segunda-feira, outubro 16, 2006

Antes as FARC

Lido isto depois desta chamada de atenção, fico varado. O que vai fazer o Partido Comunista Chinês ao congresso do PS? Depois de Sua Santidade o Dalai Lama ter abdicado da defesa da independência do Tibete, devido ao número assombroso de mortos que a luta causou; numa altura em que a China inaugura a linha ferroviária para a região, indispensável instrumento de colonização para a «solução final do problema tibetano», o Partido Socialista decide convidar os autores do mortícinio e sentá-los nas cadeirinhas a ouvir as inanidades aportuguesadas da terceira via requentada que nos habituámos a comer ao almoço, ao jantar e à ceia.
Os chineses rir-se-ão com gosto e aceitarão esta «lavagem» de consciência por aquilo que ela vale: Negócio. Ou, melhor dizendo, vontade de fazer negócio. Porque a China, hoje, são milhares de milhões em potência a ganhar ou a perder de acordo com as circunstâncias. Não há moral aqui, quanto mais religião. Há política no seu sentido mais mesquinho. Querem que vos diga? Então eu digo: Antes as FARC.

Actualização: Tomás Vasques não concorda e diz que as FARC «são outra coisa», depois deste post do Rui Costa Pinto. Também eu discordo, mas neste caso do Tomás. Nada distingue os «assassinos entre nós» uns dos outros. Todos eles matam e voltam a matar (quando não andam em congressos, é evidente). E já agora, leiam isto.

Adenda: «Um "participante internacional" levantou a questão dos direitos humanos e "avisou sobre um certo burburinho vago a respeito do Tibete". Mas, com o estatuto de Nação Mais Favorecida, o mais provável é que esse burburinho continue sem ser ouvido, uma vez que qualquer embargo comercial seria ilegal, segundo as regras do livre comércio». Artigo sobre a reunião na Penha Longa do grupo de Bilderberg por Gibby Zobel, Pública, 26 de Dezembro de 1999.