O ópio do povo (6)
Há por aí quem esteja com medo de uma derrota frente a Angola no jogo inaugural da selecção nacional, já no domingo. Como se o adversário fosse uma temível potência futebolística. Percebo que alguns devotos mais fanáticos de Mantorras alimentem esta ilusão, tal como ainda sonham que o instável avançado do Benfica possa vir a ser um novo Eusébio. Mas nenhum indício deixa antever grandes dificuldades nessa partida. Lembro só o seguinte:
- Na esforçada caminhada para a fase final, em que se apurou muito a custo, Angola foi incapaz de marcar mais de um golo em qualquer dos desafios: Chade-Angola, 3-1; Argélia-Angola, 0-0; Angola-Nigéria, 1-0, Nigéria-Angola, 1-1; Ruanda-Angola, 0-1.
- Nos jogos particulares entretanto efectuados de preparação para o Mundial da Alemanha a selecção angolana sofreu três derrotas consecutivas: 0-1 contra os EUA, 2-3 contra a Turquia, 0-2 contra a Argentina. E mostrou uma debilidade defensiva que constitui um desafio suplementar à pontaria dos nossos rematadores. Lamento desiludir a aguerrida facção pró-PALOP que anda por aí, mas com Angola podemos nós bem. Até porque o petróleo, até ver, ainda não joga futebol...