Excesso de entusiasmo?
Não é tema em que me sinta à vontade, mas as interpretações que tenho ouvido e lido sobre o resultado das eleições americanas são talvez demasiado optimistas em relação a uma mudança que não me parece tão evidente. Parte deste resultado muito positivo para os democratas deve-se a questões locais associadas a um presidente impopular. Os democratas conseguiram o que queriam: têm alguma iniciativa legislativa, controlam o dinheiro e afastaram o odiado Donald Rumsfeld do Pentágono. Mas terão agora de mostrar a sua estratégia para o Iraque. Alguém a conhece? Se os EUA conseguirem retirar do terreno sem provocarem um banho de sangue, a vitória de ontem poderá repetir-se nas presidenciais. Mas isso parece difícil e, em caso de guerra civil total no Iraque, as culpas ainda podem aterrar no partido democrata. Há outro factor pouco mencionado: os Estados Unidos caminham para uma crise económica e o novo poder pode receber parte da culpa, sobretudo se esta for súbita e grave.
Acho que o resultado implica que a revolução neo-conservadora acabou e a presidência de Bush-Cheney já não terá grande influência, mas as eleições de ontem foram sobretudo a primeira batalha pela próxima presidência e o entusiasmo da esquerda europeia é talvez prematuro.
Esta é a minha leitura e devo esclarecer que, se porventura votasse nos Estados Unidos, votaria no Partido Democrata, e também acho que a votação de ontem é positiva para a Europa e, portanto, para Portugal, e por duas razões que não estão a ser referidas: o próximo presidente (democrata ou republicano) será menos radical que Bush e o novo poder talvez respeite os seus aliados mais do que fez o demitido secretário Rumsfeld, o da velha América.
Acho que o resultado implica que a revolução neo-conservadora acabou e a presidência de Bush-Cheney já não terá grande influência, mas as eleições de ontem foram sobretudo a primeira batalha pela próxima presidência e o entusiasmo da esquerda europeia é talvez prematuro.
Esta é a minha leitura e devo esclarecer que, se porventura votasse nos Estados Unidos, votaria no Partido Democrata, e também acho que a votação de ontem é positiva para a Europa e, portanto, para Portugal, e por duas razões que não estão a ser referidas: o próximo presidente (democrata ou republicano) será menos radical que Bush e o novo poder talvez respeite os seus aliados mais do que fez o demitido secretário Rumsfeld, o da velha América.
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