Costa sob pressão
Alegadamente, os membros do Secretariado do PS querem António Costa para candidato à Câmara Municipal de Lisboa. Primeira explicação: os membros do secretariado, o órgão de cúpula socialista, não contam. Quem decide é José Sócrates. O facto de ser atribuído esse desejo a um colectivo partidário e não ao seu líder, que é simultaneamente primeiro-ministro, significa, antes de mais, o receio de que Costa não aceite. O respeitinho e, ao mesmo tempo, a falta de coragem de Sócrates em assumir a sua vontade.
A verdade é que Sócrates está num beco sem saída, depois do anúncio de candidatura de Helena Roseta e das recusas de Ferro Rodrigues e supostamente de António José Seguro, um nome que o primeiro-ministro nunca quis, mas que chegou a testar em sondagens. Resta quem? João Soares? Talvez. Ana Paula Vitorino? Um suicídio. Edite Estrela? Um desastre ambulante. Maria de Belém? Faria certamente uma campanha animada, combativa e certeira, só não se sabe se seria suficiente. Mas António Costa é um upgrade, é a demonstração de que Sócrates teme o "efeito Roseta". Por isso, resolveu chamar o seu melhor nome. O número dois do Governo. O homem que o substitui nas ausências para férias no Quénia, no Brasil ou na neve. O bombeiro para todo o serviço.
Só que António Costa, se for realmente inteligente, como penso que é, não aceita. Ao trocar o cargo de ministro de Estado e da Administração Interna pelo de candidato à CML estará a rebaixar-se mais do que a acudir ao primeiro-ministro. Estará também a hipotecar o futuro, no cenário pós-Sócrates, lá para 2013. Tudo porque uma vitória em Lisboa, apesar do marasmo no PSD, é tudo menos segura a partir do momento em que Roseta entrou na corrida.
Costa está neste momento entre duas apostas: na casa preta, a de vir a ser uma espécie de Fernando Nogueira daqui a uns anos; na casa vermelha, a de arriscar tudo o que tem e não tem numa luta imprevisível que, se for bem sucedida, lhe dará dois anos e meio de dores de cabeça e nenhum poder. Nem político, nem estratégico.
A verdade é que Sócrates está num beco sem saída, depois do anúncio de candidatura de Helena Roseta e das recusas de Ferro Rodrigues e supostamente de António José Seguro, um nome que o primeiro-ministro nunca quis, mas que chegou a testar em sondagens. Resta quem? João Soares? Talvez. Ana Paula Vitorino? Um suicídio. Edite Estrela? Um desastre ambulante. Maria de Belém? Faria certamente uma campanha animada, combativa e certeira, só não se sabe se seria suficiente. Mas António Costa é um upgrade, é a demonstração de que Sócrates teme o "efeito Roseta". Por isso, resolveu chamar o seu melhor nome. O número dois do Governo. O homem que o substitui nas ausências para férias no Quénia, no Brasil ou na neve. O bombeiro para todo o serviço.
Só que António Costa, se for realmente inteligente, como penso que é, não aceita. Ao trocar o cargo de ministro de Estado e da Administração Interna pelo de candidato à CML estará a rebaixar-se mais do que a acudir ao primeiro-ministro. Estará também a hipotecar o futuro, no cenário pós-Sócrates, lá para 2013. Tudo porque uma vitória em Lisboa, apesar do marasmo no PSD, é tudo menos segura a partir do momento em que Roseta entrou na corrida.
Costa está neste momento entre duas apostas: na casa preta, a de vir a ser uma espécie de Fernando Nogueira daqui a uns anos; na casa vermelha, a de arriscar tudo o que tem e não tem numa luta imprevisível que, se for bem sucedida, lhe dará dois anos e meio de dores de cabeça e nenhum poder. Nem político, nem estratégico.