quinta-feira, novembro 09, 2006

Desgosto


Há dias recebi por e-mail o convite para assistir via Internet à conferência de imprensa de Tony Banks, Phil Collins e Mike Rutherford, três dos membros da minha banda de eleição. Por instantes o meu coração acelerou esperançado. Mas ontem ao ler a notícia no DN logo me desiludi: afinal os três rapazes já cinquentões, decidiram, num acto de infinita generosidade, voltar à estrada para uma série de concertos “de estádio” à moda dos anos 80 e 90. Sem o vocalista Peter Gabriel e o guitarrista Steve Hackett, verdadeiras almas do grupo que inovou e fez diferença nos anos 70, os eventos serão vulgares megaproduções de grande consumo. Não entendo porquê. Ou antes, entendo que, transformados numa vulgar banda pop, Tony Banks, Phil Collins e Mike Rutherford decidiram agora rapar o que resta do “filão” que é a marca "Genesis".
Ainda acreditei num milagre da reedição da antiga banda, pois até parecia lógico: a idade não seria problema, pois eles sempre tocaram sentados, uma elegante melodia complexa e cerebral, qual grupo de música de câmara. E essa tournée serviria para registarem para a posteridade as suas "enormes" criações com as novas tecnologias de gravação de som e imagem. Uma oportunidade de negócio que favorecia uma imensidade de fãs devotos (e tolos) como eu.
Agora perdi definitivamente a esperança que um dia se realize a mítica reunião dos Genesis. Vou ter que me contentar, em Março, em assistir na Aula Magna à performance dos Musical Box a tocarem o Selling England by the Pound e o Foxtrot ao vivo. Uma boa imitação que vale mais que a fraude anunciada pela "marca" oficial.

PS: Acredito que muitos inadvertidos leitores não entendem a razão de ser deste culto, desta paixão. Sem ter deixado um registo vídeo de jeito, esta banda dos anos 70 deixou um legado musical único. Mas experimente-se espreitar por um motor de busca a quantidade de sites de fãs dos Genesis. Atente-se aos festivais e concursos de bandas “Genesis” que se organizam por este mundo fora. Para os que gostaram, tornou-se uma enorme paixão, e como tal o tema é difícil desenvolver em palavras.

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