quinta-feira, janeiro 31, 2008
Dois homens, a mesma luta
Na véspera do 30º dia
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Cerca de vinte junto às campas
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O pré-natal é quando o homem quer
A melhor década do cinema (38)
Etiquetas: Anos 50
Antologia Corta-Fitas (XIII)
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Por qué no te callas? (8)
"Isto vive da confiança e dos resultados."
José Sócrates, ontem, em Lisboa
Etiquetas: José Sócrates
Por supuesto
Se de um lado chove, do outro troveja
A alta governamental
Etiquetas: José Sócrates
Regicídio - Em abono da verdade
Na falta do processo instaurado na época pelo juízo de instrução criminal e convenientemente sumido depois do cinco de Outubro algures no gabinete de Afonso Costa, a obra centra-se na documentação possível dos factos ocorridos na trágica data, obviamente sem que se possam assacar conclusões cabais.
Sobre o assunto, o Juiz Desembargador Rui Rangel, a quem coube a apresentação da obra, salientou a fatídica tradição nacional da incapacidade da instituição judicial portuguesa em evitar a interferência dos poderes políticos. Como exemplo, o orador referiu, além do regicídio de 1908, o assassinato de Humberto Delgado e o caso Camarate.
Uma obra a não perder, em abono da verdade.
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Votaria no centrão
Se votasse suponho que seria no centrão. Mais pelas afinidades que eu noto entre ele e alguns líderes dessa área, do que por questões de ordem programática. É que reconheço no seu porte alguma arrogância socrática e tal como Cavaco também não lê jornais, nunca se engana e raramente tem dúvidas.
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quarta-feira, janeiro 30, 2008
Há 60 anos, assassinaram Mohandas K. Gandhi
Etiquetas: in memoriam
Antologia Corta-Fitas (XII)
«Mila kuda su plania» ou «Mila kura si planina»?
Consta que a derrota da Inglaterra frente à Croácia na passada quarta-feira não foi marcada apenas pelo afastamento dos ingleses do Euro-2008. O momento alto da festa (croata) foi mesmo uma interpretação algo original do seu hino. Esta originalidade pode ter escapado à maioria dos 80 mil espectadores do estádio de Wembley, visto serem ingleses, mas não deixou de suscitar dúvidas aos adeptos croatas: “O que foi que ele disse?”, terão perguntado. É que Tony Henry, cantor de ópera britânico, ao invés de ter dito «Mila kuda su plania», que quer dizer «sabes querida como gostamos das tuas montanhas», entoou «Mila kura si planina», que significa «minha querida, o meu pénis é uma montanha». Mas parece que os croatas atribuem a vitória sobre a selecção inglesa a esse episódio – que terá, porventura, relaxado os jogadores – e, assim, como em equipa que ganha não se mexe, convidaram-no já para entoar o hino nacional por alturas do Europeu. Pelos vistos, a língua croata é, também, muito traiçoeira…
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O auto-retrato
Remodelação? Não houve...
Antologia Corta-Fitas (XI)
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As críticas de Alegre e o receio de Sócrates
Alegre, que teve um papel importante nas presidenciais, pode ter uma intervenção decisiva nas próximas legislativas. Tudo depende da sua vontade. E Sócrates sabe isso melhor que ninguém. Daí o seu receio.
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Por qué no te callas? (7)
Etiquetas: José Sócrates
A melhor década do cinema (37)
Etiquetas: Anos 50
Toca a votar
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SNS - Porquê tanta revolta? (7)
Confesso que as descrições dos seus padecimentos me aborreciam, mas quando ela começava a contar o que se passava com as enfermeiras, ouvia tudo com muita atenção. Como nas histórias, havia as boas e as más. Às boas, para ficarem ainda mais boas, dava-se dinheiro, mas com as outras parecia que não havia nada a fazer. Uma delas, que eu identifiquei logo como a chefe das más, era odiada por todos. Respondia torto a toda a gente e sempre que a chamavam não vinha, ou então aparecia só para dar uma descompostura nos doentes, por estarem a incomodar.
A minha mãe ficava muito revoltada com estas coisas, mas quando dizia que ia fazer queixa ao médico, a avó entrava em pânico e pedia-lhe que não o fizesse, com medo de represálias. Eu percebia muito bem o problema dela e ficava cheia de pena a imaginá-la à mercê daquela megera.
Quando a víamos passar pela enfermaria, fazia questão de lhe deitar o meu olhar mais rancoroso. Era o mínimo que podia fazer pela minha avó!
Doutores de Spin
Houve forte comoção em torno da ideia de controlar a política parlamentar do PSD através de uma agência de comunicação. Alguns políticos desse partido ficaram indignados, mas a divisão que fizeram entre política de ideias e política de plástico não faz sentido, pois a primeira não passa de quimera.
Qualquer eleição num país industrializado (veja-se a campanha nos EUA) é cuidadosamente controlada por spin doctors. Nenhum candidato se atreve a falar aos media sem esse controlo. Aliás, todos os desastres ocorrem em declarações ou gestos instintivos. Há inúmeros exemplos, dos gritos de Howard Dean ao mais recente ataque de Bill Clinton a Obama na Carolina do Sul, erro que pode ter custado a Presidência a Hillary.
Nas eleições a sério, pouco divide os candidatos, excepto as suas mais ou menos brilhantes personalidades. Mesmo a governação é hoje de plástico, fortemente condicionada pelos media, nunca perdendo de vista a mediania da classe média (nove em cada dez eleitores) e os seus mínimos denominadores comuns. Tudo é mediatizado, nomeadamente segundo o tempo da televisão, que se mede aos segundos. Não há ideias na política contemporânea, apenas fait divers e simplificações, e o PSD está em pleno debate saído dos anos 70.
D. Carlos, um rei constitucional
Os exclusivismos, porém, deixaram herdeiros frustrados. Há quem ainda não tenha percebido por que é que não é dono desta democracia, tal como o PRP foi dono da I República ou os salazaristas do Estado Novo. Eis o que representam os contestatários da comemoração de D. Carlos."
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Rui Ramos no jornal Público
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terça-feira, janeiro 29, 2008
Os leitores é que sabem
Etiquetas: questionário
SNS - Porquê tanta revolta? (6)
A caixa de Pandora estava a abrir-se. Coleccionador há longos anos de desconforto, negligência, e precaridade na assistência médica, o povo começou desta forma a responder às restrições do executivo. É que de facto não é legítimo pedir, como nos países desenvolvidos, onde tudo funciona bem, que os utentes prescindam de benefícios, quando aqueles de que gozam não são nem nunca foram razoáveis.
Foi um diálogo surdo, mas não de surdos. E Sócrates percebeu o recado. Com tanta razão de queixa e ressentimento acumulados, esta sucessiva divulgação de casos na praça pública acabaria por incendiar o país.
Antes que o efeito bola de neve se criasse o primeiro-ministro percebeu que tinha que meter travões a fundo. Despediu Correia de Campos e de caminho aprendeu uma lição: “Com a saúde não se brinca”.
Antologia Corta-Fitas (X)
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A voz da sabedoria
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Sim, por que não?
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Tanta franqueza comove
«Deram tudo o que tinham a dar». Vitalino Canas sobre os ministros substituídos
De fachada
O ministro embaciado fora do Governo
Etiquetas: Governo
Mais uma não
A ler
1. "A maior parte da corrupção da política não é, por enquanto, corrupção criminal", do José Adelino Maltez.
2. "Do regicídio ao centenário", por Pedro Picoito.
3. "Dizer a verdade", do Carlos Abreu Amorim.
4. "Lisboa no Monopólio", do Paulo Pinto Mascarenhas.
5. "Portugal é cansado de si", do Henrique Burnay.
6. "Os amigos são para as ocasiões", do Pedro Sales.
7. "Odi et Amo (LXVII)", por Filipe Nunes Vicente.
Por qué no te callas? (6)
Etiquetas: José Sócrates
Santa Marta
P.S. - 1) O título deste post é meramente humorístico, para aliviar o ambiente e levantar a moral. Lembrei-me dele porque foi no Parque de Santa Marta, na Ericeira, que aprendi a andar de patins...
Danças?
Estamos a sós com a dança. Da sedução. Danço ao som das tuas palavras, entre as tuas opiniões que, tal como o vestido, se colam ao corpo. Não desvies os olhos… Danço com os erros, danço com os ossos, danço com a chuva, danço com as cores das profundezas. As sapatilhas andam perdidas há já algum tempo. Não importa.
A dança é sempre a mesma, a música não. Não desvies os olhos… Danças?
A melhor década do cinema (36)
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SNS - porquê tanta revolta? (5)
Quando a ocasião se proporcionava ficava a ver a uma distância prudente os menos afortunados a aceitar, com evidente fastio, os tabuleiros que as enfermeiras lhes estendiam. Muitos optavam, simplesmente, por deixar quase tudo no prato e não raro aceitavam, agradecidos, a comida caseira que os companheiros da cama do lado, condoídos, lhes ofereciam.
Ora aqui estão...
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segunda-feira, janeiro 28, 2008
Santana D.O.C.
Gloriosos momentos
Mas tivemos a sorte que nos tem faltado noutros jogos e acabámos por ganhar bem. Espero que esta vitória inspire a rapaziada para o resto da temporada, pois eu já tinha saudades de festejar estas emoções básicas. Momentos que valeram bem a gripe que se vai revelando agora em mim.
Imagem daqui.
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Caiam na real
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Somos mesmo bons, carago!
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Quem sabe, sabe
A melhor década do cinema (35)
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Por qué no te callas? (5)
Etiquetas: José Sócrates
Antologia Corta-Fitas (IX)
Elogio da ficção científica
Luís Naves, 3 de Novembro de 2006
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SNS - porquê tanta revolta? (4)
O Fred era um simpático alemão, natural da Baviera, que tinha casado havia pouco tempo com uma prima que um dia quis visitar a minha avó no hospital.
Não se sabe se foi aquele cenário em adiantado estado de degradação, se o calor ou o cheiro. O certo é que nem a robustez germânica o conseguiu poupar do embaraço de ter que sair dali rapidamente, branco como a cal, pelo braço da mulher.
Por coincidência um grupo de médicos assistiu à cena e um deles, mais atrevido, abeira-se da família e pergunta em tom acintoso: “O que é que lhe aconteceu?” Ao que um de nós lhe respondeu: “Aquele senhor é alemão e até hoje nunca tinha entrado num hospital português”.
Foi remédio santo. A conversa morreu logo ali.
Volta a Portugal
domingo, janeiro 27, 2008
Renascimento
Sem emenda
O factor Bill
Onde é que o pai e mãe se conheceram?
Onde mais poderia ter sido?
O ministro embaciado
Etiquetas: Assim se faz política
A melhor década do cinema (34)
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Por qué no te callas? (4)
Etiquetas: José Sócrates
Antologia Corta-Fitas (VIII)
Interrompo o trabalho no computador, levanto-me, espreguiço-me, e passando pela janela olho a praceta enlameada lá em baixo. Cruzo o olhar com o homem do bar vizinho que apanha umas folhas molhadas da esplanada. Intimidados, cada um recolhe “à sua vida”.
João Távora, 4 de Novembro de 2006
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Domingo
Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Da Bíblia Sagrada
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Quase perfeito
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Manhã perfeita de Domingo
Imprensa cor-de-rosa
sábado, janeiro 26, 2008
Maria Clementina
Acomodada numa caixa de sapatos, e sem parar de gemer, cedo o bicho chamou a atenção do meu pai no seu escritório. Terá sido assim, desviando a atenção da sua eterna leitura, que resmungou o seu primeiro voto de desagrado pela adopção. Voto que pairaria pesando por alguns anos sob a vida da gata e sobre a minha cabeça.
Foi à noite, connosco todos de pijama à volta da cama dos meus pais, que a minha mãe conseguiu injectar um pouco de leite com uma seringa de plástico na minúscula boquinha da gatinha. E foi nessa ocasião que nós a baptizámos de "Maria Clementina", ao que a minha mãe, com o seu peculiar sentido de humor, acrescentou o apelido "Joly Braga Santos". Este foi o polémico nome da gatinha, que tanto chocaria a nossa fiel mulher-a-dias, a Lídia, senhora de profunda religiosidade e tão ciosa do seu culto mariano.
Maria Clementina cresceu em sabedoria e graça, já que de tamanho nunca foi grande coisa. Fazia grandes e repentinas corridas pela casa fora, trepava paredes e cortinados, apanhava moscas com a patinha e rebolava enrolada na minha mão mordiscando-a com pequenos coices. Adoptei-a como minha, e com o tempo a propriedade foi-me reconhecida por todos, excepto pela própria: de sesta em sesta, saltitava de colo em colo e de noite para noite aninhava-se em diferentes camas, coisa que me deixava algo despeitado e ciumento. Mas lembro-me bem de ter assistido a várias Tardes de Cinema dominicais com a Maria Clementina ronronando aninhada nas minhas pernas cruzadas. Eu esforçava-me por legitimar a minha hegemonia e assumia o árduo trabalho de criar um felino naquele terceiro andar em Campo d’Ourique: tratava do caixote renovando a serradura e cuidava da sua alimentação, surripiando os mais apetitosos restos de comida e, sempre que se proporcionava, numa ida às compras, adicionava umas latas de Kitty Cat ao carrinho. Esses dias eram especiais, pois conquistava o coração da Maria Clementina, que enquanto eu suava a abrir a lata subia pelas minhas pernas, em sonoros roncos de prazer.
Mas o facto é que a gatinha vivia lá em casa numa semi-clandestinidade, e isso era uma sombra negra na minha vida, e penso que também dos meus irmãos. Após uma primeira rejeição pela parte do meu pai, Maria Clementina conquistou-o por um curto período, quando, graciosa e ainda bebé, fazia irresistíveis brincadeiras e jogos que só a uma besta poderiam deixar indiferente. O problema adensou-se com o tempo: a gata adquiriu o vício de arranhar os sofás, crescia e perdia o encanto. O pior era quando periodicamente era acometida por umas estranhas crises que chegavam a perdurar infindáveis dias, em que “uivava” autenticamente, arrastando-se languidamente pelo chão, indiferente às nossas zangas e chamadas “à terra”. Era o cio. Por essa altura a minha mãe caíra doente, situação que perduraria por muitos anos, e por grandes que fossem as fúrias do meu pai contra o bichano, nós as crianças nunca soubemos bem como lidar com tal situação.
Aconteceu uns anos mais tarde, quando a Maria Clementina lutava com uma feia doença na pele que o veterinário e eu não conseguíamos debelar. Foi numa tarde fria de Inverno pelas vésperas de um Natal qualquer, que aquilo que eu mais temia aconteceu. A gata, numa das suas incontidas correrias, deitou a árvore de Natal ao chão, e partiu umas peças de porcelana de que o meu pai tanto gostava. Nesse dia, quando cheguei a casa, já não ouvi a sua fúria insana que ocorrera minutos antes, só os choros reprimidos das minhas irmãs. Quanto à Maria Clementina, a bronca tinha sido a gota d’água e a sentença desta vez era irremediável.
A nossa gatinha, por ordem inabalável do meu pai, foi abandonada nesse dia na rua, ali para o lado dos Bombeiros. Ainda a vi refugiar-se assustadíssima debaixo de um carro estacionado. Era a sua primeira experiência de rua.
Durante muito tempo, confundi a pena que tinha do bicho com a pena que tive de mim. Durante muito tempo, quando passava naquela esquina da Rua Correia Teles com emoções contraditórias, procurava, incrédulo, sinais da Maria Clementina. Que afinal nunca mais deu sinal de vida.
Antologia Corta-Fitas (VII)
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