A corrida
Barack Obama é o candidato da esquerda caviar, com inegável carisma, muito apreciado pelos media. Mas o que a eleição de New Hampshire pareceu demonstrar é que a luta eleitoral americana estará ao centro e que as franjas vão sendo eliminadas. Obama tem grande futuro político e é melhor do que Howard Dean, que tropeçou nesta fase, mas não basta ser um orador brilhante. John McCain, por exemplo, é um péssimo orador, mas conquistou os votos de que precisava para relançar a sua campanha. A autenticidade do antigo herói de guerra foi decisiva e ele é a notícia. Na América, a palavra de ordem pode ser “mudança”, mas o país é conservador e não vai em aventuras ou saltos no desconhecido. Ontem, para Hillary, a situação era difícil, em 50-50. Agora, do lado democrático, ela tem uma nítida vantagem, com os votos das mulheres, dos mais idosos, dos democratas e dos mais pobres. Os media também se renderam. Entre os republicanos, o jogo encontra-se mais indefinido, mas McCain corre à frente dos restantes, apesar da idade. A experiência vai contar nestas eleições.