segunda-feira, outubro 23, 2006

Praga digital

Estão por todo o lado, às dezenas, em almoços, festas, jantares, baptizados, casamentos, sempre prontas a disparar centenas de vezes, press-delete, ri-te, esta não ficou bem, ainda tenho mais duzentas e cinquenta, dá-me o teu mail, esta está gira, mais esta para o screen saver...
Falo das máquinas de filmar/fotografar digitais.
Suponho que existam centenas e centenas de fotografias que não saem do disco rígido ou do CD. Raras vezes as vejo e peço encarecidamente para não as enviarem por mail. Creio que nunca as mandam revelar: as molduras estão cheias de fotografias anteriores à era digital. Então para quê tanto press-delete? Para os avós as verem agarrados aos écrans dos computadores? Os pais e tios babados andam com CD's na carteira? E a velha moldurinha? E o álbum de papel?
Tenho a certeza de que deve haver ficheiros electrónicos fantásticos em fabulosos discos rígidos. Mas não me ponham agarrada a écrans de portáteis que tenho sempre a desculpa de que vejo mal (verdade) ou que me esqueci dos óculos (mentira).