Partido Comunista. Informação e propaganda são realidades antagónicas. É bom nunca nos esquecermos disso.

É de perder a cabeça

Começo a olhar para os senhores juízes do Supremo com muita preocupação. Alguém por favor lhes faz um teste de avaliação das capacidades judicativas? Ou esta notícia não está bem explicada? Parece que o arguido tinha «uma imagem social globalmente positiva» o que, como é evidente, conta imenso. Como se viu em Santa Comba Dão, as imagens sociais positivas são um atestado de bom comportamento do caraças.

Ora pois

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Esta é forte

«A ERC está a tentar tornar-se no adorável caniche do Estado: ladra a tudo o que move e que não agrada ao seu dono». o Fernando Sobral, no Jornal de Negócios.
Ainda para o mesmo jornal, o prémio de título mais épico do dia: «Sócrates trilha os caminhos do IDE russo». É o nosso João Garcia do investimento estrangeiro, é o que ele é. E ainda por cima senhor do seu nariz.

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Paridade

Depois de lidos os pedidos de diversas comentadoras num post abaixo, considero que é mais do que desejável obrigatório - num espaço como este que se quer plural, democrático e atento à modernidade - acompanhar o aumento das senhoras no Corta-Fitas (gráçázz à Déus) com imagens da rapaziada a mostrar os pelos do peito e assim.
Desta forma, às segundas piscariamos o olho ao eleitorado (perdão) às visitas femininas, e à sexta abririamos ambos os olhos para aquilo (perdão) aquelas que se sabe. Tenho dito. E quem achar que isto é coisa de mariquinhas, venha cá ao escritório dizê-lo que eu conto-lhe uma história (eu ou os seguranças, muito provavelmente os seguranças).

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Kremlin


Numa próxima visita oficial à Turquia, o nosso primeiro-ministro tem de manter o nível atingido em Moscovo e poderá sempre ficar hospedado no magnífico Kremlin Palace Hotel, em Antalya. Estar a fechar aquele 'deck' para um jogging matinal é que não me parece nada bem.

Comissão de quê e para quê?

A Comissão de Honra de António Costa na sua candidatura à CML mais parece um albergue espanhol. Está lá tudo. Alguns nomes não deixam de me surpreender, como o empresário Diogo Vaz Guedes (e o Compromisso Portugal?), o arquitecto Frederico Valsassina (amigo de infância de Carmona), Maria Adelaide Lucas Pires (irmã do malogrado antigo líder do CDS e, para quem não sabe, amiga e ex-chefe de gabinete de Maria José Nogueira Pinto, o que virá aí?) e António Costa Pinto (que estranho naquelas paragens). Basílio Horta não é surpresa, nem vários jornalistas, escritores, realizadores e quejandos. Mas aquela comissão é mais própria de outros voos do que para umas simples eleições intercalares que irão investir Costa num mandato de dois anos e meio...

segunda-feira, maio 28, 2007

Actualidade nacional

1. A governadora-civil de Lisboa mantém-se em funções.
2. A responsável da Direcção Regional do Norte do Ministério da Educação também.
3. O ministro Mário Lino não contou hoje nenhuma piada.
4. O ministro Manuel Pinho também não.

Presidência com griffe

O Paris Match desta semana é um monumento ao marketing político. A capa mostra a família Sarkozy numa das salas douradas do Eliseu e anuncia as primeiras fotos privadas. Louros, altos, vestidos de seda em tons azul e branco, confiantes e sorridentes, a imagem do casal e dos filhos adolescentes remete de imediato para os Kennedy.
Lá dentro, a reportagem é tudo menos privada: depois da cerimónia de tomada de posse, o presidente da França organizou um concerto exclusivo. Um grupo de cordas, os músicos vestidos a rigor, ataca uma partitura do bisavô de Cécilia. Esta posa estática e misteriosa no centro da sala de festas, vestido de seda Prada, sapatos rasos e aparentando não ter maquilhagem. O único sinal da privacidade que a capa anuncia será o casaquinho de malha da primeira-dama, pousado sobre os ombros, e a pose do marido, meio curvado, com um braço aberto de quem diz: "Tudo isto é para ti".
Temos muito que aprender com os franceses.

Cada vez mais

Mais uma fita cortada cá na casa: a Teresa Ribeiro vai entrar no Corta-Fitas. Com muita e boa prosa. Espero que gostem dela. Eu gosto.

O sinal das ditaduras

Os últimos minutos da RCTV
(Via O Insurgente)

CARACAS - A emissora privada de TV Radio Caracas Televisión (RCTV) deixou de transmitir sua programação em sinal aberto no domingo às 23h59 (0h59 de segunda-feira em Brasília). Sua concessão de freqüência estatal não foi renovada pelo governo venezuelano.(...)

Os tugas (13)

- Então quanto lhe devo por esta reparação?
- Com recibo ou sem recibo?

- Qual é a diferença?
- Sem recibo é mais barato.
- Azar, meu amigo. Sou funcionário da Direcção Geral dos Impostos. Vou ter de denunciá-lo ao Ministério Público e ao ministro Teixeira dos Santos.
- Ó sotor, não faça isso, pela sua saudinha! Olhe, fica a obra feita de graça, não lhe custa nada. Foi com todo o gosto que lhe fiz esta reparaçãozinha, que nem deu trabalho nenhum. E quando precisar...
- Ah! Ah! Estava a brincar, não ligue. Faça-me lá o preço sem recibo. Também não quero dar dinheiro ao Estado, que aquilo é tudo uma corja de gatunos, só pensam é em encher-se à custa dos contribuintes honestos e cumpridores como nós.

Nas colunas


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Música do meu tempo (26)


Boomtown Rats - "I Don't Like Mondays"

Ser pobre é normal?

O número divulgado por Alfredo Bruto da Costa é assustador: 47 % das famílias portuguesas passaram por uma situação de pobreza e metade das famílias viveram pelo menos um ano em estado de pobreza. Esta notícia difundida pela Agência Ecclesia sintetiza bem as afirmações expressas pelo presidente do Conselho Económico e Social. A «normalização da pobreza», a sua escamoteação por uma sociedade orientada para o culto do bem-estar, leva um terço dos inquiridos num inquérito a associar ser pobre à falta de sorte. A um fado. A um destino inelutável porque é mesmo assim e «o que há-de a gente fazer»? «Uns têm tudo e outros não têm nada». A situação não se agravou, ainda por cima. Também não melhorou. Parece ter-se tornado uma constante da vida, embora nada colorida.
Os «tugas» a sério são estes. Os pais e mães de família que esbracejam desesperadamente todos os dias de cada mês para se manterem à tona da água. Os que têm filhos e fazem contas a cada pacote de fraldas e cada lata de leite em pó. A cada novo ano escolar, a tanta coisa que é necessária e a tantas mais que parecem indispensáveis mas não o são, numa sociedade que se alimenta do supérfluo para depois o regurgitar. E também os outros, os que estão sózinhos e vivem das reformas e com elas enfrentam o aumento constante dos bens mais essenciais de consumo, a começar pelo escandaloso preço do pão.
Metade das famílias portuguesas é metade de Portugal. A «persistência da pobreza é uma acusação moral dos nossos tempos», diz Bruto da Costa. O que podemos fazer, nós os que pertencemos à outra metade, para nos defendermos?

domingo, maio 27, 2007

Tão perto e tão longe


Os ciclos em política estão a ficar cada vez mais curtos. Recuemos dois anos – apenas dois anos. Como andava então a política portuguesa? Ribeiro e Castro iniciava uma liderança no CDS que se adivinhava fulgurante, Marques Mendes prometia regenerar o PSD com o seu novo mandato como presidente social-democrata, na Câmara de Lisboa Carmona Rodrigues não parecia ter rival à altura, José Sócrates gozava de uma popularidade sem mácula no cargo de primeiro-ministro e Jorge Sampaio ia fazendo as despedidas em Belém entre vaticínios seguros de que o novo titular da suprema magistratura viria da ala esquerda do regime.
Dois anos. Tão perto e já tão longe.

Postais blogosféricos

1. Parabéns ao Daniel pelo primeiro aniversário do seu Arrastão, mais polémico que nunca.

2. Um abraço ao João Espinho: a sua Praça da República em Beja completa quatro anos. Bonita idade para um blogue.

3. Este blogue é muito simpático. Acreditem: vale a pena visitá-lo.

E Portugal cobriu-se de verde

Do Corta-Fitas para o mundo,
a Taça do nosso contentamento

Elm Street


E escrevi isto há algum tempo mas o assunto veio de novo à conversa e quem sabe se por aqui não haverá outros estudos de caso.
Discutia-se o Ensino Superior, cursos, professores, cadeiras e até chegar aos pesadelos, foi um saltinho. Falo de sobressaltos, suores frios e uma infinidade de terrores nocturnos que perturbam o sono e nos transportam agitadamente para o passado. Pesadelos com cursos incabados, cadeiras por terminar, chumbos, diz-lhes alguma coisa? Pois só ali num instantinho se confessaram dois traumatizados do Direito, um com fracturas expostas de Fiscal e outro com uma hérnia com Reais. A M. coube-lhe uma cadeira tenebrosa que envolvia a divisão de palavras em árvore, gramática generativa ou algo semelhante. Foi com esta matéria completamente inútil que conheceu Chomsky e com os anos, a animosiade contra a criatura não tem parado de aumentar.
Eles andam aí: gente com suores frios, pesadelos com cursos inacabados e ninguém dizia nada? Pois, não têm blogs.

Domingo

Evangelho segundo São João 20, 19-23

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos».

Da Bíblia Sagrada

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À volta do mundo




Sim, Pedro,
Os Tugas são tudo isso, mas não são os piores turistas do mundo. Esses são quem? Os franceses, considerados os visitantes menos desejados nos hotéis da Europa, seguidos pelos indianos, chineses, russos e britânicos. Como vê, não figuramos na lista. Suponho que nos dediquemos sobretudo ao "mercado interno" porque lá fora até nem fazemos má figura.
A fazer fé no estudo da agência de viagens britânica Expedia, "os mais mal vestidos, contudo, são os americanos, britânicos e alemães, que insistem em usar sandálias com meias. Os melhores turistas do mundo são os japoneses, pela sua organização e bons e modos.
Seguem-se os americanos, pelo esforço em aprender a língua local, logo seguidos pelos suíços, considerados discretos e atenciosos.
Os italianos, franceses e espanhóis foram considerados os mais elegantes, muito embora os primeiros tenham sido considerados demasiado barulhentos.
Os alemães são conhecidos por arrumarem os quartos antes mesmo das empregadas chegarem, mas são os mais avarentos no que toca às gorjetas."
Acredito nisto tudo, mas parece-me que o estudo não abrange Lloret del Mar (Catalunha), onde os finalistas portugueses (do secundário) deixaram muito poucas saudades por onde andaram.
Notícia Portugal Diário

Os tugas (12)

- Olha lá, para que é que andas a dar voltas ao quarteirão?

- É que não se vê um lugar para estacionar o carro...
- Ó pá, parece que és ceguinho! Então não há aí tanto passeio?

Spooooooortiiiiiiiing

Vamos lá ganhar este jogo entre dois clubes civilizados. Até porque o Sporting não ganha um título há cinco anos, tendo perdido o último campeonato por um triz, com aquele empate infeliz do outro lado da rua. O jogo de hoje é para voltar à rota das vitórias concretizadas em títulos e taças. Vamos a isto.

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PSD: a crise segue dentro de momentos

A propósito do que o Francisco aqui escreveu, adianto o seguinte: os principais interessados na queda de Marques Mendes são os barrosistas, que espreitam na sombra. Uns assumem um colaboracionismo postiço com a actual liderança do PSD, outros não. Todos estão em articulação estratégica com Durão Barroso, que mesmo à distância mantém grandes ambições na cena política portuguesa. Fernando Negrão, como cordeiro pronto a ser imolado, prepara-se para cometer um erro fatal que só convém aos adversários internos de Mendes: o previsível convite para a sua lista, ainda que em lugares dificilmente elegíveis, a certos vereadores seriamente comprometidos com o fracasso da gestão social-democrata em Lisboa, só servirá para que um número ainda maior de eleitores lhe virem as costas a 15 de Julho. Personalidades do PSD que costumam perceber estas coisas antes de outros, como Marcelo Rebelo de Sousa e José Pacheco Pereira, já avisaram: a regeneração do PSD em Lisboa tem de passar pelo corte radical com o passado recente. A direcção do partido, por interposto cabeça-de-lista, parece não fazer caso destes avisos sensatos. Os resultados estarão à vista daqui a muito pouco tempo.

O centrinho


Acho notável a análise do Francisco, no post Lisboa à Beira do Abismo, publicado neste blogue. O texto suscita-me uma pequena observação: os partidos tradicionais vão sofrer um fortíssimo abalo. A abstenção é imprevisível, mas pode chegar a metade do eleitorado. Os independentes Carmona e Roseta vão somar cerca de um terço dos votantes (e trata-se de voto de protesto). Os pequenos partidos, juntos, terão mais de 20% (também parcialmente voto de protesto). O que deixa o centrão com o seu pior resultado de sempre, algo como um em cada cinco eleitores. Corrijam-me se estou errado, mas penso que nunca foi visto em nenhuma eleição importante deste país. O Francisco já mencionou algumas das consequências, mas penso que é o próprio regime que está a ser posto em causa (a confirmarem-se os valores das sondagens).
A votação de Lisboa, no fundo, consiste numa série de duelos: Costa devia ter um resultado muito melhor do que Roseta (o que parece difícil); Negrão devia bater Carmona (o que parece quase impossível). E há os pequenos duelos, entre Bloco e PCP, que o segundo parece capaz de vencer; entre Monteiro e Telmo, que parece ser uma promessa de derrota para ambos. Enfim, ninguém escapa: todos os partidos terão de extrair consequências.

imagem: pintura de Carlos Botelho (1899-1982)

Estilhaços no PSD

As eleições intercalares para a CML são, já o disse aqui algumas vezes, um autêntico obituário político da liderança de Marques Mendes no PSD. A questão não será ver só se ele estará acima ou abaixo dos 20%, como sustenta o Carlos Manuel Castro, nem se fica ou não atrás de Carmona Rodrigues e a quantos mandatos de distância de António Costa, como diz o Paulo Gorjão. A questão para mim é mais relevante que isso. Primeiro, há ainda que ver como fica a independente Helena Roseta, que poderá ficar também à frente de Fernando Negrão, remetendo o PSD para o quarto lugar e com apenas dois vereadores eleitos. Mas o pior será a total ausência de propostas estruturantes para Lisboa vindas daquele munícipe setubalense. Será o equilíbrio altamente periclitante entre o executivo da CML, chefiado por Costa (com Roseta ou com Carmona), e a Assembleia Municipal, liderada pelo PSD, com 33 presidentes de junta e não sei quantos deputados municipais. Tudo isto pode assacado ao PSD e à sua liderança. A forma como geriu o "dossier" da autarquia da capital foi desastrosa. Mendes provocou a queda da CML, deixou de pé a AML e não tinha sequer uma solução para avançar. Estou convencido de que um candidato forte do PSD poderia disputar taco-a-taco a autarquia a Costa, deixando Carmona em casa a afinar as motos.
Mas isso não se passou. Em vez disso, Mendes protelou e deixou andar. E agora terá problemas internos que irão começar nas listas, passarão pelos lugares (de assessores, colaboradores, etc) que deixarão de existir e irão acabar nas declarações que Menezes e Lopes farão no pós-15 de Julho. É óbvio que concordo numa coisa consigo, Paulo: Marques Mendes não irá sair pelo próprio pé. Mas julgo que não se irá safar de ir a congresso e a directas ainda este ano ou no princípio do próximo (há sempre a desculpa da presidência portuguesa da UE, de não querer dar má imagem externa). Carlos e Paulo: para além daqueles nomes, julgo que ainda poderíamos acrescentar mais três ou quatro putativos candidatos a líderes, que têm em comum o facto de não quererem ter a trabalheira de remover Mendes, blindado em 'pins', códigos, quotas e numa refiliação que irá deitar metade do populismo borda fora. Os realmente interessados deixarão que figuras como Menezes e Santana abalem a estrutura. E aparecem depois da "terra queimada".

A ler

1. "Argumentos impróprios para consumo" e "O impacto de Lisboa no futuro de Marques Mendes", do Paulo Gorjão.
2. "Isto é que é jornalismo de sarjeta", do Carlos Abreu Amorim.
3. "Copacabana, como sempre", do Francisco José Viegas.
4. "O Ranço" e "O homem de palha", do João Gonçalves.

Música do meu tempo (25)


Sade Adu - "Kiss of Life"

sábado, maio 26, 2007

Lisboa à beira do abismo


O estudo da Eurosondagem para o Expresso, SIC e RR levanta questões muito preocupantes e levanta o véu sobre o que vem aí na política municipal e nacional. Segundo a sondagem hoje publicada, António Costa vai na frente com números (que não revelamos aqui porque tínhamos que publicar a ficha técnica) que lhe dariam seis mandatos, insuficientes para atingir a maioria absoluta. Carmona Rodrigues é segundo, com três mandatos certos (serão eles o próprio candidato, mais Fontão e Gabriela?), e Roseta a terceira, com outros três mandatos. Negrão tem dois certos (ele e Salter Cid) e está a lutar pelo terceiro com Sá Fernandes e Telmo Correia. Ruben de Carvalho é eleito. O Bloco corre o risco de ficar fora da CML, provando-se que a entrada de Roseta na corrida atinge directamente o partido de Louçã (daí a insistência numa coligação).
O PSD, com dois vereadores eleitos (o independente Negrão e o "cavaquista" Salter Cid), irá explodir primeiro em Lisboa e na distrital, depois a nível nacional, com Santana Lopes a servir de lebre a Menezes, ou vice-versa. À espreita irão estar Rui Rio, Aguiar-Branco (que se acha um homem providencial), António Borges e, dizem-me, um ex-amigo de Marques Mendes que dá pelo nome de Pedro Passos Coelho.
Sucede que, a confirmarem-se os dados 'fantasmagóricos' da sondagem, Costa terá uma vida muito difícil à frente da CML, sem maioria no executivo e com a oposição cerrada da Assembleia Municipal de Lisboa, liderada por Paula Teixeira da Cruz. Para fazer maioria Costa precisa: ou dos três mandatos de Carmona Rodrigues, ou dos três de Roseta (imagine-se) ou dos dois do PSD com mais um da CDU. Um cenário de terror para o candidato do PS, que deixou o confortável lugar de número dois no Governo para uma aventura de dois anos e meio deste calibre. Não lhe invejo a posição. Está nas mãos de Carmona, Roseta e Paula Teixeira da Cruz. Poderá enterrar em Lisboa muitas das suas legítimas ambições à sucessão de Sócrates.

Fotografia: Lisboa, por Henri Cartier-Bresson.

Face lifting


Vale a pena deitar uma olhada no novo visual aqui dos nossos bons vizinhos Incontinentes Verbais. O Jorge Lima fez das suas, o “boneco” está de mais (não desfazendo, é um desperdício de génio o rapaz não escrever mais). Parabéns a todos!

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Babysitter precisa-se

"Os independentes são tipo fraldas descartáveis. Usam-se e deitam-se fora".
Carmona Rodrigues, Expresso

"António Costa não é vaca sagrada".
Fernando Negrão, ibidem

"Não vejo que o professor Carmona Rodrigues me traga um problema de maior, nem sei quem é o seu eleitorado". Idem, ibidem

Rir é o melhor remédio

Os comentadores do Corta-Fitas, anónimos ou não, andam cada vez com mais piada. Chegou a altura de deixar aqui uma pequena antologia dos comentários aqui recebidos esta semana. Alguns fizeram-nos sorrir. Outros fizeram-nos mesmo rir à gargalhada.
E não tenhamos dúvidas: rir é o melhor remédio.
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"15 de Julho, o grande início de férias. Que bela época para uma valente abstenção."
"Antes as chuvas bíblicas eram com sapos, agora serão com candidatos?"
"Como é que se chamará a lista de Carmona? Cidadãos Arguidos por Lisboa?"
"Lisboa a sprintar. Dê o voto a um motard."
"Para Lisboa ficar mais bonita vote num feioso como eu."
"Parece-me muito acertado que Helena Roseta tenha apostado num especialista em dinossauros para mandatário da campanha."
"Ao Sócrates é que mais valia dar outra queda e partir o joelho do que ter de gramar o Lino e o Pinho."
"Eu já bebi uns tintos alentejanos que me puseram a falar tal e qual como o ministro Lino."
"Ontem o Lino fez-me lembrar o Lula, vá-se lá saber porquê. O Lino nem cachaça deve ter bebido..."
"Se o governo trata do País, porque é que o ministro Lino ainda não foi internado de urgência?"
"Do que eu gostei mais foi dos manetas, dos pernetas e do senhor com doença pulmonar. Fez-me lembrar os bons tempos hilariantes do Santana Lopes."
"O Almeida Santos nunca foi à margem sul porque a ponte 25 de Abril pode ser destruída por um ataque terrorista. Além disso enjoa a andar de barco."
"Chiça que nunca mais passo em ponte nenhuma. Olha se um maluco se alembra de dinamitar aquilo e a coisa acontece quando eu for a passar?"
"O melhor era um aeroporto sem aviões, os quais hoje em dia são alvos frequentes do terrorismo."
"Mas 'cais' pontes, 'cais' pontes? Lembro-me como se fosse ontem do Jorge Coelho a prometer um túnel, um túnel, leram bem, entre Algés a a Trafaria. Ora, para um dinamitador dinamitar um túnel tem pelo menos de tirar uma licenciatura na UnI, que agora vai fechar, o que torna tudo mais dificultoso."
"Os licenciados na Independente que paguem a crise."
"Se eu aconselhasse o Dr Negrão mandava-o ter brancas só as patilhas."
"O Portas há uns anos nem patilhas tinha. Rapava rentinho. Hoje tem, qual campino."
"O povo é tão ignorante e indolente que pensa que o primeiro rei de Portugal foi o Gungunhana."
"Vocês sabem aquela do engenheiro? É pá, cala-te senão..."
"O melhor do casamento não é precisamente a união de facto?"
"O raio do segundo comentário é chato como a potassa."

Postais blogosféricos

1. Parabéns ao José Medeiros Ferreira e a quantos fazem o Bicho Carpinteiro: este que é um dos nossos blogues favoritos festeja dois anos de vida. Que conte muitos e bons. Até porque, como lá muito bem se diz, "a blogosfera está na primeira linha de defesa da liberdade de expressão".

2. O Réprobo escreve aqui sobre um dos filmes da minha vida, Paris, Texas. Dificilmente alguém poderia escrever melhor.

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Tallulahisms


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Vento cá dentro


«De ta tige détachée,
Pauvre feuille desséchée,
Où vas-tu ?
- Je n'en sais rien.
L'orage a brisé le chêne
Qui seul était mon soutien.
De son inconstante haleine
Le zéphyr ou l'aquilon
Depuis ce jour me promène
De la forêt à la plaine,
De la montagne au vallon.
Je vais où le vent me mène,
Sans me plaindre ou m'effrayer:
Je vais où va toute chose,
Où va la feuille de rose
Et la feuille de laurier».
Antoine Vincent Arnault (1766 - 1834)
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Música do meu tempo (24)


The Cure - "Just Like Heaven"

A ler

1. "Mau gosto", do Henrique Burnay.
2. "Quem anda a tramar o PPD?", de Carlos Manuel Castro
3. "Negrão: e a lista?", do Paulo Gorjão.
4. "Entalado", do Rui Costa Pinto
5. "Dúvida lisboeta", de Carlos Botelho.

O problema do humor

- Tás a ver o que eu te dizia, ó Charrua? Temos que esperar pela altura certa para dizer uma piada.
- És o maior, Lino!

sexta-feira, maio 25, 2007

Sexta-feira (tréplica)


Ainda hoje me provoca uma perigosa taquicardia. Refiro-me à princesa Leia, na imagem. Também gostei de outras personagens, os divertidos robots, um ou outro vilão de “A Guerra das Estrelas”. Adorei o primeiro filme, como qualquer adolescente dessa época, apesar de hoje reconhecer que marca o princípio da decadência de Hollywood, a obsessão pelos efeitos especiais e a pobreza das histórias. Enfim, o importante é que princesa Leia foi uma das minhas paixões (tal como a maioria, inteiramente platónica). E parece que já passaram 30 anos...

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Tempestade no deserto


Cavaco Silva apela a um debate sério e aprofundado sobre o novo aeroporto da Ota: "Seria altamente benéfico para o país que a Assembleia da República realizasse um debate aprofundado sobre este projecto com base em estudos realizados por organizações e instituições competentes, dado o impacto para gerações futuras". A questão, para os mais desatentos, sempre suscitou muitas dúvidas a Cavaco Silva. Recordo só que, num livro do jornalista Vítor Gonçalves, o actual Presidente da República lembrou que a construção de um terceiro aeroporto em Londres tinha sido alvo de um trabalho seu de análise de "custos e benefícios", durante a preparação do seu doutoramento em Inglaterra. Sucede que o trabalho académico de Cavaco apontava para a desnecessidade de tal construção. Se estivesse de acordo - quando o livro foi lançado ainda nem estávamos em pré-campanha presidencial -, Cavaco Silva teria dado um sinal. E deu o sinal contrário. As declarações de hoje do PR vêm bem a tempo de pôr o Governo na rota certa e o ministro Mário Lino na ordem. A partir de agora, o tema tem que ser discutido com seriedade no Parlamento e fora dele. Chega de conversas do tipo Sporting-Benfica.

Quando a esmola é muita...

Desculpem lá qualquer coisinha, mas só mais um bitaite sobre a minha cidade de Lisboa: o que tem o cadeirão do município para atrair o tão genuíno altruísmo de António Costa, Carmona Rodrigues, Fernando Negrão, Helena Roseta, Manuel Monteiro, Telmo Correia, Sá Fernandes, Ruben de Carvalho, Garcia Pereira, Paulo Trancoso, Gonçalo da Câmara Pereira e José Pinto Coelho? Não é gente a mais? E se o pessoal calha ir todo a banhos para a Caparica no dia 15 de Julho para desenjoar do circo? Quem vai apanhar as canas, penhorar os cacos, desligar a luz e fechar as portas do arraial?

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Referendo, qual referendo?

A propósito da vontade que alguns ainda dizem ter em fazer um referendo ao Tratado Constitucional europeu (que será revisto, presume-se, durante a presidência portuguesa da UE), veja-se o que disse o novo presidente francês, numa entrevista recente à revista Politique Internationale, número 115. Nicolas Sarkozy, com um discurso curto, directo e grosso, como diria o dr. Portas: "Ce traité simplifié, qui modifiera les traités de Nice et d'Amsterdam, pourra, comme eux, être soumis à la ratification du Parlement. Notre objectif devrait être de lancer au plus vite son élaboration de manière à l'appliquer dès les prochaines élections européennes, à partir de 2009, comme l'a confirmé le récent sommet de Berlin". E agora, dr. Mendes e eng. Sócrates? Vai uma pirueta?

Campanha a sério...

Uma coisa é certa: copiar não é nada bonito.

Vendredi


Elisabetta Canalis

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Se querem que vos diga


Eu sempre quis foi viver no Porto. Cheguei há uns anos a estar quase, quase, perto de o conseguir e - ainda por cima - ligado à Fundação de Serralves. Isso é que teria sido qualidade de vida. Enfim...Um dia, vinha eu de passar 15 dias com a namorada que estudava em Vila Real, quando qual bom samaritano decidi auxiliar na estação de Campanhã uma jovem modelo coreana que estudava moda em Paris. Tinham-lhe dito que, ao chegar a Lisboa, havia uma linha de comboio com vista muito bonita para o mar. Vai daí, ela chegou a Santa Apolónia e embarcou para o Porto. Depois de a corrigir e gabar a vista da nossa Costa do Estoril, e dado que eu só tinha para comer uma sandes de atum e zero escudos no bolso, convidou-me para jantar na Invicta desde que partisse com ela em busca de uma máquina de costura. Assim divagámos, de montra em montra, até serem horas de retomar viagem no primeiro comboio para a capital. Nunca consegui alcançar o meu objectivo de viver no Porto, mas tenho muitas noites e dias guardados na boa caixinha das minhas memórias. Um dia, só para terem um gostinho, contarei aqui como era dantes o Fantasporto.

História de algibeira (22)

Entre 15 de Outubro de 1910 e 19 de Junho de 1911, a bandeira nacional foi alvo de acérrima contenda entre os republicanos, a chamada Polémica das Bandeiras. Por forma a marcar a mudança de regime urgia mudar o mais importante símbolo nacional. Então estiveram em confronto a facção moderada representada por Guerra Junqueiro, que defendia a manutenção das cores azul e branca, e a facção radical liderada por Teófilo Braga, que defendia a adopção das cores “verde-rubra” da bandeira do PRP como nova bandeira nacional. O culminar da disputa é por todos nós conhecido, e hoje temos a bandeira que temos...

Ilustração gentilmente cedida por Carlos Bobone – Livraria Bizantina

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An-tó-ni-o

Alguém é capaz de explicar ao dr. Fernando Negrão que o candidato do PS chama-se ANTÓNIO Costa e não ALBERTO Costa? Ontem, no primeiro grande jantar da pré-campanha - em Benfica, numa coisa chamada "Katedral da Cerveja" (que mau gosto) -, Negrão referiu-se várias ao candidato do PS como ALBERTO Costa, até que à terceira ou quarta vez alguém lhe acenou da plateia e atirou, baixinho: "ANTÓNIO, o homem chama-se ANTÓNIO"...
Já agora, alguém me explica a mim as motivações inerentes ao cartaz que o PSD já distribuiu por meia Lisboa? O primeiro cartaz de Negrão tem um fundo branco e uma risca encarnada e outra azul, com os dizeres Lisboa a Sério. Ficam algumas dúvidas: o PSD achava que antes Lisboa era "a brincar", era "na boa", sempre "a partir"? E qual a razão para o PSD não aparecer nos cartazes a não ser no cantinho inferior direito, com o símbolo minúsculo? É para o candidato entrar na onda independente? Ou será para o PSD lavar as mãos da sua responsabilidade na crise que atravessa a capital?
Também não ficava mal alguém dizer ao dr. Negrão para começar a ler os jornais, ouvir as rádios e ver as televisões. Dá sempre jeito a quem é candidato a alguma coisa aparecer minimamente informado. ALBERTO Costa, perdão ANTÓNIO Costa, não se recusou a discutir a Ota. Pelo contrário, terá dito que está disponível para entrar nessa discussão que se prevê desde já acesa.

Momento cultural

Um grande amigo que partilha a minha paixão pela literatura dedicou-me em homenagem este pequeno filme, no seu As Afinidades Efectivas. Algumas mentes mais perversas poderão ver nele uma alusão aos meus polémicos posts sobre auxiliares internas de limpeza doméstica. Nada disso. É de livros e só de livros que se trata. Honny soit qui mal y pense e etc.

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A ler

1. "O Quase", de Helena Ayala Botto.
2. "Ainda se fosse para trabalhar a sério", de PMF.
3."Tempestade no horizonte", do Paulo Gorjão.
4. "Aceitam-se apostas", do Carlos Abreu Amorim.
5. "La France bling-bling", da Marta Rebelo.
6. "Isto é uma espécie de país, com música de Marques Mendes e letra de Mário Lino", do José Adelino Maltez.

Os tugas (11)


- Que te aconteceu? Estás cá com uma cara!
- Foi aquele ladrão...
- Qual ladrão?! Assaltaram-te a casa?
- Não, pá. O ladrão do árbitro. Então não viste que nos roubou um penálti do tamanho da Sé de Braga? Filho de uma cadela cheia de sarna. Estragou-me a semana, aquele estupor.
- Ó pá, não ligues. Antes isso do que um gajo partir uma perna.
- Isso dizes tu! Eu preferia partir uma perna. Mas antes partia os cornos àquele grandíssimo e alternadíssimo filho da puta.

Viernes


Marta Nieto: qué guapa es, niña. (Con su permiso, FAL)

A quem possa interessar...

A implantação da república portuguesa é um assunto pacifico e arrumado, conquanto não se aprofunde muito o assunto, não se levantem demasiadas lebres. Com noventa e tal anos de propaganda não se conseguiu mascarar a história, apenas iludir um povo ignorante e indolente. Vamos então pôr as mãos na massa, desfolhar a história e enfrentar tabus? Gloriosos tempos se avizinham!

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Sexta-feira


Daniela Pestova.

quinta-feira, maio 24, 2007

Em defesa de Mário Lino

Eu já fui à margem sul e não estava lá ninguém a apanhar aviões.

Cinco blogues que nos fazem pensar

Desta vez foi o Politicopata a mencionar-nos. Este simpático blogue elegeu o Corta-Fitas entre os seus cinco favoritos, no âmbito da iniciativa Thinking Bloggers Awards. Agradecemos a distinção, que já nos havia sido concedida pelo Pensamentos e pela Geração Rasca. E para manter a boa tradição, depois de o João Távora e o Francisco já o terem feito, compete-me agora eleger cinco blogues de que gosto muito. Aqui vão, por ordem alfabética:
No fundo, uma homenagem concreta a quem os faz: Ana Cláudia Vicente, Eduardo Pitta, João Gonçalves, João Paulo Sousa, Rui Bebiano e Tiago Barbosa Ribeiro.
Espero que a bola continue a rolar. Se há iniciativa interessante na blogosfera, é esta.
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Outros blogues poderiam ser referidos, como A Origem das Espécies, Blasfémias, O Insurgente e O Amigo do Povo. Não o fiz por já terem sido antes mencionados pelo João e pelo Francisco. E a excelente Miss Pearls só não surge aqui porque faz parte cá da casa.