terça-feira, fevereiro 20, 2007

Mais do mesmo

Desde sempre que gosto de telefonia e sempre que posso ainda vou acompanhando este fascinante meio de comunicação. Ontem foi a vez de, durante um inevitável percurso automobilizado, ouvir finalmente uns minutos do novo Rádio Clube Português. Entre as 19.00 e as 20.00 aterrei no meio de um tal programa de Célia Bernardo “Janela Aberta” no qual dois locutores entrevistavam no estúdio o insuspeito Vicente Jorge Silva (VJS) sobre a demissão de Alberto João Jardim (AJJ). Não me surpreendi com o VJS a destilar os seus ressentimentos contra AJJ. Chamou-lhe de tudo e mais alguma coisa, uns insultos mais plausíveis que outros. Mas o que me espantou verdadeiramente foi a cumplicidade explícita dos dois jornalistas, que tratando o convidado (colega?) por tu, alarvemente se compraziam com os epítetos, emitindo desapoderadas risadinhas e concordantes monossílabos.
Não sou particular admirador de AJJ, talvez devido à minha educação, para mais algo conservadora. Mas também tenho umas noções da dignidade implícita ao papel de jornalista, e das regras de conduta inerentes. Quero dizer, não me parece que aquela seja uma forma de profissionais da comunicação, no exercício do seu cargo, tratarem figuras de Estado legitimamente eleitas em democracia. Durante aqueles minutos senti-me literalmente gozado e ultrajado, enfim, madeirense.
Finalmente, a experiência com esta suposta alternativa radiofónica saldou-se numa má experiência que tão cedo evitarei repetir. Com a minha idade, para contrariedades, já bastam as inevitáveis.

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