A solidão aliada às coisas exteriores (III)
Um dos méritos maiores desta Correspondência é iluminar alguns dos melhores ciclos existenciais de Sophia – inclundo a descoberta do mar algarvio, tão marcante na sua obra, e sobretudo as suas primeiras viagens à Grécia, que a conduziram a novos trilhos poéticos. O seu entusiasmo pelas viagens é, de resto, uma constante nas espaçadas confidências que ia trocando com Sena, confessando-se maravilhada com Delfos, Corinto, Roma e o Rio de Janeiro. E com As Meninas, de Velásquez, no Museu do Prado. Existe no ser humano – e no poeta em particular – o “dever de ver”, como ela sublinhava noutra carta reveladora, escrita no México em Novembro de 1971.