O partido que nunca existiu
Um dos maiores absurdos que perduram na política portuguesa é o chamado partido “Os Verdes”, que até forma grupo parlamentar. Este partido nunca concorreu isolado a nenhum escrutínio, desconhecendo-se por completo a sua força eleitoral. Durante mais de 20 anos, limitou-se a parasitar o Partido Comunista, surgindo aos olhos dos portugueses como um mero apêndice do PCP. Um apêndice que nem chega a contar para efeitos aritméticos, pois as cruzinhas recolhidas nos boletins pela CDU (PCP+"Os Verdes”) são sempre consideradas “votos comunistas” em todas as análises eleitorais. No próprio PCP, passada a moda “ecológica” dos anos 80 que levou Álvaro Cunhal a inventar “Os Verdes”, não falta hoje quem considere um mau negócio a manutenção desta “aliança” com coisa nenhuma, que serve apenas para roubar sempre dois deputados ao grupo parlamentar comunista. Vai sendo tempo de alterar a lei portuguesa para impedir que partidos-fantasma como este concorram a sucessivas eleições à boleia de outros partidos, imitando filhotes de canguru na bolsa marsupial da mãe, sem jamais se atreverem a enfrentar sozinhos o teste das urnas. Teria piada saber quantas dúzias de votos “Os Verdes” recolheriam sem os vermelhos...