O Senhor Garrincha
Hoje vou ao teatro. Ver «O Senhor Armand dito Garrincha» no Maria Matos. Diz o postal de divulgação que a peça é «sobre o tempo, esse vândalo, que destrói as almas e quebra as pernas dos artistas abençoados pelos deuses».
As pernas de Garrincha, mesmo tortas, eram de facto abençoadas. A sua vida foi trágica, o álcool destruiu-o por dentro primeiro e por fora depois. Enquanto Pelé alcançava o sucesso, Garrincha afundava-se na miséria.
Mas ver jogar Garrincha, mesmo em velhos filmes a preto e branco no pequeno ecrã, é vislumbrar algo para lá do humano. É assistir ao génio feito corpo. Hoje, em palco, vou relembrá-lo, à «estrela do Botafogo» que o Botafogo deixou apagar.