O "fascismo" vem aí
Os responsáveis pela Festa do Avante! - e desde logo o seu director, José Casanova - editaram uma revista (bem feita, diga-se, e cheia de publicidade) com um editorial violentíssimo contra o Governo.
Nesse editorial lê-se o seguinte:
- "O Governo PS/José Sócrates tem vindo a levar por diante a mais perigosa ofensiva contra o regime democrático."
- "O Governo PS/José Sócrates leva essa ofensiva mais longe e mais fundo do que qualquer governo anterior e confere-lhe uma tónica crescentemente antidemocrática."
- "Trata-se, com efeito, de uma política (...) que tem como alvo prioritário os valores de Abril que venceram o fascismo."
- "Trata-se de uma política de cujo conteúdo essencial emergem sinais de iniludível cariz fascizante."
- "Os perigos que espreitam a democracia no nosso país são por demais evidentes."
(os sublinhados são meus)
Daqui se infere que eles - os responsáveis pela Festa do Avante!, o director do jornal e a direcção do partido - já chamam fascista a Sócrates.
Bem sei que o PCP - como o pastor da história, sempre a clamar que vira lobo - vê o "fascismo" em todos os cantos. Mas, que me recorde, há muito que não ia tão longe numa invectiva a um governo do PS. Notícia, pois. Quem falou em fascismo e no eufemístico fascizante foram eles. Não eu.
Dá para perceber, não dá?
Ups, parece que não...
Escandaliza-se o Filipe Moura não com este linguajar extremo dos editorialistas do PCP mas com o título do DN. "Eles são dos portugueses mais honestos, bravos e trabalhadores que se podem encontrar", proclama. José Casanova, Jerónimo de Sousa, o "bravo" Bernardino Soares e tutti quanti bem podem agradecer-lhe: é difícil haver elogio mais rasgado.
Esteja descansado o Filipe: para a próxima prometo-lhe um título mais respeitoso (o respeitinho é muito bonito). Se entretanto "os sinais de iniludível cariz fascizante" não me fizerem perder o pio.
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