quarta-feira, janeiro 09, 2008

O homem que não honra os compromissos

Ao rasgar a promessa eleitoral sobre o referendo europeu, consagrada no programa do Governo e reiterada no discurso de posse, José Sócrates mancha de forma irreversível o seu prestígio. Lembremos: ele surgiu na liderança partidária, em 2004, prometendo ser diferente. Era sério, rigoroso, credível. Esta tornou-se a sua imagem de marca, que meses depois vingou nas urnas. Ninguém o obrigou a prometer o referendo. Mas, quando o fez, assinou um pacto de seriedade com os eleitores portugueses. Ao violar este pacto, compromete a sua credibilidade de uma forma que nem ele hoje consegue imaginar. E não adianta dizer que fez isto para ajudar o amigo Gordon Brown, em risco de ser engolido por uma vaga eurocéptica no Reino Unido. O pacto dele não era com os camaradas de Londres, nem com os amigos de Bruxelas: era com os portugueses. Que depois disto nunca mais o verão com os mesmos olhos.
Sócrates será, a partir de agora, encarado como um homem que não honra os compromissos. Quantas carreiras brilhantes na política têm acabado por menos que isto?

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