quarta-feira, outubro 11, 2006

Post limpinho

Lá vai o tempo em que a sinalética das casas de banho era fácil de interpretar: um menino ou uma menina, um Humphrey Bogart ou uma Lauren Bacall, o Pato Donald ou a Margarida, e não havia nada que enganar. Nos últimos tempos, tenho reparado que essa simbologia está cada vez mais difusa, andrógina, estilizada e incompreensível. Dito de outra forma, corre-se sempre o risco de entrar em contramão.
Geralmente são coisas de disaine moderno, em restaurantes ou bares estilo modernaço, onde as torneiras têm formatos estranhos e em que o sabonete está em caixas que só mesmo à pancada, sem sabermos onde carregar.
Suponho que esta estética obedeça a práticas ecológicas, tipo poupança de água e assim. Não sei bem. E que o sabonete líquido seja de facto mais higiénico. Mas por vezes fico a olhar para a torneira: carrego, não carrego, onde carrego? Algum botão de lado? Algum dispositivo para carregar com os pés? Sopro para a torneira? Canto? Insulto-a? Chamo alguém?
Já percebi que muitas dessas coisas funcionam à base de sensores para água e luz, mas nem sempre da forma mais eficaz. Há verdadeiros casos de tortura de Tântalo: quando a mão se aproxima não sai água e quando se retira a mão, desata a jorrar. Uma coisa do Além, valha-me Deus.
Será que só acontece comigo? Não??? Esteja à vontade que ninguém ouve.
E isto sem falar naquelas desgraçadas banheiras dos hotéis que parecem querer massajar-nos até aos ossos, cheias de esguichos, jactos e ebulições….
Mas isso fica para outro post: reparo que o temporizador da luz está já a dar sinal de desligar…