Economia paralela: revisão em baixa
Primeiro foi a velhota dos limões. Ela e a sua banca improvisada passaram, há meses, a fazer parte da paisagem da rua. Agora chegou o sr. António com as couves e alfaces da sua horta, que fazem as delícias de quem como eu não tem família na província e fácil acesso aos genuínos sabores da terra.
Ela, cosida nas suas roupas de viúva, aceita, com aparente resignação, a sua pobreza. Ele, não. É mais orgulhoso e um estreante confesso nestas andanças. Gosta de dar conversa às freguesas e até acaba por assumir a sua situação, mas sempre com um ar tão jovial quanto os seus setenta anos permitem. Diz que antes a horta era só um passatempo. Agora é um complemento de reforma.
Algo me diz que isto não vai ficar por aqui. Qualquer dia ainda me aparecem à porta garrafinhas de azeite caseiro e queijinhos artesanais a preços imbatíveis...
Ela, cosida nas suas roupas de viúva, aceita, com aparente resignação, a sua pobreza. Ele, não. É mais orgulhoso e um estreante confesso nestas andanças. Gosta de dar conversa às freguesas e até acaba por assumir a sua situação, mas sempre com um ar tão jovial quanto os seus setenta anos permitem. Diz que antes a horta era só um passatempo. Agora é um complemento de reforma.
Algo me diz que isto não vai ficar por aqui. Qualquer dia ainda me aparecem à porta garrafinhas de azeite caseiro e queijinhos artesanais a preços imbatíveis...