Frases para a vida
O André Moura e Cunha anda a publicar no seu excelente blogue as cem melhores frases de abertura de obras de ficção de todos os tempos, eleitas pela revista American Book Review. “Tratem-me por Ismael”, a frase inicial de Moby Dick, de Herman Melville, figura num discutível primeiro lugar. Lá surge, na quarta posição, o célebre arranque dos Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez: «Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que o pai o levou a conhecer o gelo.» (Tradução portuguesa: Margarida Santiago).
Se eu tivesse de votar, talvez elegesse esta. Ex-aequeo com outras duas. As frases de abertura d'O Estrangeiro, de Camus: “Hoje, a mãe morreu.” (Tradução de António Quadros). E d'A Metamorfose, de Kafka: “Certa manhã, ao acordar após sonhos agitados, Gregor Samsa viu-se na sua cama, metamorfoseado num monstruoso insecto.” (Tradução de João Crisóstomo Gasco).
Frases geniais, que nos agarram logo à primeira vez que as lemos. Aconteça o que acontecer, acompanham-nos nas encruzilhadas da vida. E voltamos a elas nas ocasiões mais inesperadas. Como se fizessem parte de nós para sempre.