As voltas do Nobel (I)
O meu amigo João Villalobos preferia que Philip Roth (na foto) fosse o vencedor do Nobel da Literatura de 2006. Salvo melhor opinião, entendo que já houve demasiados escritores americanos galardoados com o Nobel. E se nuns casos a escolha foi indiscutível – Faulkner, Hemingway, Bellow – noutros a Academia de Estocolmo acertou ao lado – a piedosa Pearl S. Buck (prémio de 1938) é um dos exemplos mais notórios que conheço de uma opção errada, já para não falar de Toni Morrison (prémio de 1993), escolhida em função de uma absurda “quota” racial. Ignoro a obra do escritor turco Orhan Pamuk, distinguido este ano, e a que o Luís Naves já fez aqui referência. Mas porque não dar-lhe um prémio? É certamente mais merecido do que o da francesa Sully Proudhomme, a primeira escolha do júri de Estocolmo (em 1901), justamente ignorada nas selectas literárias contemporâneas.