Um caso de polícia?
O PSD vai hoje a votos, nas primeiras eleições directas da sua história. Depois de, durante largos anos, algumas figuras muito mediáticas terem andado com as directas ao colo, lançadas sempre nos congressos como arma de arremesso contra quem estava a liderar, eis que a chamada oposição interna a Luís Marques Mendes tem falta de comparência. Pior, a única candidatura que chegou a configurar-se, a do inefável Zé Beto, não vai a votos porque estava cheia de irregularidades.
Reza a imprensa desta semana que a alternativa a Mendes não vai a votos porque as 1500 assinaturas necessárias continham uma série de irregularidades. Assinaturas falsas, nomes repetidos, militantes "falecidos" e um rol de coisas nunca vistas, que levaram Guilherme Silva, presidente do Conselho de Jurisdição do PSD, a inviabilizar a candidatura. Há dois dias cheguei a ler por aí que o também vice-presidente da Assembleia da República considerava o assunto tão grave ao ponto de poder ser alvo de uma investigação da Polícia Judiciária. Um caso de polícia, portanto. Vamos ver no que dá a novela que tem deixado o PSD - partido português que, a par do PS, está mais vocacionado para exercer o poder - numa situação triste. Muito triste. E se assim é, o assunto não pode ser resolvido dentro de casa e ficar confinado a uma questão interna, como se de brincadeiras de irmãos ou amigos desavindos se tratasse. Algumas das insinuações/sugestões são gravíssimas e deixam o cidadão comum intrigado com o que se passa dentro das quatro paredes da São Caetano à Lapa e dos partidos em geral. Investigue-se, pois.