quinta-feira, dezembro 06, 2007

Há quem lhe chame democrata...



"Una victoria de mierda!"
HUGO CHÁVEZ, reagindo - bem ao seu estilo - à derrota que sofreu e antecipando novas etapas rumo ao "socialismo".

(Via A Origem das Espécies)

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terça-feira, dezembro 04, 2007

O último referendo

A derrota do golpe de Estado constitucional que Hugo Chávez tinha em marcha por via referendária foi uma boa notícia para a Venezuela? Foi. E deve deixar os venezuelanos descansados? Não. O próprio presidente advertiu, logo após ter conhecido os resultados, que o projecto de Constituição destinado a conferir-lhe poderes equivalentes aos de um monarca absoluto acabará por passar, de uma forma ou de outra. A única certeza que temos, a partir de agora, é que os referendos chegaram ao fim: Chávez jamais correrá o risco de uma nova humilhação eleitoral. Até para evitar ser expulso do círculo de amigos íntimos de Fidel Castro.
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Ler também:
- O referendo na Venezuela, do Tiago Barbosa Ribeiro, no Kontratempos
- Venezuela, e agora?, do Tomás Vasques, no Hoje Há Conquilhas
- Venezuela, dia seguinte, do Francisco José Viegas, n' A Origem das Espécies
- Azar de Chávez, de João Miranda, no Blasfémias
- Imprevisibilidade, do João Gonçalves, no Portugal dos Pequeninos
- "Nestas condições", do Filipe Nunes Vicente, no Mar Salgado
- A liberdade está a passar por aqui, de António de Almeida, no Direito de Opinião
- Lo han callado, de Carlos do Carmo Carapinha, na Atlântico

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terça-feira, novembro 13, 2007

... E ele calou-se mesmo


Coitados dos venezuelanos. Como se não lhe bastasse terem um proto-ditador que quer mudar a Constituição para se perpetuar no palácio presidencial e poder decretar o estado de excepção a qualquer momento, que encerra canais de televisão à medida dos seus caprichos, que manda a polícia de choque carregar sobre os estudantes universitários que protestam contra as suas arbitrariedades, que funde os partidos existentes numa caricata "união nacional", que proíbe de actuar no país um cantor espanhol que teve a ousadia de criticá-lo, que ameaça suprimir qualquer propriedade privada "por motivos de utilidade pública ou interesse social", que financia com o dinheiro dos contribuintes a decrépita tirania cubana, que já é duramente criticado pelo camarada de armas que o acompanhou desde os tempos de golpista contra o governo legítimo da época, que fala horas seguidas nos canais de propaganda do regime num crescente monólogo que constitui um perfeito quadro do país... como se já não lhes bastasse tudo isto, os venezuelanos vêem ainda o proto-ditador receber uma humilhante ordem do rei de Espanha para fechar a matraca. "Por qué no te callas?", atirou-lhe Juan Carlos, na recente cimeira ibero-americana, já enjoado de ouvir as arengas insultuosas do tenente-coronel.
E a verdade é que ele calou-se, batendo a bola baixa perante o representante máximo da antiga potência colonial. Humilhante mesmo. O Simón Bolívar, a estas horas, deve estar às voltas na tumba: andou ele a bater o pé à coroa espanhola no século XIX para agora o seu disparatado herdeiro que entoa hossanas ao "socialismo do século XXI" fazer uma triste figura destas na cimeira do Chile. Entradas de leão, saídas de sendeiro...

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