Falta imaginação ao jornalismo
Volto à questão que tenho referido aqui nos últimos dias sobre a necessidade de repensar aspectos decisivos da prática jornalística, abandonando muitos dos critérios do passado. "Acima de tudo falta-nos imaginação", escreveu o Leonardo Ralha na nossa caixa de comentários, acrescentando: "E, caso a tenhamos, falta-nos convencer certas e determinadas pessoas de que é preciso ter imaginação." Isso mesmo. Só convém acentuar que algumas das que mais precisam de ser convencidas disso são os próprios jornalistas. Querem um bom exemplo da imaginação a funcionar ao serviço da boa oferta jornalística? Já foi aqui mencionado pelo Nuno Sá Lourenço: a excelente peça da TV Globo que, com a ajuda de três surdos-mudos, "leu" a linguagem labial de Luiz Felipe Scolari no banco, durante dois jogos da selecção portuguesa neste Mundial. Óptima ideia. Lamentavelmente, nenhum dos canais portugueses a pôs em prática: foi preciso a inspiração vir do outro lado do Atlântico.