segunda-feira, outubro 29, 2007

Era inútil dar café a Salazar

O André desafiou-me para entrar numa nova corrente blogosférica. Desta vez para sublinhar o papel do acaso na abordagem ao texto literário, se bem percebi a coisa. É uma proposta com cinco regras que passo a enumerar:

1. Pegue no livro mais próximo, com mais de 161 páginas – implica aleatoriedade, não tente escolher o livro;
2. Abra o livro na página 161;
3. Na referida página procurar a quinta frase completa;
4. Transcreva na íntegra para o seu blogue a frase encontrada;
5. Aumentar, de forma exponencial, a improdutividade, fazendo passar o desafio a mais cinco bloguistas à escolha.

Assim fiz. Peguei no primeiro livro que encontrei à mão: Quod Erat Demonstrandum, de José Pacheco Pereira. Mas nada feito: o livrinho tem apenas 142 páginas. O que me apareceu a seguir? O novíssimo Os meus 35 anos com Salazar, de Maria da Conceição de Melo Rita e Joaquim Vieira, com a chancela da Esfera dos Livros. Mais um título a juntar à já extensa bibliografia contemporânea sobre o fundador do Estado Novo.
Abro-o na página 161, eis a quinta frase completa: "Tanto na noite de Natal como em qualquer outro serão, era inútil dar a Salazar café para combater o sono ou o cansaço."
Fico ainda a saber, só pela leitura desta página, que Salazar "não gostava de possuir um guarda-roupa muito extenso". Apreciava receber pelo Natal o tónico capilar Nally e after-shave Floyd. Detestava tabaco mas era fã dos sabonetes Luxo Banho, da Ach Brito, e Feno de Portugal.
As coisas que a gente aprende com estas correntes blogosféricas...

Para cumprir totalmente as regras, resta-me passar a bola a outros cinco colegas, sugerindo-lhes que façam o mesmo que eu agora fiz: o Tomás, a Leonor, o Jorge, a Joana e a Ana Cláudia. Boas leituras!
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ADENDA: Tropecei na página em que se falava do gosto de Salazar pelos sabonetes da Ach Brito na mesma altura em que o João Villalobos aqui aludia à mesma marca. Raio de coincidência esta. Como diria a Teresinha ou a Francisquinha do anúncio: há coisas fantásticas, não há?

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