sexta-feira, julho 07, 2006

Agitação a leste (III)


Esta visão é algo caricatural e exagera um pouco a situação. Mas serve para sublinhar o meu ponto: as recentes eleições nos países da região mostram um padrão preocupante a favor de mais instabilidade. Apesar das elevadas taxas de crescimento económico, as populações estão cépticas em relação ao ritmo de desenvolvimento, que beneficia as empresas estrangeiras. A opinião pública cada vez mais desconfia de Bruxelas, porque a UE sempre apoiou os partidos conservadores (aqui, no sentido de quem nunca desejou a mudança).
Estas democracias ainda não fizeram o acerto de contas com a História (veja-se o uso cirúrgico dos ficheiros das antigas polícias políticas). Paradoxalmente, aquilo que as separa do populismo desenfreado é a exigência de bom comportamento que Bruxelas associa à onda de subsídios que só agora começa a inundar sociedades que ainda não resolveram os problemas de corrupção e as profundas divisões étnicas.

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