O pombo de Trafalgar Square
"Deus está nos detalhes", dizia um famoso arquitecto. Pensei nesta frase ao ler há pouco um notável artigo de Teresa Firmino, no Público, sobre o centenário de António Gedeão. Neste artigo, intitulado "Rómulo de Carvalho, ou a importância de se chamar António", a jornalista revela que o poeta "gostava tanto de fazer álbuns de viagens que trazia para casa os objectos mais improváveis". Que podia ser uma simples "pena de pombo de Trafalgar Square".
Um pormenor, dir-se-á. Mas o melhor jornalismo avalia-se em pormenores como este. A partir de agora, fico a simpatizar ainda mais com Gedeão, o sisudo professor liceal que um dia transportou de Londres para Lisboa a pena de um pombo de Trafalgar Square. Ser poeta também é isto.