Lisboa à noite a várias mãos
Hoje, no Diário de Notícias, uma longa reportagem a várias mãos e a vários copos: cinco jornalistas escrevem sobre a noite de lisboa, ou melhor, enfrentam a árdua tarefa de viver ou reviver noitadas, vidas até altas horas, enfim, uma maçada.
Jazz numa noite de Inverno é (bem) escrita por um jovem com escandalosos vinte e poucos anos, que relata a sua experiência iniciática no Snob, histórias de clubes de jazz, passagem pelo Napron (já estive em algumas dessas festas de que fala), pela Bicaense, B.Leza, Tóquio, antigo Texas Bar e final da noite no Lux.
Agora experimentem ler A boina negra e a boina branca, ou seja, as mesmas voltas da noite escritas e descritas por um tipo de quarenta e tal anos (sic). Coisas do passado, nunca saberemos se "aquela boina branca vagamente conhecida saía do Bicaense antes de eu confirmar se era mesmo um sorriso de outrora." Também gostava de escrever assim.
A Ana Sá Lopes escreve uma crónica sobre o bairro alto, quando A Revolução já passou por aqui. Cara Ana, "o meu companheiro (também) era um rapaz lindíssimo e brilhante mas nunca se vestiu de preto monocolor, que eu me lembre" e eu uma conservadora da Faculdade de Letras (oxímoro?), por isso nunca compreendi porque não passei pela mesma humilhação para entrar no Frágil. Uma vez lá dentro, entrei sempre que quis, furando pelo meio dos "ultrajados" a quem era barrada a entrada.
Ainda há outra crónica sobre espreguiçadeiras e Cafés com 'design' que inauguram novas rotas e mais Bairro Alto com Histórias de copo na mão.
Um reparo: e a noite "betinha? Em querendo, estou disponível para uma city sightseeing dos restos mortais da noite queque. Pensando bem, ainda se arranjam um ou dois locais de culto já não tão gloriosos como no passado, mas ainda com espelhos, veludos e com serviço à antiga.
Prometo que deixo as pérolas e o chanel 5 em casa ao lado das pantufas.