terça-feira, setembro 25, 2007

Novos, Velhos Brinquedos

Um dos meus primos mostra-me com orgulho novos, velhos brinquedos. Logo diz: “São do meu pai”, o que equivale a avisar: “Não estragues”. Isto num tom de responsabilidade e respeito por o pai lhe ter confiado os seus brinquedos. Num saco, também ele já antigo, vou descobrir pela sua mão um cubo mágico. Lembram-se? Não sei se ainda guardam o vosso, mas o meu cubo mágico, de tanto ser manuseado sem muito sucesso, não teve um final feliz.
Isto fez-me pensar. Agora que sei que vou ser mamã de um rapaz, fico a reflectir naquilo que ainda terei guardado e poderei passar ao meu filho. Vale-me ter sido uma verdadeira Maria-rapaz. O meu irmão herdou uma colecção de berlindes e uns carrinhos que faziam intermináveis filas à volta da cama - como se eu já adivinhasse o futuro - e uns Playmobiles que já viveram um grande número de histórias inventadas por abundantes mãos. Tenho uma colecção de borrachas, de diferentes formas e feitios, que de vez em quando vou espreitar para ver se ainda cheiram a novas. Aquele perfume faz-me andar alguns anos para trás, onde me vejo de vestidinho e cabelo bem mais curto.
Espero que o pequeno bebé que aí vem também um dia possa dizer com o mesmo orgulho: “São da minha mãe” e que isso não lhe cause muita estranheza. Pelo sim, pelo não, o pai já está encarregue de ir ao sótão procurar também os seus brinquedos.