quarta-feira, dezembro 27, 2006

Previsões 2007 (outros continentes)



Infelizmente, há vastas regiões do globo onde 2007 será mais um ano mau. Em África, a instabilidade política está a provocar grande violência num vasto arco que vai do Chade à Somália, passando por Etiópia, sul e oeste do Sudão, incluindo Eritreia. Esta vasta região está perante uma gigantesca crise humanitária, que ameaça alastrar à República Centro-Africana, Uganda e Quénia. Mais a sul, o Congo continua fragmentado, apesar do relativo êxito das eleições controladas pelas Nações Unidas. ONU que está muito activa também na Serra Leoa, o que talvez permita ali eleições livres. Zimbabwe e, sobretudo, Nigéria, são dois outros países onde 2007 promete correr mal. No caso da Nigéria, que terá eleições presidenciais, com possíveis consequências globais ou, no mínimo, efeitos regionais importantes.
A América Latina parece ter vivido um importante ciclo nos últimos anos, com várias eleições onde foram escolhidos líderes populistas moderados ou, em oposição, dirigentes cuja plataforma política é de confronto com os Estados Unidos. O México promete alguma instabilidade, consequência de uma crispação política que não parecia possível. Chile e Argentina estão em boas condições económicas, mas no segundo caso a situação pode não ser inteiramente favorável. O primeiro finalmente tem condições para construir a sua democracia normal, após o desaparecimento de um ex-ditador que impediu o ajuste de contas com a História. O Brasil deverá entrar num ciclo de transição e preparar a era pós-Lula. Nos restantes países, não haverá boas notícias. O trio Chávez-Morales-Ortega é bastante imprevisível.
A maior incógnita será sobre a transição em Cuba. É evidente que Fidel Castro já não exerce o poder. Como será a transição? Uma lenta agonia ou o regime vai desmoronar-se?
Há muitas outras regiões em perigo. Na Ásia Central, o controlo político é disputado por Rússia e China; no sudeste asiático, continuará o silêncio sobre um dos regimes mais delirantes do mundo (Myanmar).
Coreia do Norte e Irão prosseguirão os seus esforços para fabricarem armas nucleares. Os feiticeiros brincam com o fogo.