quarta-feira, agosto 09, 2006

Apoiar Rui Rio (II)

Aqui há uns tempos, escrevi um post a dizer que era preciso apoiar Rui Rio e, tal como já estava à espera, levei com uma data de comentários contrários, alguns deles vindos de pessoas que julguei mais lúcidas, acompanhadas de uma série de insinuações sobre o carácter e até a honestidade do homem. Pois bem, hoje eu repito: é preciso que as pessoas que têm uma determinada visão do modo como a sociedade portuguesa deve evoluir, que estão cansadas de verem os políticos contemporizarem com interesses instalados que só atrasam o país, que estão fartas de verem políticos com medo do que dizem jornalistas e comentadores, apoiem gente como Rui Rio. Por ele ser perfeito? Claro que não. Fez asneira naquela história de só atribuir verbas às instituições culturais que não criticassem a autarquia. Mas perdoo-lhe facilmente e fico até do lado dele quando o vejo ser acusado de "fascista" e patetices do género po causa disso. Porque não há nada que se compare com o gozo que me dá ver uma série de figuras da nossa cultura, e os seus amigos jornalistas e opinion makers, ficarem à rasca só porque Rui Rio decidiu passar o Rivoli para a gestão privada e, assim, tal como ele explicou num artigo no último Expresso, insuficientemente citado, poupar-nos algo como 1500 contos de prejuízo diário. Pode discutir-se politicamente qual o grau de intervenção dos poderes públicos na área da cultura e eu aceito até que haja pessoas honestas que acreditem que ele deva ser grande. Mas eles também têm que aceitar que, tal como acontece em muitos outros países, haja gestão privada de equipamentos culturais como o Rivoli e que pessoas como Rui Rio a possam propor sem serem insultadas.