Ladainhas
Algumas vezes vou parar a festas um bocado excêntricas, daquelas que reúnem astrólogas e figuras andróginas - como o apelidado Senhor Conde Castelo Branco mas não é de longe o único - a outras não menos fora de série como o Barão von Breisky (ex-Elsa Raposeiro) ou autoras de best-sellers.
Devo dizer que, na maior parte das vezes, as conversas que ouço são inócuas, fúteis e cheias de polidos subentendidos, mas por aí se ficam. Outras vezes, surpreendo-me com as «socialites» figuras das nossas capas de revista a empregar termos mais dignos de um carroceiro (hoje dir-se-ia motorista de táxi, mas seria injusto). A propósito de uma destas últimas experiências, recordei o princípio de uma ladainha que quero partilhar convosco e reza assim:
«Porra! Exclamou a Marquesa, batendo com as tetas na mesa. Mas, lembrando a esmerada educação que tivera na Suiça, trocou o porra por chiça». Palavra em desuso, «chiça» era também o início de outra: «Chiça penico chapéu de coco, botas cagadas, barriga aos quadradinhos, luvas de boxe...». Quem souber o resto, agradeço que me complete a memória. Dá sempre jeito, em algumas alturas.