Longe da multidão
Hei-de falar aqui com algum vagar dos meus cronistas e colunistas favoritos. Por agora fica a referência a um dos nomes que constam dessa lista: António Sousa Homem, o velho minhoto, conservador e monárquico, que vive desterrado no seu solar de Moledo, longe da multidão e das "verdades" do mundo contemporâneo que se esgotam com a rapidez de um fósforo. Na última edição da revista Notícias Sábado, escrevia ele sobre Guerra Junqueiro, e sai-lhe este naco de prosa verdadeiramente irresistível:
"O doutor Homem, meu pai, desinteressava-se do 'assunto republicano' (ele teria sido um cartista do velho regime, como em tempos contei) mas achava Junqueiro insuportável como bardo. Sempre que queria fazer rir a plateia, à mesa, recitava 'Eu não te tenho amor simplesmente. A paixão / Em mim não é amor; filha, é adoração!', como um exemplo que deveria figurar no Código Penal."
Hei-de voltar a falar de Sousa Homem (pseudónimo de um notável escritor português e também autor de um blogue de que gosto muito). Hoje ficou este excerto a servir de aperitivo.