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O cobarde atentado de que foi vítima
Ramos-Horta e a tentativa de assassínio de
Xanana Gusmão não são actos isolados: são as mais recentes manobras para pôr fim a uma certa visão de Timor como membro do espaço lusófono. Não entender isto é não entender nada. A decapitação de Horta e de Xanana, vértices do ainda débil estado timorense, teria efeitos catastróficos para o mais jovem país de língua portuguesa, inviabilizando-o como nação independente e deitando por terra toda a luta heróica, travada durante duas gerações, contra o invasor indonésio. A hora não é de falar - é de agir, nomeadamente com o reforço dos efectivos policiais que nos foram já solicitados. Portugal tem obrigações históricas em relação a Timor-Leste depois do miserável abandono de 1975. Urge apoiar por todos os meios possíveis aquele povo que continua a ver Lisboa como uma capital solidária, nas boas e más horas. Nenhum outro critério, em nome do pragmatismo eurocêntrico ou do "economicismo" tornado moda corrente, deve sobrepor-se ao da ajuda fraterna a quem tanto confiou e confia em nós.
Para mais informações sobre Timor, leia-se o Pau para toda a Obra, um dos blogues que melhor tem acompanhado esta questão. Etiquetas: Timor