terça-feira, fevereiro 12, 2008

O atentado

O atentado a José Ramos-Horta foi um atentado à democracia. E não é por o major Alfredo Reinado, o principal envolvido, ter sido morto na residência oficial do presidente de Timor-Leste que o clima vai melhorar. A situação é altamente tensa. Xanana por pouco não era também alvejado, pelo que a tentativa de decapitar os dois responsáveis máximos pela estabilidade em Timor-Leste devia fazer-nos pensar e agir melhor. O presidente interino, Vicente Guterres, decretou o estado de sítio (por 48 horas), os australianos vão mandar, ouvi na rádio, mais de 190 homens. E Portugal, que já tem lá a GNR, fará o quê concretamente? Alguém percebeu? Ou esqueceram-se das inúmeras vezes que Ramos-Horta e Xanana elogiaram o empenho da GNR e a sua necessidade em permanecer activa em Timor-Leste. Gostava de ouvir qualquer coisa de decente do ministro dos Negócios Estrangeiros, do ministro da Administração Interna (que tem a tutela da GNR) e do ministro da Defesa, se possível. Porque ouvir qualquer coisa de inteligível de Sócrates nesta altura seria pedir muito.
Algumas questões básicas, para tentar obter respostas simples: Portugal honra o seu compromisso com Timor-Leste e as Nações Unidas, ou não?; Portugal vai manter o actual contingente da GNR?; Portugal pondera reforçar esse contingente?; Portugal põe a hipótese de mudar o tipo de forças para ali destacadas?; Portugal pensa contribuir para as investigações em curso?; Portugal pode ajudar a prever e/ou antecipar este tipo de antentados?; Portugal pode ajudar na preparação da "intelligence" timorense?; Portugal vai deixar que os australianos façam tudo o que deve ser feito?