Resposta atrasada
Peço desculpa a Paulo Gorjão (PG) por só agora ter lido a sua resposta ao comentário que escrevi lá em baixo, a propósito do seu post sobre Américo Amorim e os direitos humanos em Angola. Nessa resposta, PG cita uma declaração politicamente correcta de José Sócrates durante a tomada de posse e diz que a posição do primeiro-ministro é «publicamente» conhecida.
Lamento discordar (na verdade não lamento nada, só estou a tentar ser simpático), mas a «afirmação do valor do cosmopolitismo» e blá, blá, blá do discurso de Sócrates não me esclarece seja o que for sobre a sua posição. O que esclarece é a presença do PC Chinês no congresso do partido que lidera, porque não confia em quem o substitua. O que me esclarece é que prefira fazer jogging durante a visita de Estado em lugar de um encontro, por exemplo, com Rafael Marques. Sabe com certeza PG quem é Rafael Marques.
Que a imprensa económica ande atenta, isso nunca poderia criticar. Apenas considero que os direitos humanos são um tema primeiro que tudo político e passível de maior escrutínio pelos média quando um governante visita um país como Angola ou outro qualquer onde os direitos humanos são atacados. E que fazer negócios em Angola é uma decisão empresarial que é penalizada por quem entenda fazê-lo (vendendo acções da empresa, não comprando os produtos da mesma, etc). Associar a uma notícia económica comentários sobre os direitos humanos? Idealmente, porque não? Na prática, impossível. Então o que seria de cada vez que uma empresa faz um «negócio da China», paraíso das sweat-shops (cf. a camisinha Nike da foto) e responsável pelos massacres, assassinatos e torturas que sabemos? Seria preciso um suplemento inteiro.