Mais triste que um velório
Fui ontem enfim à Feira do Livro de Lisboa. Pela primeira e última vez este ano. Apesar da noite excelente, estava às moscas. Mais triste do que um velório. Algumas pessoas circulavam alameda acima, alameda abaixo, quase indiferentes aos livros em exposição - que parecem sempre os mesmos, ano após ano. Indiferentes também aos potenciais clientes, os vendedores iam falando da vidinha. "Sabias que X acabou com Y?"; "Este ano não vou de férias porque o dinheiro não estica"; "Isto está uma seca cada vez maior..."
Isso mesmo: uma seca cada vez maior. Bem diferente dos anos anteriores, em que não faltou público de todas as idades, de noite ou de dia. Não sei o que sucedeu este ano. Só sei que não gostei.