jornalismo (I)
Duas interessantes reflexões na blogosfera sobre a Imprensa, aqui, no Corta-Fitas, pelo Pedro Correia, e em kontratempos, da autoria de Tiago Barbosa Ribeiro. Em relação ao que escreve o Pedro, concordo inteiramente: o conteúdo e a qualidade vão determinar a sobrevivência dos jornais e a Imprensa tem de saber aproveitar as diferentes plataformas tecnológicas existentes para transmitir (sob as várias formas possíveis) a sua matéria-prima: informação. Isto parece-me óbvio e até consensual no meio.
Nesse sentido, serve este post sobretudo para comentar a opinião de Barbosa Ribeiro. Ali surgem, em todo o seu esplendor, alguns equívocos sobre os media contemporâneos. Importa tentar rebater conceitos menos claros.
Em primeiro lugar, parece-me péssimo o exemplo de título que o autor usa para explicar a sua tese: trata-se de um texto de um dos melhores repórteres em Timor (isento e corajoso). Na citada reportagem, João Pedro Fonseca afirma que “Xanana Gusmão foi apupado por gente da Fretilin” e logo Barbosa Ribeiro conclui que se trata de uma frase ideológica.
Não consigo descortinar onde esteja a ideologia e discordo da conclusão central, de que os jornais são hoje “mais actores do que mediadores”. O autor de kontratempos tem lido, em jornais de referência, inúmeras “passagens de factos que não existem”.
Sou jornalista há 20 anos e acredito que os jornais podiam ser melhores. Mas a segunda afirmação é absurda.