Momentos Kodak (27)
Estamos na altura da apanha da azeitona. Um pouco por todo o País, muitas são as famílias que se juntam no seu bocadinho de terra e trabalham horas a fio. Os que vêm da urbe, a fugir do rebuliço citadino, vêem ali um escape e ao mesmo tempo uma forma de relembrar tempos idos. Os valores da família (ainda) falam mais alto. Ajudam o avô, a avó, o pai ou a mãe, o irmão ou a irmã, conforme os casos, e conseguem ali o tempo para a família que a cidade ajuda a fazer esquecer. Modernices, diriam uns. É a vidding, diriam outros. Mas o que realmente interessa é lutar por uns bons litros de azeite. Colocam a rede em volta da oliveira e é vê-los a bater nos ramos com um pau. Outros sobem às arvores e apanham-nas à mão. Os métodos são diferenciados, mas o objectivo, esse, é comum. O tempo urge. Tem de se apanhar tudo antes que venha a chuva atrasar os planos. Alguns conseguem, outros não. Separam-se as folhas da azeitona e ensaca-se tudo. Fecham-se os sacos, leva-se para o lagar e aguarda-se (com um bom copo de vinho da terra na mão) que chegue a nossa vez. Que boa é a vida no campo...