Agitação a leste (I)
Uma série de eleições, na Europa Central, deu origem a resultados perturbadores e difíceis de compreender. O mais recente foi na ex-República Jugoslava da Macedónia, onde venceram os nacionalistas da oposição, após campanha marcada por acções de intimidação. Para piorar o cenário, aquele frágil país está ameaçado pela violência étnica. Importa reflectir sobre as mudanças que se registam em vários países da região, com o aumento da instabilidade política. Na República Checa, dois blocos antagónicos anulam-se mutuamente, sem possibilidade de se formar governo, pois há 100 deputados para cada lado e a grande coligação parece inviável, de tal forma os líderes se odeiam. No bloco à esquerda, os social-democratas euroentusiastas formam aliança com os comunistas (linha dura, a única sobrevivente na zona).
Na Eslováquia, o governo de coligação (que evitou a ostracização do país e conseguiu levar este caso terminal à União Europeia) foi rejeitado nas urnas, perdendo para ex-comunistas aliados com nacionalistas, os quais têm um discurso de hostilização da minoria étnica húngara, cujo partido pertencia à coligação derrotada. Lembram-se do pugilista Meciar? Pois, os seus discípulos estão de volta!
Na Polónia, a direita nacionalista católica venceu as legislativas e as presidenciais e recusa entender-se com o segundo maior partido, de liberais também saídos do Solidariedade, enquanto a esquerda ex-comunista foi totalmente afastada. Os populistas anti-semitas e anti-europeus estão a aumentar a sua influência. Os dois irmãos Kaczynski tomaram definitivamente as rédeas do poder.
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