Prognósticos só no fim
Marcelo Rebelo de Sousa, perante o desafio que lhe lançou Maria Flor Pedroso na emissão de 16 de Setembro do seu programa na RTP, recusou fazer vaticínios sobre o desfecho da corrida para a liderança do PSD. Manuela Ferreira Leite, que o Expresso do último sábado antecipava como apoiante de Marques Mendes, prefere afinal manter-se equidistante. Alexandre Relvas, mandatário nacional de Mendes, encontra-se ausente em parte incerta: só a nossa fé no mesmo Expresso nos leva a fazer crer que "estará ao lado do candidato nos derradeiros dias de campanha". Sucedem-se as acusações entre as duas candidaturas, com o estado-maior de Luís Filipe Menezes a ameaçar recorrer ao Tribunal Constitucional e queixar-se à polícia por alegadas fraudes na elaboração dos cadernos eleitorais. A questão do direito de voto dos militantes açorianos, na sequência da controversa decisão assumida pelo Conselho de Jurisdição Nacional, poderá arrastar-se sem ter fim. Perante tudo isto, Paulo Gorjão espanta-se apenas por eu ter escrito no DN que os resultados das eleições directas no partido são "cada vez mais imprevisíveis". Nada diferente, no fundo, do que o veredicto que Marcelo - apoiante de Mendes - recusou fazer.
Tanta candura do mais fino analista político da blogosfera portuguesa é sempre admirável. Hei-de ir almoçar um dia destes com um vice-presidente do PSD para ver se consigo ficar tão cândido assim...