Até pareço de esquerda
O Luis Aguiar Santos escreve, no O Amigo do Povo, a propósito da recente greve dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa: «eu acho que o "direito à greve" não tem lugar num Estado de Direito».
O nosso Pedro Correia também já aqui escreveu sobre este assunto. Não sei se vai tão longe nas críticas aos trabalhadores como o Luis, mas espero bem que não.
Eu, lamento dizê-lo, estarei sempre do outro lado de quem queira eliminar este direito cuja justificação histórica (desde o seu início em França) demonstra como, muitas vezes, foi a única ferramenta possível contra os exageros e práticas mais selvagens de exploração da mão de obra.
Por vezes não é aplicado da melhor forma? Eventualmente. Há outras formas de reivindicação que são pouco utilizadas e seriam mais simpáticas e até eficazes? Talvez. Mas isso discute-se pontualmente e caso a caso. Eliminar a greve como direito? Isso espero bem que nunca. Um «Estado de Direito», para mim, inclui direitos para todos. E não só para alguns.