O Mínimo Denominador Comum
Já estou um bocadinho cansado desta polémica toda em torno do artigo de Eduardo Cintra Torres (e isto nada tem a ver com o post do Francisco abaixo, do qual muito gostei). Mas passei a uma velocidade de cruzeiro do desconhecimento total sobre o mesmo, para uma overdose de opiniões difusas que me obrigam à automedicação. Cuja é:
Tanto quanto me disseram (e não vou revelar a fonte, na qual deposito toda a minha confiança) o Governo decidiu entabular conversas com os responsáveis dos principais canais televisivos e teve-as, personificado na figura do Ministro António Costa. A intenção revelada foi a de diminuir o sensacionalismo das imagens dos incêndios no País, diminuindo assim também os fenómenos de imitação e, em consequência, a sua propagação.
São sabidas, por todos os que seguem esta área (os temas da Sociedade), duas coisas:
1. Que muitos pirómanos o são por razões de protagonismo "indirecto": Ver a sua "obra" na TV incendeia-lhes o ego.
2. Que a proporção dos incêndios é, muitas vezes, menos catastrófica do que as televisões o fazem crer, em tempo de "não notícias".
Dito isto, a iniciativa do Governo faz sentido. É certo que António Costa, que substituiu Sócrates nas férias, tem contactos privilegiados para estabelecer este acordo. Tanto assim que o conseguiu, o que politicamente deu jeito ao P.S.
Mas o tema não é aqui o da censura da RTP ou o seu controle pelo Governo. É muito mais amplo do que isso. Infelizmente, é por ser mais amplo que ninguém tem paciência para o analisar e se torna necessário reduzi-lo ao mínimo denominador comum. Mais uma vez. E como sempre.