Socialismo ou morte (1)
Nenhum governo cometeu uma agressão maior contra o povo de Cuba do que o governo de Fidel Castro – responsável pelo maior êxodo do país de que há memória na história secular desta república. As obras dos exilados Cabrera Infante (leia-se Mea Cuba, um testemunho impressionante) e Reinaldo Arenas estão aí, a atestar a miséria moral do “comandante” Castro, que em 1959, em entrevista à americana CBS, fazia profissão de fé anticomunista e depois condenou a ilha a um regime pró-soviético que sobreviveu à onda libertadora de 1989, submetendo quatro gerações de cubanos à asfixia cívica sob a sua vontade férrea. O patético lema do regime diz tudo: “Socialismo ou morte”. Na ausência de socialismo, num país que voltou a ser o bordel das Caraíbas e o dólar do “inimigo” norte-americano é moeda de uso corrente, resta a morte. De facto, só a morte física do ditador vermelho permitirá aos cubanos que se mantiveram no país (cerca de dois milhões – um quinto da população – partiram desde 1959) concretizar as aspirações à liberdade.